ÁSIA: O rali nas bolsas asiáticas continuou nesta quinta-feira (17/03), com os investidores animados com as decisões do Federal Reserve dos EUA e alta nos preços do petróleo. Mas, as bolsas no Japão perderam terreno com o fortalecimento do iene.
O Federal Reserve deve aumentar as taxas de juros de curto prazo mais duas vezes, apenas neste ano, abaixo dos quatro previstos inicialmente. O Fed manteve as taxas entre 0,25% e 0,50% e mostrou uma visão mais cautelosa sobre a economia dos EUA, mantendo preocupações com a fraqueza do crescimento global e volatilidade dos mercados financeiros, muito mais “dovish” do que o mercado esperava, resultando em ralis em commodities, moedas correlacionadas com commodities e mercados emergentes. As taxas estáveis nos EUA beneficiam ações asiáticas porque os investidores têm menos incentivos para tirar dinheiro da região em busca de rendimentos mais elevados nos EUA. O Índice MSCI Pacífico-Ásia caiu 4,5% neste ano.
No Japão, o Nikkei fechou 0,22% menor, a 16,936.38, estendendo a sua queda ao longo das duas sessões anteriores, após exportações em fevereiro caírem pelo quinto mês consecutivo, sua maior sequência de quedas desde 2012 e com o iene se fortalecendo a 111,83 ienes frente ao dólar, abaixo dos níveis em torno de ¥ 113,70 antes da decisão do Fed. Um iene mais forte normalmente pesa sobre mercado de exportação do Japão.
As exportações recuaram 4,0% em relação ao ano anterior para Y 5.703 trilhões, no mês passado, menor do que a queda de 12,9% em janeiro e pior do que a queda de 3,0% esperada pelos economistas consultados pelo The Wall Street Journal. Os dados são os mais recentes de uma série de indicadores que mostram ventos contrários continuando a minar a economia do Japão. As exportações e o consumo doméstico fraco encolheram a economia no quarto trimestre do ano passado e agora ameaçam colocar de volta em uma recessão. As exportações para a China subiram 5,1% em fevereiro, o primeiro aumento em sete meses, mas as exportações para a região asiática caíram 6,1%, a sexta queda mensal consecutiva. Cerca da metade das exportações japonesas são para a Ásia. As exportações para os EUA, o maior importador de produtos feitos no Japão, subiu modestos 0,2%. As exportações caíram 2,4% em relação ao mês anterior, quando ajustadas por variações sazonais, mas os volumes exportados subiram 0,2% ante o ano anterior, um aumento modesto, mas o primeiro em oito meses.
As importações japonesas diminuíram 14,2% em fevereiro para Y 5.461 trilhões, a 14ª queda mensal consecutiva, enquanto a balança comercial do Japão chegou a um excedente de Y 242.8 bilhões, em comparação com um déficit de Y 426.0 bilhões, no mesmo mês do ano anterior. Economistas consultados pelo The Wall Street Journal esperavam um excedente Y 387.1 bilhões.
Mercados chineses fecharam em alta. O Shanghai Composite fechou em alta de 1,22%, para 2,905.543 pontos e o Shenzhen Composite subiu 3,56%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em alta de 1,21%. Os volumes negociados também aumentaram. Um sinal de que os investidores estão dispostos a assumir mais riscos. O volume de negócios na Bolsa de Xangai foi de 213,8 bilhões de yuanes (US$ 32.800.000.000), superando a média diária deste ano de 204,9 bilhões de yuanes. Em Shenzhen, o ChiNext subiu 5,55% depois que uma mídia chinesa local informou que planos para lançar startups em Xangai podem atrasar ou serem descartados. O yuan se fortaleceu contra o dólar que foi negociado em baixa de 0,63%, a 6,4954. Antes da abertura dos mercados, o Banco Popular da China (PBOC) fixou a taxa média do yuan em 6,4961, ante correção de 6,5172 na quarta-feira (16/03).
