O intenso sell-off nos mercados ontem, em resposta à perspectiva de elevação de juros mais intensa pelo FOMC para coibir a forte escalada da inflação tem no PPI hoje um possível catalisador, com projeções de 0,8% ao mês e 10,9% ao ano.
A encruzilhada do Fed entre a inflação e o crescimento econômico, além de ser um “ferimento auto-infligido”, expõe a politização das decisões monetárias, em meio ao processo eleitoral de meio de mandato americano.
Neste sentido, os investidores se dividem nas perspectivas daquilo que o aperto monetário e sua intensidade podem trazer, pois a leniência com a inflação já cobra um elevado preço, incrementando a possibilidade da perda de controle.
Por outro lado, quanto mais se demora para controlá-la, mais premente fica a percepção de que seu controle será via a contratação de uma recessão muito em breve, algo igualmente preconizado nas projeções dos analistas.
Em resumo, seja qual for o cenário, o Fed não respeitou a máxima de que “conflito adiado é conflito multiplicado” e deverá enfrentar algo sensivelmente pior, na proporção em que evite tomar uma atitude à altura necessária do problema.
Conforme citamos ontem, as curvas de juros já exigem 75 bp e instituições como BoFA, Barclay’s e Goldman declararam abertamente apoio a tal elevação de juros, o que aliviaria parte das tensões quanto à inflação e elevaria às tensões de recessão.
Tudo para se evitar um Volcker Moment.
Ainda assim, considerando a postura usual do Fed nos últimos anos e a percepção quanto à adoção de uma política monetária questionável, a probabilidade é de que a elevação seja de 50 bp, levando novamente o mercado à uma postura confusa.
Hoje, além da reunião do FOMC, inicia a reunião do COPOM, com um trabalho “menos difícil” da nossa autoridade monetária, em meio ao overshooting de juros já promovido, em meio à queda vertiginosa promovida há 15 meses.
Ainda que os EUA elevem seus juros, nosso diferencial pode continuar atrativo ao capital estrangeiro, caso seja sinalizada a manutenção por um período além daquele preconizado tanto pelas curvas de juros, quanto pelas projeções do mercado.
Além do PPI, atenção ao volume do setor de serviços no Brasil e à piora já registrada da inflação na Alemanha, com índices Zew negativos.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pela inflação ao atacado nos EUA e diversas decisões de política monetária.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com bolsas chinesas em alta, apesar dos temores das ações do Fed.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro e prata.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, à medida que oferta apertada compensa China e temores de recessão.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,85%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1168 / 2,60 %
Euro / Dólar : US$ 1,04 / 0,279%
Dólar / Yen : ¥ 134,15 / -0,193%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / -0,198%
Dólar Fut. (1 m) : 5135,39 / 2,50 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,58 % aa (1,60%)
DI - Janeiro 24: 13,29 % aa (2,31%)
DI - Janeiro 26: 12,70 % aa (2,05%)
DI - Janeiro 27: 12,74 % aa (2,00%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,7332% / 102.598 pontos
Dow Jones: -2,7906% / 30.517 pontos
Nasdaq: -4,6807% / 10.809 pontos
Nikkei: -1,32% / 26.630 pontos
Hang Seng: 0,00% / 21.068 pontos
ABERTURA
DAX: -0,876% / 13309,40 pontos
CAC 40: -1,367% / 5940,00 pontos
FTSE: -0,476% / 7171,53 pontos
Ibov. Fut.: -2,76% / 102708,00 pontos
S&P Fut.: 0,16% / 3756,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,429% / 11344,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,00% / 133,24 ptos
Petróleo WTI: 0,52% / $121,56
Petróleo Brent: 0,74% / $123,17
Ouro: 0,20% / $1.822,76
Minério de Ferro: -1,14% / $133,05
Soja: 0,26% / $1.712,00
Milho: -1,01% / $761,50
Café: 0,67% / $224,85
Açúcar: -0,05% / $18,70