Aberturas Negativas, Mercados Confusos e Foco em China, FMI e Balanços

Não foram suficientes as altas das commodities ontem para sustentar o mercado local, com impacto direto nas ações de empresas como Vale (SA:VALE3) e Petrobrás, em um cenário de valorização do Real e fechamento das curvas de juros.

De certa maneira, o mercado não fez sentido ontem, especialmente em meio ao fluxo que aparenta ainda ser intenso e o é, segundo investidores estrangeiros com quem nos comunicamos, o que, entretanto, não pode ser confirmado por números, em meio à continuidade da greve do Banco Central.

O cenário externo contribui de certa maneira para uma menor aversão ao risco, com a atenção dos investidores aos discursos de banqueiros centrais no FMI, onde as palestras de ontem foram irrelevantes em termos de declarações que pudessem dar algum rumo aos mercados.

As inflações globais continuam no foco dos investidores, onde localmente observamos índices acima das expectativas, alguns do topo e a expectativa esta semana para a inflação ao atacado e varejo na Zona do Euro, as quais devem repetir fortes pressões marginais e registrar novos recordes históricos de alta.

Daí a atenção às possíveis declarações no FMI esta semana, em meio à escalada do problema pandêmico na China, a qual admitiu as primeiras 3 mortes da nova variante do vírus, de idosos entre 89 e 92 anos, em Shanghai.

O percentual dos vacinados acima de 60 anos é de 38%, abaixo daquilo que a China deixou aparentar até recentemente, mas ao mesmo tempo mostra que a variante tem baixíssima mortalidade e o país poderia estar enfrentando a doença como está ocorrendo no ocidente, de maneira mais comedida e combinando a imunização vacinal com de rebanho.

Isso esbarra diretamente na política adotada pelo governo chinês e novamente, as eleições do segundo semestre provavelmente estão fazendo seu papel neste estranho movimento adotado pela segunda maior economia do mundo, que pode no fim resultar na extensão das pressões de preços no atacado, dado o choque de ofertas provocado pelos lockdowns.

Dado isso tudo, Shanghai se prepara para a reabertura, capitaneada pelos esforços do premiê chinês Li KeQuiang, contrariando as políticas de Xi JinPing.

No restante, é importante manter vigília ao mercado imobiliário americano, pois uma parcela significativa das pressões de preços vem do setor, o qual viu um boom de preços recentes semelhantes ao subprime - sem o envolvimento do crédito - o que significa que sinais de contração do setor, podem ser da inflação também.

ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa por balanços corporativos de J&J, Travelers, Hasbro, Lockheed Martin (NYSE:LMT) e bancos médios.

Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, após dados fortes da indústria japonesa.

O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.

Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro e paládio.

O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, apesar dos sinais de abertura em Shanghai.

O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,16%.

CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,6534 / -1,02 %
Euro / Dólar : US$ 1,08 / 0,111%
Dólar / Yen : ¥ 128,37 / 1,087%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / 0,023%
Dólar Fut. (1 m) : 4669,01 / -0,97 %
 
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,06 % aa (-0,08%)
DI - Janeiro 24: 12,68 % aa (-0,98%)
DI - Janeiro 26: 11,83 % aa (-0,88%)
DI - Janeiro 27: 11,77 % aa (-0,76%)
 
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,4255% /  115.687 pontos
Dow Jones: -0,1148% /  34.412 pontos
Nasdaq: -0,1402% /  13.332 pontos
 
Nikkei: 0,69% /  26.985 pontos
Hang Seng: -2,28%  /  21.028 pontos
ASX 200: 0,56% /  7.565 pontos
 
ABERTURA
DAX: -1,037% / 14017,01 pontos
CAC 40: -1,209% / 6509,69 pontos
FTSE: -0,579% / 7572,32 pontos
 
Ibov. Fut.: -0,21% / 117698,00 pontos
S&P Fut.: -0,27% / 4374,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,404% / 13853,50 pontos
 
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,76% / 133,97 ptos

Petróleo WTI: -1,53% /  $106,55
Petróleo Brent: -1,40% /  $111,58
 
Ouro: -0,08% /  $1.977,26
Minério de Ferro: -0,95% /‎‎ $155,62
 
Soja: 0,31% / $1.719,00
Milho: -0,18% /  $811,50
Café: 0,22% /  $224,00
Açúcar: -1,28% /  $20,00