Em meio a todo o ruído político gerado em torno da posição dos militares no governo, a debandada em massa dos comandantes e as substituições, o mercado na sessão de ontem acabou por focar nos aspectos positivos da troca de ministros e cargos do alto escalão.
Isso vem da percepção de que, após um período longo de travas, o governo terá agora a confluência necessária com o legislativo para levar em diante a agenda necessária para o avanço das pautas, entre elas, as reformas estacionadas no congresso durante todo 2020.
Neste contexto, a relação de Bolsonaro com sua base de apoio não se mostrou sólida desde o início deste governo, se alternando bastante durante estes anos e tendo na figura de Guedes como um dos maiores sustentáculos.
O problema vem exatamente deste ponto, pois apesar de se sustentar em Guedes, o ministério da economia é um dos que sofre as derrotas mais constantes, principalmente no que cerne à questão fiscal e orçamentária.
O próprio orçamento de 2021 tende a sofrer uma batalha de agora em diante, de forma a não cair no aspecto de crime fiscal, dadas as rubricas obrigatórias que foram simplesmente ‘pedaladas’ para o próximo ano e a falta de uma série de fontes de financiamento de gastos.
A disputa política continua acirrada entre o grupo fiscalista, ou seja, a equipe econômica, incluso o presidente do Banco Central e o grupamento político, portanto nada garante que tal contexto político positivo seja necessariamente positivo às importantes reformas estacionadas no congresso.
Em live ontem, Campos Neto citou que duas coisas lhe tiram o sono: “vacinação eficiente e descontrole fiscal” e ambos dependem exatamente deste grupo de apoio renovado do executivo.
Na agenda de hoje, os números do setor público consolidado, após os dados do governo central praticamente dentro de nossas projeções, o desemprego da PNAD no trimestre terminado em janeiro e o ADP Employment nos EUA, o qual projeta criação de 550.000 vagas em março, resultado do processo acelerado de vacinação e reabertura econômica.
A leitura da PNAD é importante para entender a distorção observada nos resultados do CAGED via nova metodologia, pois a criação de 401.639 vagas no mês passado não é compatível com o que se observa em setores como serviços, comércio e indústria. Março será o ponto negativo neste cenário.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com inflação ao consumidor em alta na Zona do Euro.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, mesmo após PMI chinês forte.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto prata e minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com a liberação do Canal de Suez e foco agora na política da OPEP+.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,73%.
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,7751 / -0,13 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / 0,213%
Dólar / Iene : ¥ 110,65 / 0,190%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / 0,357%
Dólar Futuro. (1 m) : 5746,25 / -0,64 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,66 % aa (-1,57%)
DI - Janeiro 23: 6,42 % aa (-3,39%)
DI - Janeiro 25: 8,07 % aa (-2,30%)
DI - Janeiro 27: 8,69 % aa (-1,59%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,2398% / 116.850 pontos
Dow Jones: -0,3148% / 33.067 pontos
Nasdaq: -0,1091% / 13.045 pontos
Nikkei: -0,86% / 29.179 pontos
Hang Seng: -0,70% / 28.378 pontos
ASX 200: 0,77% / 6.791 pontos
ABERTURA
DAX: 0,071% / 15019,27 pontos
CAC 40: -0,113% / 6081,16 pontos
FTSE 100: -0,358% / 6747,86 pontos
Ibovespa Futuros: 1,39% / 116958,00 pontos
S&P 500 Futuros: -0,010% / 3947,30 pontos
Nasdaq Futuros: 0,167% / 12927,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,10% / 82,83 ptos
Petróleo WTI: -0,30% / $60,31
Petróleo Brent: -0,30% / $63,86
Ouro: 0,08% / $1.686,83
Minério de ferro: -0,32% / ¥ $166,99
Soja: 0,49% / $1.374,25
Milho: 0,14% / $540,00
Café: 0,20% / $122,80
Açúcar: -0,94% / $14,77