Sempre que se guia pelo exagero, a tendência humana de super ou subavaliar os riscos e ganhos de um cenário cresce bastante e, não obstante, o mercado financeiro não é diferente.
Até dezembro do ano passado, mesmo com todos os sinais de alerta como choques de oferta, efeitos do câmbio na inflação, e pressão no atacado, discutia-se a possibilidade de se aprofundar do rompimento do “effective lower bound”, o juro básico abaixo de seu patamar mínimo, afinal, segundo alguns, a “inflação permitiria”.
Mantivemos uma postura crítica de tal cenário, pois igualmente alimentava as perspectivas do Banco Central em manter os juros baixos por um longo período de tempo, assim como a pressão de preços de um Real desvalorizado e volátil frente ao dólar.
No primeiro trimestre, como todos os sinais acabaram por se confirmar, tanto o Banco Central, quanto a maioria dos analistas ‘reverteu’ suas posições e começaram a advogar por uma normalização dos juros, dita esta parcial pela autoridade monetária naquele momento, mantendo uma premissa de cautela no aperto da política.
Agora, embebidos em um otimismo exacerbado, dados os resultados da atividade econômica no primeiro trimestre, as análises se voltam tanto para desenhar um cenário consideravelmente mais otimista para o ano, assim como uma inflação que pode acompanhar tal contexto.
Novamente, os desafios para um crescimento econômico robusto passam primeiramente por um processo intensivo e acelerado de imunização, o que ainda não tem ocorrido, aliás, sua velocidade foi reduzida.
Também necessitamos nos prevenir de uma ainda desconhecida possibilidade de terceira onda e suas consequências na atividade econômica.
Por fim, o cenário possui variáveis que dependem da vontade política para aprovação das reformas e com o Congresso praticamente no comando, como demonstrado na PEC da Eletrobras (SA:ELET3), o que pode dali sair será longe do ideal ao país.
Com tudo isso e a forte inflação de curto prazo, como a se observar no IPCA-15, demanda-se no mínimo cautela para se projetar um cenário “dourado”, pois temos o potencial, mas os desafios são igualmente grandes.
Na agenda macroeconômica destacam-se já divulgados o PIB e o índice IFO na Alemanha levemente acima das projeções, o índice de preços de imóveis nos EUA e o IPCA-15 no Brasil.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com perspectiva de um cenário mais positivo nas economias centrais.
Em Ásia-Pacífico, mercados em alta, puxados por ações de tecnologia.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, queda, exceto outro e platina.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com temores do Irã.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,38%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3185 / -0,89 %
Euro / Dólar : US$ 1,23 / 0,311%
Dólar / Iene : ¥ 108,90 / 0,064%
Libra / Dólar : US$ 1,42 / 0,155%
Dólar Futuro (1 m) : 5324,30 / -0,58 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 6,05 % aa (0,83%)
DI - Janeiro 23: 6,80 % aa (0,74%)
DI - Janeiro 25: 8,27 % aa (1,10%)
DI - Janeiro 27: 8,86 % aa (1,14%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,1739% / 124.032 pontos
Dow Jones: 0,5441% / 34.394 pontos
Nasdaq: 1,4118% / 13.661 pontos
Nikkei: 0,67% / 28.554 pontos
Hang Seng: 1,75% / 28.911 pontos
ASX 200: 0,98% / 7.115 pontos
ABERTURA
DAX: 0,737% / 15551,40 pontos
CAC 40: 0,087% / 6414,05 pontos
FTSE 100: 0,062% / 7055,95 pontos
Ibovespa Futuros: 1,18% / 124243,00 pontos
S&P 500 Futuros: 1,012% / 4193,80 pontos
Nasdaq 100 Futuros: 0,550% / 13701,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,12% / 91,48 ptos
Petróleo WTI: -0,64% / $65,65
Petróleo Brent: -0,57% / $68,10
Ouro: 0,11% / $1.884,57
Minério de Ferro: -0,15% / $208,20
Soja: 0,62% / $1.529,00
Milho: -0,38% / $652,25
Café: 1,68% / $150,70
Açúcar: 2,08% / $17,09