Ainda que se queira atribuir a forte queda das bolsas de valores brasileiras à descoberta de um caso regional do COVID-19, a realidade é que o mercado seguia a correção natural dos dias parados devido ao carnaval, quando a virada das bolsas no exterior catalisou o movimento local e levou ao resultado observado.
Há a sensação de um exagero na correção, ainda assim, o contexto de tensão global só piorou com a indicação da Microsoft (NASDAQ:MSFT) de que seus resultados seriam afetados pelos eventos na China e após o discurso de Trump sobre a pandemia, onde o presidente pareceu tudo, menos convicto de que existe um controle crível do vírus nos EUA
Quando discursa contrariado, Trump faz pouco esforço para não transparecer.
Para ele, a questão do COVID-19 pode se tornar um passivo eleitoral difícil de lidar e o único ponto que pode ajuda-lo é o fim do inverno, pois dentro do parco conhecimento sobre o vírus, o que se diz é a sua incapacidade de sobreviver em temperaturas ambientes mais elevadas.
Ainda assim, Trump enfrenta a forte politização da questão do vírus, com a disputa pela vaga democrata ganhando força, antes dos dias mais importantes de março para as primárias.
No ambiente internacional, a preocupação com a elevação do número de casos de contrasta com a China, onde a atividade econômica começa a ser retomada em diversas localizações, o governo já anunciou a injeção de trilhões de Yuans em infraestrutura de forma a reduzir o impacto do período parado e diversos portos reiniciaram a abertura, de forma a reduzir as longas filas.
Como tal reação está ainda em seus estágios iniciais e se choca com o aumento expressivo de casos no exterior, talvez demore ainda para que haja uma reversão de parte das perdas internacionais com o evento, principalmente pela piora no caso sul-coreano em diversos aspectos, avanços na Europa, em especial Itália.
A única certeza que existe no momento é que o vírus deve trazer consequências macroeconômicas ainda não mensuradas, até mesmo pela perspectiva ainda não precificada da reação chinesa aos eventos. Porém, as preocupações regionais agora devem dominar o cenário.
Atenção hoje ao IGP-M, resultado fiscal do governo central, onde projetamos superávit em janeiro e o PIB americano de 2019, além dos pedidos de bens duráveis e de capital nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com avanços do COVID-19 além das fronteiras chinesas.
Na Ásia, dia negativo, com o vírus avançando na Europa.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, com exceção ao minério de ferro e ao cobre.
O petróleo abre em queda, com temores dos impactos econômicos do Coronavírus.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,30%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,4496 / 1,37 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / 0,506%
Dólar / Yen : ¥ 110,12 / 0,245%
Libra / Dólar : US$ 1,29 / 0,016%
Dólar Fut. (1 m) : 4439,06 / 1,11 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 4,76 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 5,37 % aa (2,09%)
DI - Janeiro 25: 6,19 % aa (2,15%)
DI - Janeiro 27: 6,63 % aa (2,47%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -7,0048% / 105.718 pontos
Dow Jones: -0,4570% / 26.958 pontos
Nasdaq: 0,1691% / 8.981 pontos
Nikkei: -2,13% / 21.948 pontos
Hang Seng: 0,31% / 26.779 pontos
ASX 200: -0,75% / 6.658 pontos
ABERTURA
DAX: -2,248% / 12487,67 pontos
CAC 40: -2,102% / 5565,08 pontos
FTSE: -1,702% / 6922,61 pontos
Ibov. Fut.: -6,83% / 106261,00 pontos
S&P Fut.: -0,608% / 3087,40 pontos
Nasdaq Fut.: -0,607% / 8790,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,81% / 73,04 ptos
Petróleo WTI: -1,70% / $47,80
Petróleo Brent: -1,44% / $52,49
Ouro: 0,41% / $1.646,84
Minério de Ferro: -0,07% / $86,67
Soja: -0,34% / $878,25
Milho: -0,40% / $369,25 $369,25
Café: 1,87% / $109,90
Açúcar: -0,61% / $14,67 $14,67