Sobraram motivos para os ânimos dos mercados ontem e partes tem a ver exatamente com a continuidade de estímulos de ordem econômica.
No Brasil, a equipe econômica sinaliza a redução do compulsório sob depósitos de longo prazo, em mais uma tentativa positiva tanto de estimular a economia, como de tentar um achatamento das curvas mais longas de juros.
Isso já se demonstra de alguma maneira no mercado futuro, onde os vencimentos mais longos dificilmente ficam muito acima dos 10% aa. Considerando resultados como a produção industrial de ontem, dificilmente veremos motivos para a retirada de estímulos no curto prazo.
A China também indicou queda do compulsório, o que levantou a perspectiva global de manutenção dos afrouxamentos, na contramão dos EUA, por pelo menos 2 anos, fato corroborado por diversos analistas no mundo.
No restante, a captação do tesouro no exterior considerada positiva, menções de privatização da Petrobrás e recordes nas bolsas americanas foram mais que suficientes para estimular o risco no mercado local.
CENÁRIO POLÍTICO
Sem grandes novidades, o ex-presidente do BC, Armínio Fraga diz que o país vive um espetáculo de horror em nível institucional, nada diferente do seu passado recente, com a diferença da exposição jurídica muito maior.
A forma como o governo tenta se auto preservar remente exatamente ao modus operandi tradicional da política toma-lá-dá-cá brasileira, a qual criou mensalões, petrolões para institucionalizar tal prática em níveis quase “industriais”.
Com mudança de foco, deixou-se de lado o embate com o STF ao adiar para depois da decisão do mesmo o futuro do senador Aécio Neves e tem atenção agora ao fundo público de campanha, com duas propostas em discussão nas casas.
CENÁRIO DE MERCADO
A abertura na Europa é negativa, com os futuros em NY em queda, com o mercado dividido entre uma realização de lucros, após o recorde das bolsas americanas e a piora da situação na Cataluña. Na Ásia, o fechamento foi positivo na sua maioria, seguindo os recordes americanos.
O dólar opera em queda expressiva contra a maioria das divisas, desde a abertura, enquanto os Treasuries operam com rendimento negativo em todos os vencimentos observados.
Entre as commodities metálicas, o minério de ferro retoma a alta, com o possível estímulo na China através do compulsório e o ouro sobe com o dólar em queda e mercados mais tensos.
O petróleo abriu em queda em NY e Londres, com dúvidas se o rally recente se sustenta no curto prazo.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,1438 / -0,34 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / 0,290%
Dólar / Yen : ¥ 112,36 / -0,434%
Libra / Dólar : US$ 1,33 / 0,370%
Dólar Fut. (1 m) : 3158,11 / -0,27 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 18: 7,11 % aa (-0,12%)
DI - Julho 19: 7,70 % aa (0,79%)
DI - Janeiro 21: 8,85 % aa (0,91%)
DI - Janeiro 25: 9,91 % aa (0,81%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 3,23% / 76.763 pontos
Dow Jones: 0,37% / 22.642 pontos
Nasdaq: 0,23% / 6.532 pontos
Nikkei: 0,06% / 20.627 pontos
Hang Seng: 0,73% / 28.379 pontos
ASX 200: -0,87% / 5.652 pontos
ABERTURA
DAX: -0,054% / 12895,74 pontos
CAC 40: -0,386% / 5346,68 pontos
FTSE: -0,090% / 7461,37 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 77007,00 pontos
S&P Fut.: -0,079% / 2530,80 pontos
Nasdaq Fut.: -0,158% / 5988,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,02% / 83,96 ptos
Petróleo WTI: -0,38% / $50,23
Petróleo Brent:-0,43% / $55,76
Ouro: 0,66% / $1.280,04
Minério de Ferro: 0,69% / $62,86
Soja: 0,06% / $18,15
Milho: -0,36% / $348,50
Café: 0,40% / $126,05
Açúcar: 0,71% / $14,16