Dentro do cenário das duas importantes decisões de política monetária, destacamos os seguintes trechos do nosso relatório de ontem, primeiro sobre o COPOM:
“Fica difícil à autoridade monetária seguir em diante com sua pretensão de uma pausa no aperto, a qual, ainda que possível, só deve ocorrer com ao menos um aumento adicional de juros, na reunião seguinte à esta.”
E sobre a decisão de juros nos EUA:
“O Fed sabe (...) que não “quer” gerar recessão, ferir o mercado financeiro e dar o braço a torcer pela excessiva liquidez injetada no mercado nos últimos 12 anos, mas acelerada absurdamente nos últimos 2 anos”
Por parte do Fed, além de efetivamente afastar a possibilidade de um aperto monetário que supere as dimensões atuais de 50 bp, o processo de redução do balanço se mostra muito mais cadenciado do que se preconizou na decisão anterior.
Para o mercado financeiro, a notícia foi recebida com real celebração, pois adia o processo de redução acelerada do apetite de prêmio de risco, dados o fim do cenário de aperto monetário, o qual dragaria a liquidez para os juros americanos.
Entretanto, ainda que preserve tal liquidez, o Fed mostra que cada vez mais está disposto a manter a leniência que tem levado a recordes consecutivos de inflação ao atacado e varejo, sendo que, para Powell, a culpa da escala de preços é sempre do agente externo, seja China, seja Ucrânia, mas nunca desta política monetária.
Em resumo, o mercado comemora o fato do Fed deixar a inflação se resolver sozinha, ao invés de agir de forma a combate-la, daí, o “pouso suave” pode vir da redução do poder de compra da população, devido ao custo imposto pela inflação.
Por aqui, o COPOM também deixou pouco para a imaginação, ao colocar quantos motivos pudesse imaginar para justificar a manutenção do aperto para mais uma reunião, em que projetamos uma elevação de juros em 50 bp.
Como o petróleo acabou por frustrar as esperanças do comitê de findar o aumento de juros ontem, acumularam-se motivos para aprofundar ainda mais a taxa na zona contracionista, se aproximando do recorde recente de juros no Brasil.
A questão se isso será, ou mesmo se foi, efetivo no combate à inflação não mais interessa e sim, manter o spread de juros que preserve o fluxo de capital suficiente para o Real se valorizar e consequentemente, controlar a inflação.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, após a decisão de juros nos EUA e na expectativa pelo BoE.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, após a alta de juros pelo FOMC e PMI chines.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção à platina e ao paládio.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com o banimento do petróleo russo, porém atento aos dados mais fracos da China.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,83%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,9199 / -0,85 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / -0,226%
Dólar / Yen : ¥ 129,60 / 0,457%
Libra / Dólar : US$ 1,26 / -0,546%
Dólar Fut. (1 m) : 4956,85 / -1,00 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,04 % aa (-0,31%)
DI - Janeiro 24: 12,59 % aa (-0,79%)
DI - Janeiro 26: 11,89 % aa (-0,92%)
DI - Janeiro 27: 11,91 % aa (-0,83%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,7044% / 108.344 pontos
Dow Jones: 2,8141% / 34.061 pontos
Nasdaq: 3,1925% / 12.965 pontos
Nikkei: -0,11% / 26.819 pontos
Hang Seng: -0,36% / 20.793 pontos
ASX 200: 0,82% / 7.365 pontos
ABERTURA
DAX: 1,398% / 14166,19 pontos
CAC 40: 1,648% / 6501,10 pontos
FTSE: 0,873% / 7558,83 pontos
Ibov. Fut.: 1,76% / 109632,00 pontos
S&P Fut.: -0,53% / 4272,5 pontos
Nasdaq Fut.: -0,828% / 13434,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,83% / 132,53 ptos
Petróleo WTI: 0,01% / $107,82
Petróleo Brent: 0,43% / $110,61
Ouro: 0,88% / $1.898,81
Minério de Ferro: 2,02% / $145,75
Soja: 0,65% / $1.669,75
Milho: 0,19% / $800,00
Café: 1,37% / $221,20
Açúcar: 0,48% / $18,76