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Melhores e Piores Papéis da Bolsa em 2020

Publicado 19.06.2020, 06:50
IBOV
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IBRX
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ABEV3
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AMER3
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EMBR3
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GOLL4
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HGTX3
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LINX3
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SMLS3
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BHIA3
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AZUL4
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IRBR3
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Analisei o comportamento dos 100 ativos que compõem atualmente o IBrX 100 ao longo de 2020 (ações e units). Este índice é um pouco mais abrangente do que o Ibovespa (hoje com 73 ações) e escolhe seus 100 constituintes pelos maiores índices de negociabilidade, funcionando como um bom filtro de liquidez. A análise parte do preço de fechamento do último pregão em 2019 e vai até o fechamento da última quarta-feira, dia 17 de junho. Espero que seja bacana e útil para todos vocês!

Como critério de performance, utilizei o índice Campani. Como explicado em minhas colunas aqui de 8, 15 e 22 de maio, este índice tem a mesma interpretação que o famoso índice Sharpe (retorno médio por unidade de risco), mas utiliza métricas de retorno e risco conceitualmente corretas e bem fundamentadas (nos artigos anteriores, explico claramente porque o Sharpe é fundamentalmente equivocado e pode, muitas vezes, melhorar artificialmente a performance de maus gestores, prejudicando os bons gestores). Os papéis com índice Campani acima de 1,20 estão listados abaixo (para efeito de comparação, o Ibovespa e o próprio IBrX 100 estão com IC = 0,92 em 2020):

No ranking mensal que produzo, as empresas acima vêm se alternando nas melhores posições. Por exemplo, a Via Varejo (SA:VVAR3) esteve no ranking top-3 das melhores rentabilidades em janeiro, abril e maio – não obstante, este papel foi o terceiro mais atingido pela crise em março, tendo perdido 61,8% de valor neste mês: que baita recuperação!

Por sua vez, a B2W (SA:BTOW3) vem renovando sua máxima histórica constantemente e já foi objeto de análise desta coluna muitas vezes este ano. Aliás, todas as ações acima, sem exceção, já foram analisadas positivamente aqui, logo quem acreditou nesses papéis lá atrás, hoje deve estar feliz. Mas há fundamentos para que continuem bem em 2020? Penso que sim, embora respeite e entenda opiniões diferentes.

Na ponta perdedora das piores performances em 2020, a lista começa com quatro figurinhas repetidas das nossas análises.

O IRB (SA:IRBR3) segue seu momento de enorme preocupação, tendo sido em maio e em março o papel de pior retorno dentre todos os 100 ativos do IBrX 100. No início de junho, o papel deu uma belíssima esticada, mas nos últimos dias voltou a perder valor: ainda assim, sustenta o 15º melhor retorno neste mês (alta de 21,4%).

A Embraer (SA:EMBR3), depois de fechar no negativo em todos os cinco primeiros meses deste ano, reduz um pouco suas perdas com uma alta de 25,2% em junho (nona maior alta do mês). O papel Smiles (SA:SMLS3) é outro a apresentar boa recuperação em junho, com a quarta maior alta: 38,2%. Cia Hering (SA:HGTX3) (12,2%) e Ambev (SA:ABEV3) (10,3%) também estão subindo em junho acima do Ibovespa (9,3%).

Em sentido contrário a este comportamento de recuperação, surge o papel da Linx (SA:LINX3), que não aparecia nos rankings das piores ações até abril. Em maio, mês de boa recuperação para o mercado, tal papel fechou no vermelho (-5,1%) e, em junho, outro mês de recuperação, está com a quinta maior perda (-4,2%).

Além disso, note que Azul (SA:AZUL4) e Gol (SA:GOLL4), que apareciam frequentemente na lista do quadro acima, tiveram performances bastante positivas recentemente e melhoraram muito suas posições no ranking. Até esta quarta, dia 17, esses papéis representam os dois maiores retornos do IBrX 100 em junho: a Azul está batendo 58,4% e a Gol, 57%,0 - rentabilidades gigantescas para apenas 12 dias de pregão. Mas essas ações, por estarem em um setor atingido crucialmente pela pandemia, apanharam muito e ainda estão bem abaixo do patamar de 2019 (perdas de 61,2% e 48,7%, respectivamente).

Na literatura acadêmica, há comprovações empíricas de que somos exageradamente pessimistas em crises duras (ou seja, em situações de pânico, costumamos ver o mundo ainda pior do que ele realmente está). Para aqueles investidores que basearem suas estratégias (ao menos parcialmente) nesse fenômeno, pode ser uma boa alocar parte de sua carteira nas ações mais depreciadas, na esperança de que a correção do excesso de pessimismo se alie a dias melhores para aquelas empresas, o que culminaria em retornos formidáveis. Não obstante, indico sempre olhar igualmente os fundamentos, pois eles ajudam a escolher as “melhores empresas dentre as piores”. E aí, quem vai apostar no IRBR3 agora?

* Carlos Heitor Campani é PhD em Finanças, professor do Coppead/UFRJ e especialista em investimentos, previdência privada e pública e finanças pessoais e públicas. Ele pode ser encontrado em seu site pessoal e nas redes sociais @carlosheitorcampani. Esta coluna sai toda sexta-feira.

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