ÁSIA: A ata da reunião de abril do Federal Reserve divulgada ontem elevou a perspectiva de uma subida das taxas de juros nos EUA, fortalecendo o dólar e pesando sobre a maioria das bolsas da Ásia nesta quinta-feira (19/05).
Na Austrália, o índice S&P/ASX 200 fechou em baixa de 0,61%, em 5.323,30 pontos. Os ganhos de 0,10% do setor financeiro não conseguiram compensar as quedas acentuadas nos subíndices de energia e materiais. Os preços das commodities, que são denominados em dólares, sofrem com um dólar mais forte. Pesos pesados da mineração, BHP Billiton e Rio Tinto (LON:RIO) fecharam com queda de mais de 3% cada e a produtora de minério de ferro Fortescue Metals Group caiu 5,5%. Entre os grandes produtores de ouro, Newcrest Mining e Evolution Mining recuaram 7,51% e 8,85%, respectivamente após o preço spot de ouro recuar.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,67%, para 19,694.33 pontos. O dólar de Hong Kong é indexado ao dólar e qualquer aumento das taxas de juros nos EUA tende a fluir para a economia do protetorado. No continente, o Shanghai Composite terminou estável, em 2.807,33 pontos após oscilar entre positivo e negativo durante a sessão, enquanto o Shenzhen Composite adicionou 0,56%.
Kospi da Coreia do Sul fechou em baixa de 0,51%, pois as taxas de juros mais elevadas nos EUA podem estimular saídas de dinheiro do país.
No Japão, o índice Nikkei 225 terminou estável, a 16,646.66 pontos, apagando os ganhos iniciais de mais de 1%, provavelmente impulsionado pela alta do dólar que ajudava a empurrar o iene persistentemente para baixo. O dólar foi buscar 110,37 ienes após a minuta do Fed, seu nível mais elevado desde o final de abril, comparado com os 109 na quarta-feira (18/05).
O índice do dólar, que mede a moeda americana contra uma cesta de moedas, foi negociado acima de 95 na sessão americana, pela primeira vez em cerca de um mês. Ações financeiras se beneficiaram, pois as taxas de juros mais elevadas podem estimular melhores ganhos no setor. Na Austrália, ANZ subiu 0,85% e no Japão, Mitsubishi UFJ terminou 0,82% maior e em Hong Kong, o HSBC avançou 3,21%.
Os preços do petróleo caíram depois de subirem recentemente para níveis mais altos neste ano, em meio às preocupações com abastecimento, após interrupções na Nigéria, Canadá, Líbia e Venezuela. Na Austrália Woodside perdeu 1,17% e S-Oil da Coreia do Sul caiu 2,80%. No Japão, a Inpex despencou 5,89% depois de ganhar mais de 8% na sessão anterior e em Hong Kong, Cnooc caiu 1,42%.
EUROPA: As bolsas europeias também negociam em baixa, com investidores ao redor do mundo digerindo a última minuta do Federal Reserve dos EUA, que deve elevar suas taxas de juros em junho se os dados econômicos melhorarem. O FOMC levantou preocupações sobre o Brexit, referendo que será votado em junho se o Reino Unido deixará a União Europeia, como um risco de que poderia manter as taxas inalteradas. O pan-europeu STOXX 600 cai 0,76%.
O desaparecimento de um avião da EgyptAir que fazia o trecho entre Paris e Cairo está em foco. A Companhia aérea egípcia disse que seu vôo MS804 tinha “desaparecido do radar”. O avião, um Airbus A320, levava 59 passageiros e 10 tripulantes. Papéis do setor de turismo recuam com preocupações sobre o impacto que isso poderá ter sobre o turismo. Tui, InterContinental e Accor (PA:ACCP) seguem negociados em baixa. A empresa de férias Thomas Cook disse que as reservas para o verão estão abaixo de 5% e que as perdas antes de impostos se estreitaram no primeiro trimestre de £ 303 milhões no mesmo período do ano passado para £ 288 milhões (US$ 420,000,000), mas suas ações caem 17%.
