O retorno do referencial das bolsas de valores americanas pode aliviar um pouco as tensões vindas da Europa com o problema orçamentário americano, ao mesmo tempo, renovam-se os temores de elevações contínuas de juros nos EUA, em vista aos mais recentes dados econômicos.
Até recentemente, os 3% ao ano eram o limiar do rendimento dos Treasuries de 10 anos, enquanto os de 2 anos se aproximam dos 3%, em reflexo à continuidade do ciclo de aperto monetário promovido pelo Federal Reserve.
Este contexto, entretanto, já demonstra parte da normalização da curva de juros americanas, antes achatada na ponta longa para gerar o estímulo necessário pós crise de 2008 e reforça a retirada do termo acomodatício das comunicações da autoridade monetária.
Além disso, retira algumas previsões errôneas de sinalização de crise devido ao achatamento da curva longa de juros e reitera a política mais recente adotada nos EUA.
Os desafios em se lidar com os preceitos básicos macroeconômicos continuam, principalmente ao considerarmos o baixo desemprego que continua a se aliar à uma baixa inflação, ambos desafiando os preceitos da curva de Phillips e o conceito de NAIRU (taxa de desemprego não aceleradora da inflação), que pode estar muito mais baixa do que os preceitos históricos indicariam.
CENÁRIO POLÍTICO
Um ponto polêmico foi levantado ontem aos candidatos ao segundo turno das eleições e para ambos tem referencial diferente.
Ao se questionar o tema constituição, Bolsonaro sofre, entre outras polêmicas, com as declarações de seu vice, general Mourão, sobre uma constituição de notáveis, sem a participação do congresso.
A severidade do tema se “alivia” pela personalidade do vice, o qual inclusive sugeriu um “auto-golpe”, tema ao qual o próprio Bolsonaro diz não ter entendido.
O que se diferencia ao PT é que tal declaração não consta do programa de governo do PSL, daí o peso das citações de Dirceu sobre “tomar o poder”.
Haddad minimizou Dirceu devidamente, porém a necessidade de retirar o próprio programa o tema constituinte chega a ser mais preocupante, pois é um tema institucionalizado a ele.
CENÁRIO DE MERCADO
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY operam em queda, com o retorno das bolsas nos EUA.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, com leve recuperação do mercado chinês.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam positivos a partir dos 3 anos de rendimento.
Entre as commodities metálicas, alta, com destaque ao ouro.
O petróleo abre em alta em NY e em Londres, com redução das exportações do Irã.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 9,4%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,7794 / -1,60 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / -0,435%
Dólar / Yen : ¥ 113,19 / -0,035%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / -0,306%
Dólar Fut. (1 m) : 3761,45 / -2,89 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 19: 7,20 % aa (-4,38%)
DI - Janeiro 20: 7,85 % aa (-4,73%)
DI - Janeiro 21: 8,89 % aa (-5,32%)
DI - Janeiro 25: 10,74 % aa (-5,37%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 4,57% / 86.084 pontos
Dow Jones: 0,15% / 26.487 pontos
Nasdaq: -0,67% / 7.736 pontos
Nikkei: -1,32% / 23.469 pontos
Hang Seng: -0,11% / 26.173 pontos
ASX 200: -0,97% / 6.041 pontos
ABERTURA
DAX: -0,509% / 11886,38 pontos
CAC 40: -0,345% / 5281,94 pontos
FTSE: -0,346% / 7208,30 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 86409,00 pontos
S&P Fut.: -0,543% / 2878,00 pontos
Nasdaq Fut.: -0,528% / 7352,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,57% / 87,27 ptos
Petróleo WTI: 0,59% / $74,73
Petróleo Brent:0,89% / $84,66
Ouro: -0,13% / $1.186,57
Minério de Ferro: 0,16% / $69,40
Soja: -0,18% / $16,22
Milho: -0,07% / $365,75
Café: 0,36% / $111,90
Açúcar: -0,70% / $12,83