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Ações Americanas Caem em Fevereiro por Preocupações com a Ucrânia e Inflação

Publicado 02.03.2022, 13:29
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Parece que já faz muito mais tempo do que apenas 11 dias desde que o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, falou que o banco central dos EUA deveria subir as taxas de juros de curto prazo em 1% até 1 de julho. Bullard estava respondendo à rápida alta da inflação no país, que superou a marca de 7% ano a ano, seu nível mais alto em décadas.

Depois dos seus comentários, as ações desfaleceram. O índice S&P 500 afundou 4% ao longo dos três dias seguintes.

Quase três semanas depois, mesmo com os alertas inflacionários, como o IPC dos EUA a 6% na comparação mensal, a maior questão agora é saber qual será o estrago que a invasão da Rússia na Ucrânia terá nos mercados e na economia global.

Resposta breve: grande. E com muita volatilidade à frente.

Ambos os fatores – em si, já preocupantes – provocaram fortes declínios nos mês de fevereiro em vários mercados globais. No que se refere aos índices dos EUA, o S&P 500 encerrou o mês com uma queda de 3,1%. O Dow Jones Industrial recuou 3,5%, e o Nasdaq Composite derrapou 3,4%. Os três índices também sofreram seu segundo mês consecutivo de perdas.

As ações caíram no Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Índia e Hong Kong no mês passado.

De fato, o mercado acionário vem enfrentando dificuldades nos últimos meses, desde pelo menos o início de 2022, senão mais. O Nasdaq 100 não atinge uma máxima de 52 semanas desde 22 de novembro de 2021, mas os declínios do índice têm sido modestos, apesar de tudo.

Mesmo assim, neste início de março, o centro das atenções estará voltado para a guerra russa na Ucrânia. Embora autoridades de ambos os países tenham se reunido na segunda-feira perto da fronteira da Bielorrússia e concordaram em se encontrar novamente, nenhum acordo ainda foi selado.  No momento em que escrevo, o combate só se intensifica.

A invasão russa tem sido fortemente criticada ao redor do mundo e uma série de sanções foi imposta a Moscou e seus mecanismos de apoio. Os mercados também estavam punindo a agressão russa.

USD/RUB 300 minutos

O dólar saltou 32% contra o rublo na segunda-feira.

A Bolsa de Valores da Rússia registrou uma queda de 34% no ano até a sexta-feira e ficou fechada durante toda a segunda-feira, 28 de fevereiro. As negociações de ações e derivativos em Moscou também permaneceram fechadas na terça-feira, 1 de março. Além disso, houve a interrupção da negociação de diversas ações de empresas cujos negócios estão em sua maioria na Rússia, mas as quais abriram seu capital nos Estados Unidos, como a maior empresa de internet do país, a Yandex (NASDAQ:YNDX) e a plataforma de varejo eletrônico Ozon Holdings (NASDAQ:OZON).

No entanto, o petróleo continuou seu rali quase incessante desde o fundo tocado no primeiro trimestre de 2020. O barril superou a marca de US$100 pela primeira vez desde 2014. O Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34)acredita que os preços do petróleo vão atingir US$115 em breve.

Os preços da gasolina no varejo subiram cerca de 22% nos Estados Unidos e devem se aproximar de US$4 por galão (geral) pela primeira vez desde meados de 2008.

Desde a invasão, os países ocidentais impuseram sanções mais rígidas à Rússia. Entre elas está o fechamento do seu espaço aéreo para aeronaves russas, restrições às transações em dólares do Banco Central da Rússia e congelamento das reservas internacionais do país, sem mencionar medidas de congelamento dos ativos em dólares do presidente Vladimir Putin e vários de seus oligarcas aliados.

Ao mesmo tempo, duas gigantes petrolíferas, a BP (NYSE:BP) (SA:B1PP34) e a Shell (NYSE:SHEL) (SA:RDSA35), anunciaram na segunda-feira que venderão suas participações em empresas de petróleo da Rússia. As ações da BP caíram 8% com a notícia. No mesmo sentido, a General Motors (NYSE:GM) (SA:GMCO34) disse que não faria mais remessas de Cadillacs e Chevrolets para a Rússia. A medida abrange cerca de 3000 unidades por ano, segundo uma matéria do Detroit Free-Press.

O mais surpreendente é que a crise na Ucrânia pressionou algumas ações inesperadas, como a Anheuser-Busch InBev (NYSE:BUD).

BUD 300 minutos

A gigante do setor de bebidas caiu 2% em fevereiro, mas 3,8% nas duas últimas semanas do mês. Ela possuiu uma participação de 14% no mercado de cervejas na Rússia.

Por outro lado, a situação na Europa beneficiou ações defensivas. A Lockheed Martin (NYSE:LMT) saltou 11,4%, enquanto a Northrop Grumman (NYSE:NOC) valorizou-se 19,5% no mês.

Já está claro que a invasão na Ucrânia contribuirá para o aumento dos preços de alimentos. O contrato futuro do trigo negociado em Chicago saltou 8,6%, para US$8,34 por bushel, na segunda-feira, maior ganho intradiário da commodity em uma década.

Trigo futuro 300 minutos

O trigo subiu 22,7% no mês passado. A Ucrânia é uma das principais regiões exportadoras do grão, e a invasão russa transtornou as atividades de remessa nos portos ucranianos do Mar Negro.

