A super-quarta, com agenda macroeconômica limitada e focada nas decisões de política monetária do FOMC e do COPOM, com premissas opostas, em meio ao cenário de desafios fiscais, inflacionários e de atividade econômica.
Para o FOMC, é unânime a percepção de elevação de 75 bp, após um breve período de precificação de alta de 100 bp, em meio à inflação ao varejo e atacado acima das expectativas, dando a sensação de descontrole por parte do Fed.
O cenário se completa com indicadores ainda aquecidos do mercado de trabalho, números bastante díspares da economia e a dificuldade de redução do balanço do Fed, ou seja, retirada de estímulos, em meio às pressões de taxas de juros nos vértices da curva.
Em tal contexto, o processo de normalização dos juros acabou por se distorcer, em meio à demora em se agir e agora o processo carece de ações que podem levar os EUA à recessão, para que então a inflação emita os necessários sinais de ancoragem.
Amanhã, o Banco da Inglaterra (BoE) também decide os juros, com desafios semelhantes e o agravante da crise energética na Europa, catalisada pelos eventos na Ucrânia e pelo movimento global anti-petróleo.
Por aqui, 35 economistas projetam a manutenção dos juros por parte do COPOM, enquanto 7 apostam em mais uma elevação marginal de 25 bp, a qual consideramos marginalmente inócua, em meio à elevada taxa nominal e o processo desinflacionário vigente no Brasil, que ultrapassa o mero corte de impostos.
Ao COPOM, o desafio continua em ajustar novamente a comunicação com o mercado, a qual voltou a acontecer via “entrelinhas” e sinais indiretos, muito diferente do que acontecia no mandato anterior.
Com isso, os investidores tentam decifrar os importantes sinais de futuro da autoridade monetária, principalmente na visão de que os juros devam permanecer elevados por um período suficientemente longo, ou seja, além da precificação das curvas de juros, como ocorreu recentemente no mercado.
Na nossa opinião, além da manutenção, acreditamos que uma sinalização mais clara o possível, sem rodeios e “entrelinhas” seria importante, em meio ao desafio de se preservar uma taxa ultracontracionista, pelo período suficientemente longo, para que as defasagens das decisões se efetivem na economia.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, no dia de decisões de política monetária.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, na expectativa pelas decisões dos BCs e após anúncio de Putin de novas mobilizações militares.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto minério de ferro e cobre.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, com temores de mais uma mobilização russa na Ucrânia.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,15%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,143 / -0,51 %
Euro / Dólar : US$ 0,99 / -0,471%
Dólar / Yen : ¥ 143,87 / 0,132%
Libra / Dólar : US$ 1,13 / -0,343%
Dólar Fut. (1 m) : 5158,00 / -0,54 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,78 % aa (-1,15%)
DI - Janeiro 24: 13,24 % aa (0,08%)
DI - Janeiro 26: 11,65 % aa (-0,13%)
DI - Janeiro 27: 11,57 % aa (-0,09%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,6197% / 112.517 pontos
Dow Jones: -1,0105% / 30.706 pontos
Nasdaq: -0,9534% / 11.425 pontos
Nikkei: -1,36% / 27.313 pontos
Hang Seng: -1,79% / 18.445 pontos
ASX 200: -1,56% / 6.700 pontos
ABERTURA
DAX: 0,081% / 12681,06 pontos
CAC 40: 0,247% / 5994,26 pontos
FTSE: 0,651% / 7239,45 pontos
Ibov. Fut.: 0,51% / 113415,00 pontos
S&P Fut.: 0,26% / 3882,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,010% / 11936,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,17% / 118,70 ptos
Petróleo WTI: 2,48% / $86,02
Petróleo Brent: 2,36% / $92,76
Ouro: 0,52% / $1.674,34
Minério de Ferro: -0,58% / $95,55
Soja: 0,10% / $1.479,25
Milho: 0,33% / $694,50
Café: -0,51% / $224,10
Açúcar: 0,55% / $18,27