Chegou o dia do COPOM.
Desde o ano passado, adotamos uma postura crítica ao ciclo de juros promovidos pelo Banco Central, ao jogar a taxa nominal brasileira aos 2% aa, sob aplausos de uma parcela significativa do mercado e seus analistas.
Sob tal premissa, alertávamos que o risco da forte volatilidade cambial se refletiria como um achatamento contínuo de margens de lucros, pois dados os problemas de mobilidade e da própria pandemia, haveria por parte dos produtores dificuldade de repasse destas perdas.
Nosso temor era que, no momento em que se iniciassem as aberturas, em especial pela histórica capacidade vacinal do Brasil, haveria um acelerado processo de repasse e de descompressão de margem, como ocorreu, pois havia também a pressão de custos dado o ainda vigente choque de oferta, pressões naturais de demanda e de preços de commodities.
Naquele momento, citamos que, para debelar tal inflação, os mesmos que aplaudiam o forte afrouxamento monetário, agora seriam aqueles que exigiriam do Banco Central uma atitude beligerante, ainda que notadamente tal inflação, na qual inclusive se adicionou o problema climático, não se resolveria com juros altos.
Quaisquer elevações acima de 50 bp não são altas, são absurdamente altas e a descompressão que aparentemente se inicia nas inflações mais recentes não são resultado deste ciclo pesado de aperto que se iniciou este ano, mas sim da melhora dos índices pluviométricos, do início da resolução do problema da cadeia de suprimentos, relativa estabilidade do câmbio e contração em algumas commodities.
De resto, o absurdo aperto que se promove neste momento sequer teve o seu reflexo na atividade econômica como pretendido, dado que pelo tempo entre a decisão e ação da política monetária é de aproximadamente 9 meses, portanto, ainda estamos observando os reflexos do início do aumento de juros deste ano.
O BC na verdade tem respondido mais às exigências da curva de juros, do que à realidade econômica.
Daí, contratamos um “voo de galinha” na economia com estes juros e no fim, a inflação continuou elevada.
Resta saber, após a série de dados de atividade mais fracos, se o discurso do BC deve mudar para as próximas reuniões, pois 150 bp sequer caberiam já na reunião passada, que diria nesta.
Atenção hoje aos dados de vendas ao varejo no Brasil.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com os mercados se ajustando, após as maiores altas desde março deste ano.
Em Ásia-Pacífico, mercados em rally positivo, também pela perspectiva mais positiva da questão pandêmica e a entrada da Weibo em Hong Kong.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, com queda no minério de ferro e cobre.
O petróleo abre alta em Londres e Nova York, à medida que os investidores tentam avaliar o impacto total da Omicron.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,96%.
Câmbio
Dólar: R$ 5,6101 / -1,33 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / 0,160%
Dólar / Yen : ¥ 113,54 / -0,079%
Libra / Dólar : US$ 1,32 / 0,000%
Dólar Fut. (1 m) : 5657,16 / -1,20 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 11,00 % aa (1,06%)
DI - Janeiro 23: 11,49 % aa (0,83%)
DI - Janeiro 25: 10,86 % aa (-0,46%)
DI - Janeiro 27: 10,85 % aa (-0,82%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,6539% / 107.558 pontos
Dow Jones: 1,3978% / 35.719 pontos
Nasdaq: 3,0329% / 15.687 pontos
Nikkei: 1,42% / 28.861 pontos
Hang Seng: 0,06% / 23.997 pontos
ASX 200: 1,25% / 7.405 pontos
ABERTURA
DAX: -0,352% / 15759,48 pontos
CAC 40: -0,150% / 7054,81 pontos
FTSE 100: 0,297% / 7361,70 pontos
Ibovespa Futuros.: 0,59% / 107843,00 pontos
S&P 500 Futuros.: 0,22% / 4695,5 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: 0,319% / 16376,50 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: 0,58% / 97,25 ptos
Petróleo WTI: 0,31% / $72,33
Petróleo Brent: -0,42% / $75,83
Ouro: 0,28% / $1.790,08
Minério de ferro refinado: -0,26% / $108,04
Soja: -0,44% / $1.243,75
Milho: -0,21% / $585,00
Café: -2,52% / $243,90
Açúcar: -0,36% / $19,49