Governo pode cortar mais de R$ 7 bi em emendas, diz Haddad
Investing.com -- A S&P Global Ratings confirmou os ratings de crédito soberano de Moçambique em moeda local de longo e curto prazo em ’SD/SD’ e os ratings em moeda estrangeira de longo e curto prazo em ’CCC+/C’, mantendo uma perspectiva negativa para o rating em moeda estrangeira.
A agência de classificação citou as pressões fiscais contínuas que levaram ao aumento de atrasos na dívida interna e externa oficial. Os desafios econômicos de Moçambique foram agravados pelos protestos pós-eleitorais em outubro de 2024, atrasos persistentes nos projetos de gás natural liquefeito (GNL) e a suspensão do programa do FMI do país em abril de 2025.
A S&P observou que os atrasos nos pagamentos de títulos do tesouro do governo às vezes se estenderam até três meses, enquanto os atrasos acumularam-se com fornecedores domésticos e credores externos oficiais, incluindo o FMI, o Banco Mundial e Portugal.
No início de 2025, Moçambique realizou uma troca de dívida interna que a S&P considerou como angustiada e equivalente a um default. A agência acredita que sem essa troca, o governo provavelmente não teria conseguido cumprir suas obrigações de dívida pontualmente e integralmente.
A perspectiva negativa sobre o rating em moeda estrangeira reflete as restrições contínuas de financiamento externo e os riscos de mais atrasos nos projetos de gás planejados e na ajuda externa, o que poderia afetar a capacidade de Moçambique de cumprir suas obrigações de dívida em moeda estrangeira nos próximos 12-24 meses.
Apesar dessas pressões, a expectativa básica da S&P é que o governo continuará a cumprir suas obrigações do Eurobônus 2031, que incluem pagamentos anuais de cupom de US$ 81 milhões e reembolsos de principal de US$ 225 milhões anuais entre 2028-2031. Esta visão é apoiada pela posição mais forte de reservas cambiais do governo, que atingiu US$ 3,9 bilhões em julho de 2025.
As perspectivas de recuperação econômica de Moçambique são enfraquecidas pela persistente escassez de divisas domésticas, impulsionada pela queda nas exportações de carvão, atrasos na execução de projetos de GNL e financiamento externo limitado. Esses fatores reduziram as importações e levaram a uma contração significativa no crédito para a economia.
O PIB real do país contraiu por três trimestres consecutivos, com a agitação eleitoral tendo um impacto pronunciado na atividade econômica. A S&P revisou sua previsão de crescimento do PIB real para 2025 para apenas 0,8%.
Olhando para o futuro, a perspectiva econômica de longo prazo de Moçambique poderia se beneficiar significativamente de seu potencial crescente de exportação de gás. A produção na plataforma flutuante de GNL Coral South começou em novembro de 2022, e em outubro de 2025, a Eni aprovou a plataforma de GNL Coral North de US$ 7,2 bilhões.
A S&P entende que o projeto de GNL da TotalEnergies de US$ 20 bilhões na Área 1 poderia ser retomado em breve, dependendo de melhorias contínuas na situação de segurança em Cabo Delgado. Espera-se também que o reinício da Área 1 acelere o progresso no projeto de GNL da ExxonMobil de US$ 30 bilhões na Área 4.
A agência projeta que o déficit orçamentário em base de caixa permanecerá amplo, com média de 4,2% do PIB entre 2025-2028, contra 4,7% em 2024, assumindo déficits contínuos de receita, pressões de gastos e crescimento mais fraco.
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