A sessão de ontem foi de grande volatilidade nos ativos, em meio aos desafios dos EUA controlarem os danos da quebra do SVB e dirimir os possíveis colaterais, como uma contaminação sistêmica do setor bancário.
Há bancos na mesma berlinda e apesar de culparem os juros elevados, a verdade é que parte considerável deles não passariam num forte teste de estresse do Federal Reserve, pois o problema reside muito mais no mal gerenciamento, desvio de foco das instituições e investimentos mal aplicados, do que aos juros.
A crise ainda não mostra dimensões semelhantes àquela de 2008, até por diferenças de escopo e alcance, mas ainda assim, tem potencial de criar forte volatilidade dos ativos e estresse no mercado financeiro global.
Com a chamada mais intensa por juros menores por aqueles que já o faziam antes do problema do SVB, na tentativa de preservar a liquidez que possibilitou as distorções que criaram o banco, as atenções se voltam hoje ao CPI, inflação ao varejo nos EUA.
A expectativa de 0,4% ante 0,5% anteriores retornaria a inflação anual de 6,4% para 6%, porém está absurdamente longe da meta informal de inflação do Fed de 2% e ainda demanda uma ancoragem das expectativas de médio e longo prazo.
O núcleo ainda está “apertado” aos 5,5% aa projetados (0,4% mm) e passando por um momento semelhante ao Brasil, onde alimentação e energia deixaram de ser um componente de preocupação, daí o foco do BC americano deve ser na inflação subjacente.
Para o Fed, os temores dos efeitos da normalização da inflação e da perda constante e permanente do poder de compra, algo real e concreto em países com inflação elevada é maior dos que as consequências de juros elevados, pois podem ser controlados pela autoridade monetária e a inflação pode sair do controle.
Algo que não acontecia a quase 4 décadas, os americanos estão começando a se acostumar com preços mais altos, o que, com o tempo, demandam salários mais altos para compensar e uma perigosa ciranda que já vimos por aqui e nossos vizinhos sul-americanos vivem diariamente.
Localmente, o foco continua no plano de arcabouço fiscal, porém a falta de informações e explicações criveis do governo não se permite aguardar nada.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelo CPI nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, seguindo os temores de NY com a situação do Sillicon Valley Bank.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, seguindo a queda nas ações de petroleiras e o temor de juros mais altos no mundo.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,73%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2473 / 0,64 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / -0,186%
Dólar / Yen : ¥ 134,20 / 0,698%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / -0,205%
Dólar Fut. (1 m) : 5267,50 / 0,65 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,01 % aa (-1,09%)
DI - Janeiro 25: 12,17 % aa (-1,65%)
DI - Janeiro 26: 12,25 % aa (-1,63%)
DI - Janeiro 27: 12,45 % aa (-1,55%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,4795% / 103.121 pontos
Dow Jones: -0,2836% / 31.819 pontos
Nasdaq: 0,4484% / 11.189 pontos
Nikkei: -2,19% / 27.222 pontos
Hang Seng: -2,27% / 19.248 pontos
ASX 200: -1,41% / 7.009 pontos
ABERTURA
DAX: 0,398% / 15019,06 pontos
CAC 40: 0,085% / 7017,46 pontos
FTSE: -0,355% / 7521,87 pontos
Ibov. Fut.: -0,47% / 104092,00 pontos
S&P Fut.: 0,41% / 3872,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,362% / 11964,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,76% / 104,33 ptos
Petróleo WTI: -2,78% / $72,70
Petróleo Brent: -2,43% / $78,81
Ouro: -0,60% / $1.901,70
Minério de Ferro: 0,21% / $131,80
Soja: -0,86% / $1.500,00
Milho: -0,08% / $624,00
Café: 0,52% / $183,20
Açúcar: 0,05% / $20,84