- Preocupações com a disparada da inflação, alta de juros e desaceleração econômica.
- Apesar do difícil cenário macro, algumas ações de crescimento menos visadas se recuperaram.
- Uber, Trade Desk e Pinterest oferecem potencial de alta.
- Desempenho no acumulado do ano: -25,3%
- Desempenho desde a máxima histórica: -51,1%
- Desempenho no acumulado do ano: -30,3%
- Desempenho desde a máxima histórica: -44,1%
- Desempenho no acumulado do ano: -32,4%
- Desempenho desde a máxima histórica: -72,6%
As ações em Wall Street deve registrar um dos seus piores anos da história, em meio a temores envolvendo os planos agressivos do Federal Reserve de elevar os juros para combater a inflação persistentemente alta nos EUA.
O índice Dow Jones Industrial acumula queda de 14,4% no ano, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq Composite, repleto de ações de tecnologia, recuam 17,5% e 25,6%, respectivamente.
Apesar disso, três ações de crescimento conseguiram se recuperar bastante e ainda oferecem perspectiva de alta, graças ao enorme potencial de avanço dos seus respectivos negócios.
Uber
As ações da Uber Technologies (NYSE:UBER) (BVMF:U1BE34) vêm enfrentando dificuldades em 2022, ao afundar cerca de 25%, com os investidores fugindo de empresas de tecnologia de alto crescimento mais sensíveis às elevações de juros por conta dos seus valuations esticados.
Depois de disparar até a máxima recorde de US$ 64,05 em fevereiro de 2021, seus papéis tombaram rapidamente até a mínima de US$ 19,90 em 30 de junho, mas conseguiram recuperar parte dessas perdas. No entanto, continuam cerca de 51% abaixo do pico recente.
Em minha visão, o forte declínio as ações da Uber oferece uma atraente oportunidade de compra para investidores de longo prazo, já que a melhora nas tendências de mobilidade e a atual força do segmento de delivery melhoraram a relação de risco-retorno.
De fato, a Uber divulgou resultados trimestrais impressionantes no início de agosto, graças à demanda mais forte dos clientes.
O mais importante é que a companhia apurou um fluxo de caixa positivo pela primeira vez na sua história e prevê um lucro operacional no 3º tri acima das expectativas.
“Isso marca uma nova fase para a Uber em seu crescimento futuro autofinanciado, com alocação disciplinada de capital e maximização de retorno aos acionistas no longo prazo”, afirmou o diretor-geral financeiro da Uber, Nelson Chai, na divulgação do balanço.
Mesmo com a alta recente, os papéis da Uber continuam entre os favoritos em Wall Street, com 41 de 45 analistas pesquisados pelo Investing.com recomendando compra com uma convicção bastante elevada, além de um potencial de alta de quase 52%.
Trade Desk
A Trade Desk (NASDAQ:TTD) (BVMF:T2TD34), empresa que opera uma plataforma de software de autosserviço, onde os clientes podem comprar e administrar campanhas de publicidade digital baseadas em dados, viu seu valuation despencar neste ano, quando suas ações se desvalorizaram cerca de 30%.
No entanto, as ações da especialista em aquisição de anúncio digitais, cuja capitalização de mercado é de US$ 31,2 bilhões, registraram uma impressionante recuperação desde que atingiram a mínima de 52 semanas de US$ 39 em 14 de julho.
Os investidores que perderam os fortes movimentos de alta do ano passado podem avaliar uma compra na Trade Desk, graças à sua inovadora plataforma de compras de anúncio online. As ferramentas de publicidade digital da companhia permitem que as marcas pesquisem públicos com mais facilidade em uma variedade de aparelhos, com maior precisão em um mundo sem cookies de terceiros.
“Se continuarmos nossa execução, acreditamos que nos beneficiaremos desse vento a favor, como qualquer empresa do mundo”, declarou o fundador e CEO, Jeff Green.
A Trade Desk divulgou sólidos resultados trimestrais, apesar de diversos obstáculos macroeconômicos. Além disso, a gerência da empresa demonstrou otimismo com a perspectiva para os próximos meses, prevendo um crescimento de receita de quase 28% no terceiro trimestre, para US$ 385 milhões.
Não é de surpreender que a maioria dos analistas continua otimista com as ações da TTD, como mostra uma pesquisa do Investing.com, que revelou que 15 de 21 analistas que cobrem a empresa recomendam compra.
A Pinterest (NYSE:PINS) viu suas ações caírem mais de 30% neste ano, ao perder a atratividade para os investidores, em meio a preocupações com a desaceleração do crescimento do número de usuários e piora do cenário macro.
Após uma drástica queda no ano, as ações da PINS se recuperaram bastante desde que atingiram a mínima de 52 semanas de US$ 16,14 em meados de maio.
A investidora ativista Elliott Investment Management gerou uma reviravolta no papel em julho, depois de revelar que havia se tornado a maior acionista da companhia, com uma fatia de 9%.
Apesar das perdas no acumulado do ano, acredito que as ações da Pinterest devem continuar se recuperando, graças à melhora dos fundamentos, estabilização das tendências de crescimento do número de usuários e maior potencial de monetização sob a gestão do CEO Bill Ready.
Ready, ex-executivo da Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e especialista em comércio eletrônico, assumiu o cargo em junho, sucedendo o cofundador e CEO Ben Silbermann, que agora é presidente executivo do conselho.
“Como plataforma líder de mercado na interseção de mídia social, pesquisa e comércio eletrônico, a Pinterest ocupa uma posição única nos ecossistemas de publicidade e compras, e o CEO Bill Ready é o líder certo para supervisionar a próxima fase de crescimento da Pinterest”, afirmou a Elliot em um comunicado após o sólido balanço da companhia em 2 de agosto.
vWall Street tem uma visão bastante altista para a PINS, com 33 dos 34 analistas pesquisados pelo recomendando compra ou manutenção em carteira, além de um preço-alvo médio de US$ 26,17, o que representa um potencial de alta de 6,4%.
Aviso: No momento da publicação, Jesse não detinha qualquer posição nos ativos mencionados. As visões discutidas neste artigo correspondem exclusivamente à opinião do autor e não devem ser consideradas como uma recomendação de investimento.