Na semana do FOMC, Payroll, agenda cheia no exterior, feriado no Brasil, é inevitável a discussão do país sob nova direção, após uma eleição historicamente dividida, com um congresso formatado para ser literal oposição ao atual governo e cenários em relação à questão fiscal totalmente vagos.
Se por um lado, existia por parte dos investidores uma preocupação com a reversão de reformas importantes já aprovadas no congresso, como da previdência, trabalhista e alguns avanços de digitalização do governo, analistas políticos são enfáticos em dizer que o poder para tais reversões é praticamente inexistente.
Arthur Lyra deve se consolidar como presidente da câmara, enquanto o senado, com um grupo grande simpático ao futuro ex-presidente não fará com que as pautas do executivo fluam nas casas legislativas com facilidade.
Ao mercado financeiro, muito importa neste momento a escolha da equipe econômica, pois nos países com viés de esquerda e mesmo em momentos anteriores no mandato do PT, as benesses e as desgraças dos governos vieram de uma equipe econômica desalinhada e de propostas que abusaram da heterodoxia.
Como há limite da aderência do congresso a tais pautas, o nome da futura equipe econômica importa e muito, já que Campos Neto permanece por mais dois anos no comando do Banco Central e dali já se sabe o comando da política monetária.
A vitória foi na presidência, mas não se refletiu nos estados e no congresso nacional e esta é a mensagem que o novo presidente deverá refletir muito, pois pode buscar um entendimento de que as reformas deixarão um legado mais duradouro, se bem feitas, nos moldes de Temer, o que pode soar como um estelionato eleitoral para sua base, ou passar os próximos quatro anos tentando de toda forma costurar apoio para temas que muitas vezes sofrem enorme antipatia pública e consequentemente, do legislativo.
Somente existe uma certeza desta eleição e é de que o Brasil não é um país para amadores, especialmente investidores e se considerarmos os diversos mercados e ativos aqui contemplados, o novo governo pode ser, como foi, muito favorável ao investimento em renda fixa, reflexo dos movimentos das curvas de juros, buscando prêmios, em resposta às políticas adotadas no passado.
Na agenda de hoje, atenção aos dados fiscais no Brasil, registrando mais um mês positivo dos números do governo e no exterior, o CPI e o PIB da Zona do Euro.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pelos resultados de Berkshire, Mondelez, Aflac, Zoom e Avis e no Brasil, Cielo (BVMF:CIEL3).
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, após a série de PMIs na China descenderem à zona de contração, por outro lado, um crescimento mais forte do varejo japonês.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro e a platina.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, com temores de recessão, dado o crescimento mais fraco da China.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4,54%.
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2966 / -0,87 %
Euro / Dólar : US$ 0,99 / -0,291%
Dólar / Yen : ¥ 148,36 / 0,461%
Libra / Dólar : US$ 1,16 / -0,439%
Dólar Fut. (1 m) : 5322,00 / 0,14 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,67 % aa (0,04%)
DI - Janeiro 24: 12,97 % aa (0,04%)
DI - Janeiro 26: 11,68 % aa (-0,09%)
DI - Janeiro 27: 11,65 % aa (-0,13%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,0887% / 114.539 pontos
Dow Jones: 2,5864% / 32.862 pontos
Nasdaq: 2,8703% / 11.102 pontos
Nikkei: 1,78% / 27.587 pontos
Hang Seng: -1,18% / 14.687 pontos
ASX 200: 1,15% / 6.863 pontos
ABERTURA
DAX: 0,172% / 13266,04 pontos
CAC 40: -0,183% / 6261,56 pontos
FTSE: 0,140% / 7057,55 pontos
Ibov. Fut.: 0,07% / 116332,00 pontos
S&P Fut.: -0,43% / 3894,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,647% / 11518,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,09% / 112,97 ptos
Petróleo WTI: -0,75% / $87,24
Petróleo Brent: -0,65% / $95,15
Ouro: -0,36% / $1.639,09
Minério de Ferro: -2,09% / $79,00
Soja: 0,77% / $1.398,50
Milho: 2,68% / $699,00
Café: 2,74% / $174,75
Açúcar: 1,19% / $17,82