No Reino Unido, o FTSE 100 opera em forte baixa, seguindo seus pares regionais e segue a caminho para o menor fechamento desde 5 de abril. Empresas de mineração lideram o topo da lista de decliners, após a alta do dólar influenciar negativamente os preços dos metais. Anglo American (LON:AAL) cai 5,23%, Fresnillo (LON:FRES) perde 5,50% e BHP Billiton recua 4,66%.
As vendas no varejo do Reino Unido subiram 1,3% em abril, superando as expectativas de economistas consultados pelo The Wall Street Journal. As vendas foram 4,3% mais elevado do que no ano passado. Os números sugerem que a economia do Reino Unido está preparada para um ligeiro crescimento econômico no segundo trimestre, depois de um início lento em 2016. Os dados vieram um dia após o ONS divulgar números que mostraram um aumento no nível de emprego da Grã-Bretanha e um salário médio ligeiramente mais elevado. Um dos fatores que pesaram sobre o crescimento britânico é incerteza que rodeia o futuro do Reino Unido na UE, com o referendo sendo votado em 23 de junho. As autoridades do Bank of England dizem que um voto para sair retardará o crescimento da economia do país enquanto clientes e empresas adiam decisões de gastos. Aqueles a favor de deixar a UE dizem que a Grã-Bretanha se beneficiaria da oportunidade de negociar seus próprios acordos e regulamentos comerciais.
EUA: Moody's Investor Service reduziu sua previsão de crescimento da economia dos EUA para 2% em 2016, ante 2,3%, citando demanda global moderada e investimento empresarial fraco. A meta de crescimento da Moody´s para os mercados é de 1,7% em 2016, abaixo dos 1,9% em 2015. A recuperação global se enfraqueceu mais e as perspectivas entre os países continuam a ser desiguais e em grande parte mais fracas do que nas duas décadas anteriores. A agência de classificação disse que uma desaceleração da economia mais acentuada do que o esperado na China é atualmente um dos maiores riscos para a economia global. Na sua análise para os Estados Unidos, Moody´s previu que o Fed vai elevar as taxas de juros de referência no máximo mais duas vezes este ano e fará os movimentos graduais. Moody´s disse que o consumo dos EUA vai continuar a fortalecer no resto do ano, mas a economia vai ver uma procura externa moderada e baixos preços da energia afetando a produção industrial e investimento empresarial.
AGENDA DO INVESTIDOR: EUA
9h30 - Philly Fed Manufacturing Index (indicador responsável por mensurar a atividade industrial no estado);
9h30 - Unemployment Claims (número de pedidos de auxílio-desemprego);
10h15 - Discurso do membro do FOMC e Presidente do FED de Dallas, Richard Fisher;
11h00 - CB Leading Index (ou Índice de Indicadores Antecedentes, relatório que compreende 10 índices já divulgados no país e que resumem a situação da economia americana e servem como prévia para o desempenho da economia);
11h30 - Discurso do Presidente do Federal Reserve de Nova York William Dudley;
ÍNDICES MUNDIAIS - 7h00
ÁSIA
Nikkei: +0,01%
Austrália: -0,61%
Xangai Composite: -0,01%
Hong Kong: -0,67%
EUROPA
Frankfurt - Dax: -1,56%
London - FTSE: -1,41%
Paris CAC 40: -0,96%
Madrid IBEX: -0,60%
FTSE MIB: -0,68%
COMMODITIES
BRENT: -2,53%
WTI: -2,31%
OURO: -1,47%
COBRE: -1,06%
SOJA: -0,60%
ALGODÃO: -0,64%
MILHO: -0,63%
ÍNDICES FUTUROS
Dow: -0,35%
SP500: -0,33%
NASDAQ: -0,36%
Observação: Este material é um trabalho voluntário e gratuito, resultado da compilação de dados divulgados em diversos sites da internet que são aqui resumidos de maneira didática para facilitar e agilizar a compreensão do leitor. O texto da sessão asiática está no tempo passado e a europeia no presente devido ao horário em que este relatório é redigido. Atenção para o horário da disponibilização dos dados desse relatório.