O crescimento real de 10,4% da arrecadação de impostos observado ontem com o dado recorde desde 2000, aos R$ 195,1 bi reforçam o que citamos na imprensa ontem, de que não dá mais para insistir que a melhora vem só da inflação.
É também resultado de um crescimento da atividade econômica, subestimada por grande parte dos analistas no início deste ano e um contexto que estatisticamente pode atenuar os efeitos da política monetária em 2023.
Os efeitos defasados de alterações de juros, entre 6 e 9 meses da decisão, até sua ocorrência na economia real farão com que, ao adentrar na estabilidade de juros, o Banco Central possa aguardar até que o ciclo esteja completo, para reverter o processo.
Ou seja, provavelmente ficaremos sob a égide de juros nominais elevados e contracionistas por um período relativamente longo, seguindo os sinais emitidos pela autoridade monetária, daí a importância de um mínimo carrego estatístico do crescimento deste ano ao próximo.
Não vemos no último IPCA-15 nenhum motivo para mudança dos rumos adotados pelo BC em seus comunicados mais recentes, com a percepção de que ocorrerá mais um aumento de juros da ordem de 50 bp, seguido de um período de pausa intensa.
Nos EUA, o cenário desenhado anteriormente de contração econômica, com inflação foi reforçado na segunda revisão do PIB americano, com a piora de ambos os indicadores, o que pode elevar a possibilidade de um cenário limitado de aperto.
Os investidores já não sabem muito como reagir a tais sinais, divididos entre o temor do que a leniência com a inflação pode levar e a pressão que um aperto monetário mais severo pode trazer à economia e aos ativos de mercado, daí se reforça a leitura dos dados de PCE, gastos e consumo pessoal de abril nos EUA.
Por fim, a disputa entre o “sanitário” e o “econômico” cresce na China, após resultados sofríveis de lucros industriais anuais, elevando a demanda do premiê Li KeQiang por mais estímulos e retomada da atividade econômica e tal disputa pode se estender até as eleições do PCCh no último trimestre.
Mercado local ainda atento à votação do ICMS e seu potencial desinflacionário, assim como o global com a possibilidade de escoamento do trigo ucraniano, reduzindo as pressões internacionais sobre preços de alimentos.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na busca, finalmente por uma semana de resultados positivos nas bolsas.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, após resultados mais fortes de Alibaba (NYSE:BABA) e a disputa entre Li e Xi na China, podendo trazer novos estímulos econômicos.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque à prata e ao minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, próximos da alta de dois meses em meio a preocupações com oferta global.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,16%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,768 / -1,22 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / -0,112%
Dólar / Yen : ¥ 127,06 / -0,039%
Libra / Dólar : US$ 1,26 / 0,064%
Dólar Fut. (1 m) : 4757,28 / -1,41 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,35 % aa (-0,48%)
DI - Janeiro 24: 12,80 % aa (-1,27%)
DI - Janeiro 26: 11,90 % aa (-1,73%)
DI - Janeiro 27: 11,91 % aa (-1,49%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,1847% / 111.890 pontos
Dow Jones: 1,6093% / 32.637 pontos
Nasdaq: 2,6753% / 11.741 pontos
Nikkei: 0,66% / 26.782 pontos
Hang Seng: 2,89% / 20.697 pontos
ASX 200: 1,08% / 7.183 pontos
ABERTURA
DAX: 0,707% / 14331,93 pontos
CAC 40: 0,839% / 6464,34 pontos
FTSE: 0,057% / 7569,26 pontos
Ibov. Fut.: 1,13% / 112536,00 pontos
S&P Fut.: 0,25% / 4065,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,387% / 12328,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,06% / 133,18 ptos
Petróleo WTI: -0,35% / $113,69
Petróleo Brent: 0,30% / $117,75
Ouro: 0,48% / $1.859,58
Minério de Ferro: 2,42% / $132,70
Soja: 0,12% / $1.729,00
Milho: 0,26% / $767,25
Café: -0,51% / $225,45
Açúcar: 0,61% / $19,66