Como citamos ontem, a tônica dos mercados continua a ser o COVID-19 e agora a declaração de pandemia da OMS e as ações de governos, como o americano, de forma a tentar debelar os efeitos da crise.
O presidente Donald Trump ontem anunciou o cancelamento de voos para Europa por 30 dias; alívio fiscal e de crédito, com linhas de crédito de US$ 50 bilhões para pequenas e médias empresas e; em torno de US$ 200 bilhões em cortes e reduções de impostos.
Localmente, fontes indicaram que o ministro da Economia Paulo Guedes também citou que bancos públicos ‘dispararam’ linhas de crédito para pequenas e médias empresas, de forma a evitar a falta de capital de giro e não colapsar o PIB de serviços, além de pedir por um esforço concentrado nas pautas econômicas travadas no Congresso, pioradas com a queda do veto do BCP, num movimento de total irresponsabilidade dos parlamentares, na busca por um estranho protagonismo em meio ao caos.
Ainda que importantes, tais medidas mostram um dos piores lados desta crise: a falta de prevenção. Este vírus é mortal? Não, dependendo da faixa de idade. É pior que a crise do H1N1 nos EUA entre 2017-2018? Provavelmente não, ao menos em letalidade, inclusive dos mais jovens. É motivo para tamanha preocupação? Eis a questão, pois ainda que a resposta seja não, a reação das pessoas tem sido bastante extrema e é isso que vai afetar efetivamente os indicadores econômicos.
Proibição de viagens e eventos de grande magnitude; fechamento de instituições de ensino, empresas e até mesmo cidades; evacuações de regiões; autoridades e celebridades doentes.
É de se imaginar que a psique humana fique em polvorosa com tantas notícias deste naipe.
No fim, é a ausência de uma vacina que acaba se tornando mais relevante para a maioria das pessoas, do que a doença em si, a qual tem se mostrado até o momento como uma gripe de baixa letalidade a pessoas saudáveis, mas de enorme velocidade de propagação, acima do que já foi visto em outras gripes e perigosa aos idosos e debilitados.
A questão não é minimizar os eventos, pois foi exatamente isso que trouxe a resposta atrasada tanto da OMS, quanto dos céticos governos globais, porém um olhar mais objetivo e pragmático daria a chance de se tomar medidas preventivas que não alimentassem o pânico generalizado, como se estivéssemos à beira de um apocalipse.
Aos investidores, ainda que humanos e suscetíveis ao noticioso do “fim da humanidade”, seria importante buscarem a frieza necessária para evitarem a destruição de valor dos ativos, muito acima do que o bom senso manda.
Todavia, isso é impossível, daí a busca pelo ‘fundo do poço’ das ofertas que o mercado financeiro vai certamente trazer.
Trump foi pragmático, assertivo e trouxe medidas importantes para os EUA, porém falhou em trazer o alívio necessário, pois o que se faltou neste momento foi o timing.
Ou seja, previna o pânico, não o remedie.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com as medidas tomadas pelos EUA, em especial de viagens da Europa.
Na Ásia, dia negativo, com o avanço global do COVID-19.
O dólar opera em alta consistente contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, com destaque ao cobre.
O petróleo abre em queda, com a proibição a viagens dos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 15,60%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,8198 / 3,67 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / -0,248%
Dólar / Yen : ¥ 103,80 / 0,539%
Libra / Dólar : US$ 1,27 / -0,585%
Dólar Fut. (1 m) : 4749,23 / 2,05 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 5,03 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 5,92 % aa (13,41%)
DI - Janeiro 25: 6,89 % aa (11,31%)
DI - Janeiro 27: 7,60 % aa (11,11%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -7,6381% / 85.171 pontos
Dow Jones: -5,8555% / 23.553 pontos
Nasdaq: -4,7003% / 7.952 pontos
Nikkei: -4,41% / 18.560 pontos
Hang Seng: -3,66% / 24.309 pontos
ASX 200: -7,36% / 5.305 pontos
ABERTURA
DAX: -5,606% / 9853,53 pontos
CAC 40: -5,509% / 4356,26 pontos
FTSE: -5,539% / 5551,05 pontos
Ibov. Fut.: -7,82% / 84848,00 pontos
S&P Fut.: -4,237% / 2618,10 pontos
Nasdaq Fut.: -4,454% / 7609,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -2,09% / 66,87 ptos
Petróleo WTI: -4,58% / $31,12
Petróleo Brent: -5,06% / $33,60
Ouro: 0,06% / $1.637,00
Minério de Ferro: -0,62% / $89,59
Soja: 0,40% / $871,25
Milho: -1,12% / $375,00 $375,00
Café: -2,36% / $111,55
Açúcar: -1,96% / $12,03