Francamente, ninguém sabe quando o conflito terminará e quanto tempo será necessário para reestruturar a economia ucraniana, considerando que o país tenha sucesso em expulsar a Rússia do seu território e preservar sua independência.

Portanto, a guerra na Ucrânia e a inflação andam de mãos dadas e devem continuar gerando preocupação por meses. Todos esperamos que a situação não provoque a entrada de outros países no conflito.

Mais fácil de lidar é o fato de que os bancos centrais devem manter suas taxas de juros perto de zero por mais um ano (pelo menos). Isso, evidentemente, leva-nos ao Federal Reserve e a dois importantes eventos em março.

O primeiro deles é o depoimento semestral do presidente do Fed, Jerome Powell, ao congresso, no qual abordará a política econômica e monetária junto ao Comitê da Câmara sobre Serviços Financeiros. A expectativa é que o foco seja a Rússia e como o Fed lidará com a inflação. Powell fará outro depoimento na quinta-feira perante o Comitê Bancário do Senado.

O evento mais importante será a decisão dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto sobre as taxas de juros, em sua reunião de 15-16 de março. A expectativa é que o Fed eleve a meta de juros básicos (taxa dos fundos federais) em um quarto de ponto percentual. (Ela encontra-se agora em 0% a 0,25%.) O objetivo do Fed, como ressaltou Powell em janeiro, é reduzir a pior inflação dos EUA em 40 anos.

Esse esforço pode levar pelo menos um ano para funcionar, talvez mais, mas o instrumento é de difícil manejo. Elevações de juros aplicadas a todos não levam em consideração circunstâncias econômicas individuais. O risco então é, se for necessário muito tempo para domar a inflação, uma recessão pode acabar acontecendo.

Vencedores e perdedores de fevereiro

Nem todas as ações se saíram mal em fevereiro. Mas é evidente que o mercado enfrenta dificuldades desde o fim de 2021 e início de janeiro.

Apenas nove das trinta ações de megacapitalização listadas no Dow fecharam em alta no mês, com destaque para a petrolífera Chevron (NYSE:CVX).

OXY 300 minutos

Além disso, apenas um dos onze setores do S&P 500 encerrou o mês no azul: o de Energia, que subiu 6,37%, com destaque para Occidental Petroleum (NYSE:OXY), Devon Energy (NYSE:DVN)  (SA:D1VN34) e Marathon Oil (NYSE:MRO)  (SA:M1RO34). Apenas vinte e sete das cento e uma ações do Nasdaq 100 subiram em fevereiro.

Também foi possível identificar alguma força nas ações financeiras e do setor de viagens e indústria.

O setor mais fraco em fevereiro foi o de serviços de comunicação, que inclui Disney (NYSE:DIS) (SA:DISB34), Live Nation Entertainment (NYSE:LYV), Netflix (NASDAQ:NFLX)  (SA:NFLX34) e Meta Platforms (NASDAQ:FB), empresa controladora do Facebook. A Meta Platforms caiu quase 33% no mês. E, como sua capitalização de mercado é muito grande (atualmente de US$574,4 bilhões), ela pode facilmente fazer o NDX cair.

As ações de destaque do S&P 500 foram:

  • SolarEdge Technologies (NASDAQ:SEDG), que fabrica equipamentos solares, com uma alta de 34,1%.
  • A fabricante de fertilizantes Mosaic (NYSE:MOS), com uma alta de 31,2%.
  • A fabricante de aço Nucor (NYSE:NUE) (SA:N1UE34), com uma alta de 29,8%.
  • A produtora de cobre e ouro Freeport-McMoRan (NYSE:FCX) (SA:FCXO34), com uma alta de 26,1%
  • A empresa aeroespacial e de defesa L3Harris Technologies (NYSE:LHX) (SA:L1HX34), com uma alta de 20,6%.

As cinco ações mais fracas do S&P 500 no mês foram:

  • A desenvolvedora de software EPAM Systems (NYSE:EPAM), com uma queda de 56,4%. A empresa obtém a maior parte dos seus códigos da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia.
  • A empresa de pagamentos PayPal (NASDAQ:PYPL) (SA:PYPL34), com queda de 34,9%.
  • Meta Platforms Inc (NASDAQ:FB)(SA:FBOK34) (FB), com queda de cerca de 33%.
  • A empresa de utilidade pública Exelon (NASDAQ:EXC), com que de 26,6%.
  • A empresa de saúde Viatris (NASDAQ:VTRS), com queda de 26,5%.

Além da Chevron, que subiu 9,7% em fevereiro, as principais ações do Dow foram:

  • American Express (NYSE:AXP)  (SA:AXPB34), alta de 8,2%
  • Walt Disney Company (NYSE:DIS)(SA:DISB34) , alta de 3,8%
  • Travelers (NYSE:TRV) (SA:TRVC34), alta de 3,4%
  • Boeing (NYSE:BA) (SA:BOEI34), alta de 2,6%.

Quem ficou para trás foi:

  • Home Depot (NYSE:HD) (SA:HOME34), queda de 13,9%
  • 3M (NYSE:MMM) (SA:MMMC34), queda de 10,5%
  • Salesforce.com (NYSE:CRM) (SA:SSFO34), queda de 9,6%
  • IBM (NYSE:IBM) (SA:IBMB34), queda de 8,3%
  • Nike (NYSE:NKE) (SA:NIKE34), queda de 7,8%

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