Na Austrália, o S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,96%, a 5,168.15 pontos, impulsionado pela ascensão de 2,75% do sub-índice de energia e 2,32% no setor de recursos. O dólar australiano, que também se beneficiou com as medidas do Fed, saltou para uma alta de oito meses em US$ 0,7619. A taxa de desemprego em fevereiro caiu inesperadamente para 5,8%, ante 6,0%.
As mineradoras lideraram a alta nos mercados australianos após alta nos preços das commodities durante a noite, com a BHP Billiton adicionando 2,4% para US$ 17,29 e Rio Tinto (LON:RIO) ganhando 2,4% para US$ 43,73. A produtora exclusiva de minério de ferro Fortescue disparou 9% para US$ 2,65 após uma recuperação de 1,3% no preço do minério de ferro para US$ 53.57 a tonelada, depois que o preço da commodity a granel chegou a cair por seis sessões consecutivas.
Produtoras de ouro também estavam entre os maiores vencedores, após medidas “dovish” do Fed, com o metal precioso subindo mais de 2%, acima de US$ 1260 a onça, durante a noite. Taxas mais baixas nos EUA tendem a apoiar o metal precioso, que se tornam mais competitivas em relação aos ativos remunerados, além disso, o ouro também é considerado um hedge contra a inflação e alguns analistas acreditam que uma trajetória mais lenta da alta dos juros pelo Fed pode permitir que a inflação suba nos EUA.
O petróleo avançou no comércio asiático, na sequência da alta durante o horário do pregão americano; ganhos que vieram quando os estoques semanais de petróleo bruto nos EUA se mostraram menores do que o esperado e com notícias de que os grandes produtores de petróleo se reunirão, em 17 de Abril no Qatar, para falar novamente sobre congelamento de produção. Papéis de empresas da região subiram.
Na Austrália, Santos subiu 5%, Woodside Petroleum avançou 2,23% e Oil Search subiu 2,76%, enquanto no Japão, Inpex ganhou 2,4% e Japan Petroleum adicionou 1,53%. Na China continental, Sinopec Shanghai Petrochemical subiu 1,39%, China Petroleum fechou estável, enquanto PetroChina caiu 0,13%.
EUROPA: As bolsas europeias abriram em alta, mas logo devolveram os ganhos apesar do Federal Reserve dos EUA sinalizar menos altas das taxas de juro este ano do que o esperado. Nesta quinta-feira (17/03), saem as decisões das taxa de juros dos bancos centrais: Banco da Inglaterra, Swiss National Bank e do banco central da Noruega.
O pan-europeu Stoxx 600 abriu em alta de 0,3%, antes de ser negociado 0,3% menor nesta quinta-feira de manhã. As ações da francesa LafargeHolcim sobem 1,5% após a maior empresa do mundo de materiais de construção informar uma perda líquida no quarto trimestre de 2015. As ações da companhia aérea Lufthansa caem 4,5%, apesar do grupo alemão postar um aumento de 55% no lucro operacional em 2015 graças a baixos preços de combustível e alta demanda, informou a Reuters.
No Reino Unido, o FTSE 100 opera entre pequenos ganhos e perdas. Destaque para os ganhos no setor de mineração. Anglo American (LON:AAL) dispara 10,23%, Glencore (LON:GLEN) avança 8,70%, enquanto a produtora de cobre Antofagasta (LON:ANTO) Psobe 7,27%. As gigantes BHP Billiton e Rio Tinto sobem 7,68 e 5,03%, respectivamente. Jean-Sebastien Jacques, chefe da divisão de cobre e carvão da Rio Tinto da Austrália, será sucessor de Sam Walsh como presidente-executivo. Walsh vai se aposentar 01 de julho.
As grandes petrolíferas também se beneficiam da alta das commodities. BP sobe 2,67% e Royal Dutch Shell avança 1,69%.
