Mais uma vez, ocorre uma correção dos ativos, com um pano de fundo determinado, sendo desta vez, os dados “mistos” da China.
Esta foi a sessão de ontem, com os mercados engajados em realizar lucros, sob a égide igualmente frágil dos ganhos mais recentes.
Sequer as vendas ao varejo nos EUA acima das expectativas, o fluxo positivo de compra de títulos do tesouro americano por estrangeiros e dados europeus mais fortes foram suficientes para reverter ao mercado.
Nada absolutamente novo, no novo contexto.
Todavia, um dos pontos que mais chamou a atenção ontem no mercado brasileiro, o qual operou sem nenhum rumo concreto, foram as falas de Roberto Campos Neto, em especial sobre o câmbio.
A intensa e contraproducente volatilidade cambial observada desde antes da pandemia no Brasil tem induzido uma série de distorções, muito além do tradicional repasse cambial.
Tal repasse, quando nos moldes tradicionais de desvalorização cambial, sofriam em parte de um represamento, dada a situação de deterioração da demanda, mesmo antes da pandemia.
Entretanto, a falta de previsibilidade resultante da volatilidade cambial não só dificulta operações de hedge, gerando problemas inclusive para setores beneficiados pela desvalorização cambial, como impossibilita em partes a retenção deste passthrough.
Neste contexto, vemos uma série bastante extensa de itens nas cestas inflacionárias que possuem impacto muito rápido desta oscilação e dado que o BC “não entende” os fatores por detrás de tal fenômeno, pode-se se dizer que ele perdeu o controle numa parcela da inflação.
Do outro lado, a questão fiscal é outro adicional ao que pode se tornar um problema inflacionário extra demanda, ou seja, pelos piores motivos imagináveis.
A posição do BC no câmbio no auge da crise é bastante compreensível, afinal o informacional era deficiente a todos.
Porém, agora, com um mercado pequeno como o nosso com liquidez limitada, com players fáceis de serem detectados, o BC dizer não saber a fonte de tanta volatilidade, demonstra que a autoridade monetária tem carecido do mais importante, de “autoridade”.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, ensaiando recuperação da sessão anterior.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com o alívio da tensão EUA-China.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao ouro e minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, após a OPEP+ concordar em diminuir restrições à produção de petróleo.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -3,36%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3323 / -0,74 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / 0,325%
Dólar / Yen : ¥ 107,14 / -0,121%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / -0,096%
Dólar Fut. (1 m) : 5322,31 / -1,00 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 3,02 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,12 % aa (-0,96%)
DI - Janeiro 25: 5,60 % aa (-0,18%)
DI - Janeiro 27: 6,42 % aa (0,00%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,2154% / 100.553 pontos
Dow Jones: -0,5039% / 26.735 pontos
Nasdaq: -0,7266% / 10.474 pontos
Nikkei: -0,32% / 22.696 pontos
Hang Seng: 0,47% / 25.089 pontos
ASX 200: 0,38% / 6.034 pontos
ABERTURA
DAX: 0,566% / 12947,83 pontos
CAC 40: -0,169% / 5076,70 pontos
FTSE: 0,466% / 6279,84 pontos
Ibov. Fut.: -1,21% / 100712,00 pontos
S&P Fut.: -0,773% / 3194,50 pontos
Nasdaq Fut.: 0,994% / 10615,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,17% / 66,36 ptos
Petróleo WTI: -0,74% / $40,45
Petróleo Brent: -0,71% / $43,08
Ouro: 0,39% / $1.804,07
Minério de Ferro: -0,34% / $107,20
Soja: 0,34% / $896,50
Milho: 0,98% / $333,50 $333,50
Café: 1,20% / $97,10
Açúcar: -0,51% / $11,73