Podemos resumir a semana anterior da seguinte maneira: altamente intensa em termos de indicadores e balanços corporativos, decisões de juros importantes em 4 países diferentes, um alívio temporário e uma derrocada muito forte.
Do ânimo intenso ao desespero, o cenário tem um só nome e é TRUMP.
O Federal Reserve decidiu na quarta-feira pelo corte de juros na sua taxa básica, com fundamentos muito frágeis e um conceito difícil de se explicar, como foi a coletiva de imprensa de Powell.
Contra os fundamentos macroeconômicos, Powell insistiu que apesar dos EUA estarem com um crescimento robusto em diversos setores, mercado de trabalho aquecido e inflação futura dentro das metas informais do FOMC, cortou os juros para garantir tal cenário.
Para justificar tal garantia, a guerra comercial foi a justificativa dada por diversas vezes.
O mais importante, o Fed não foi claro ou literal quanto aos próximos cortes, dizendo que qualquer movimento futuro dependerá dos dados econômicos e dos efeitos da guerra comercial.
Aí entra a ‘figura oculta por trás’, Trump. Ele insiste em uma vendetta pessoal com o Fed por não cumprir suas ordens assim como seus assessores e a independência da instituição o deixa ainda mais furioso.
Portanto, se a guerra comercial era a causa para o corte de juros, Trump fez aquilo que todos seus assessores insistiram para não fazer: piorou ainda mais a guerra comercial ao anunciar o aumento de tarifações.
Causa e efeito, assim agiu o presidente americano.
O fôlego ganho pelo mercado americano, ainda que insatisfeito com o Fed foi todo perdido e assim continua com as declarações.
O famoso imponderável agindo no mercado financeiro de maneira cruel e incalculável.
Localmente, os investidores solenizavam a decisão do COPOM em cortar os juros para onde o Brasil nunca foi antes aos 6% aa e a menor taxa de juros reais da história, porém o BC deixou uma apara solta no processo.
A justificativa econômica é totalmente plausível, ainda que a inflação ande em linha com a meta neste momento.
O problema é contar com a reforma da previdência em sua fase inicial, dependente de eventos políticos, ou seja, totalmente imprevisíveis e imponderáveis, como Trump.
Esta jogada com a sorte pode trazer resultados positivos, mas não sem impor riscos consideráveis em termos fiscais. Que venha a reforma.
Na agenda corporativa, HSBC, Mariott, Soft Bank, Tyson Foods, Suzuki e HP.
A semana conta com ata do COPOM, IPCA, varejo e IGP-DI no Brasil e inflação ao atacado nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, com a ameaça de tarifas de Trump.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, também pelo reinicio da guerra comercial e greve geral em Hong Kong.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao cobre e minério de ferro.
O petróleo abre em queda, com a tensão comercial global.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 17,09%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,8886 / 1,24 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / 0,414%
Dólar / Yen : ¥ 106,14 / -0,422%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / -0,206%
Dólar Fut. (1 m) : 3893,03 / 1,06 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,38 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 5,42 % aa (0,37%)
DI - Janeiro 23: 6,37 % aa (0,31%)
DI - Janeiro 25: 6,91 % aa (0,00%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,54% / 102.674 pontos
Dow Jones: -0,37% / 26.485 pontos
Nasdaq: -1,32% / 8.004 pontos
Nikkei: -1,74% / 20.720 pontos
Hang Seng: -2,85% / 26.151 pontos
ASX 200: -1,90% / 6.640 pontos
ABERTURA
DAX: -1,284% / 11719,94 pontos
CAC 40: -1,784% / 5263,42 pontos
FTSE: -1,833% / 7271,32 pontos
Ibov. Fut.: 0,50% / 102814,00 pontos
S&P Fut.: -1,108% / 2899,90 pontos
Nasdaq Fut.: -1,535% / 7584,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,33% / 76,95 ptos
Petróleo WTI: -0,83% / $55,20
Petróleo Brent:-0,78% / $61,41
Ouro: 1,14% / $1.457,25
Minério de Ferro: -4,92% / $106,51
Soja: 0,40% / $14,98
Milho: -1,44% / $394,00
Café: -0,36% / $97,45
Açúcar: -0,33% / $11,98