O superávit comercial da zona do euro encolheu em janeiro, uma indicação de que o crescimento mais lento na China e outras economias em desenvolvimento estão atrasando a modesta recuperação da área da moeda. A desaceleração das exportações também contribuiu para o enfraquecimento do crescimento econômico na zona do euro durante o segundo semestre do ano passado e parece continuar em 2016.
Após ajustes sazonais, as exportações da área da moeda para o resto do mundo caiu 1,9% em janeiro, enquanto as importações diminuíram 1,3%, impactando negativamente o superávit comercial que caiu para 21,2 mil milhões de euros, ante EUR 22.5 bilhões em dezembro de 2015. A fraqueza das exportações, apesar da depreciação do euro. desde que o Banco Central Europeu lançou a primeira de uma série de medidas de estímulo em meados de 2014, foi um dos fatores que levaram os políticos a lançar um novo pacote de iniciativas destinadas a reforçar o crescimento e a inflação na reunião de 10 de março.
Os economistas do BCE reduziram suas previsões de crescimento este ano para 1,4%, ante 1,7% em dezembro, o que marcaria uma desaceleração, ante expansão de 1,6% registrada no ano passado.
No entanto, há sinais de resiliência na região. Números divulgados no início desta semana mostraram que a produção industrial saltou em janeiro, registrando seu maior aumento em mais de seis anos, enquanto a construção aumentou em seu ritmo mais rápido em quase quatro anos. Apesar da economia da zona euro não diminuir, como os economistas do BCE esperam, é pouco provável que a inflação siga na direção da meta do banco central de pouco menos de 2%.
Os preços ao consumidor ficaram 0,2% menores em fevereiro do que um ano antes. Ao todo, 11 dos 19 membros da zona do euro estavam em deflação, em comparação com seis em janeiro. Os preços caíram mais acentuadamente, no Chipre, a 2,2% e cresceu mais acentuadamente na Bélgica, subindo 1,1%.
A agência de estatísticas elevou sua estimativa do núcleo da inflação, que exclui os preços de itens como alimentos e energia, que são muito voláteis e em grande parte influenciados por medidas políticas da zona do euro, de 0,7 para 0,8%.
AGENDA DO INVESTIDOR: EUA
9h30 - Philly Fed Manufacturing Index (indicador responsável por mensurar a atividade industrial no estado);
9h30 - Unemployment Claims (número de pedidos de auxílio-desemprego);
9h30 - Current Account (saldo da conta corrente norte-americana);
11h00 - JOLTS Job Openings (pesquisa mensal em diferentes indústrias em que analisa contratações, abertura de emprego, demissões, recrutamentos, etc);
11h00 - CB Leading Index (ou Índice de Indicadores Antecedentes, relatório que compreende 10 índices já divulgados no país e que resumem a situação da economia americana e servem como prévia para o desempenho da economia);
ÍNDICES MUNDIAIS - 7h00:
ÁSIA
Nikkei: -0,22%
Austrália: +0,96%
Shanghai: +1,22%
Hong Kong: +1,21%
EUROPA
Frankfurt - Dax: -1,69%
London - FTSE: -0,39%
Paris CAC:-1,37%
IBEX 35: -1,57%
FTSE MIB: -1,38%
COMMODITIES
BRENT: +1,88%
WTI: +1,77%
OURO: +3,29%
COBRE: +2,53%
SOJA: +0,45%
ALGODÃO +0,53%
MILHO +0,62%
ÍNDICES FUTUROS
Dow: -0,28%
SP500: -0,29%
NASDAQ: -0,37%
NOVO HORÁRIO EUA: Wall Street abre às 10h30 (de Brasília) e fecha às 17h (de Brasília).
Observação: Este material é um trabalho voluntário e gratuito, resultado da compilação de dados divulgados em diversos sites da internet que são aqui resumidos de maneira didática para facilitar e agilizar a compreensão do leitor. O texto da sessão asiática está no tempo passado e a europeia no presente devido ao horário em que este relatório é redigido. Atenção para o horário da disponibilização dos dados desse relatório.