“Read the Room” (lit.: Leia o Quarto) é um provérbio conhecido da língua inglesa, que seria algo semelhante a tentar coletar todas as variáveis de uma situação e se adequar ao cenário ou buscar a solução de um problema em posse destes dados.
É um termo também usado para alguém “se tocar” e adequar sua postura de modo condizente ao ambiente em que se insere naquele momento específico, algo muito comum na diplomacia.
Usamos o exemplo do provérbio, pois em meio à situação crítica, após o ataque russo à Ucrânia está muito difícil coletar todas as informações, para então se chegar à uma conclusão sobre que rumos o mundo vai tomar a partir de agora; como as economias centrais operarão seu desafio energético enorme; como fica a situação das commodities; o que restará aos mercados emergentes; e como reagirão os Bancos Centrais, que enfrentam igual dificuldade em “ler o quarto”.
O que temos até o momento é a típica volatilidade de uma situação caudal, dada a forte assimetria da informação, pois tudo vai depender da duração do conflito, melhor ainda, da sua não escalada, especialmente em nível global e as saídas para este pós-guerra.
Putin muito provavelmente avançou mais do que ele mesmo imaginava na sua desventura bélica e possivelmente não esperava duas coisas importantes: a reação global (Criméia), por ser uma potência nuclear e a resistência do povo ucraniano.
Com isso e todas as medidas financeiras tomadas até agora, Putin enfrenta uma situação que talvez não tivesse prognosticado por completo, com a quase quebra do sistema financeiro russo e um custo fiscal absurdo, para um país que passou por fortes déficits recentes na pandemia e possuía um PIB muito próximo ao brasileiro em dólares, antes da forte desvalorização do Rublo.
Traduzindo: o tempo de sustentação de uma guerra em larga escala é curto para Putin, que pode fazê-lo tanto buscar uma meia vitória, ou seja, uma desculpa para retrogradar ao evento e fazer o controle de danos, especialmente internos, ou elevar a pressão em níveis sequer imaginados durante os períodos mais críticos da guerra fria, como no episódio dos mísseis de Cuba.
A única coisa certa é que se os Bancos Centrais já tinham dificuldade em traduzir com precisão o cenário que estava se desenhando até recentemente, a situação piorou e muito neste momento.
Guerra, afinal, é inflacionária ou deflacionária?
Depende do viés de cada BC e temos alguns ainda muito dovish, mesmo agora.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, ainda dentro das dificuldades das tensões russo-ucranianas.
Em Ásia-Pacífico, mercados sem rumo, com a continuidade os eventos na Ucrânia.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao ouro e prata. O petróleo abre em forte alta em Londres e Nova York, dada a escalada dos eventos na Ucrânia.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,45%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1611 / 0,16 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / -0,315%
Dólar / Yen : ¥ 115,42 / 0,418%
Libra / Dólar : US$ 1,33 / -0,023%
Dólar Fut. (1 m) : 5209,07 / 0,49 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,48 % aa (0,93%)
DI - Janeiro 24: 11,98 % aa (0,21%)
DI - Janeiro 26: 11,28 % aa (0,22%)
DI - Janeiro 27: 11,32 % aa (0,22%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0000% / 113.142 pontos
Dow Jones: -1,7634% / 33.295 pontos
Nasdaq: -1,5921% / 13.532 pontos
Nikkei: -1,68% / 26.393 pontos
Hang Seng: -1,84% / 22.344 pontos
ASX 200: 0,28% / 7.117 pontos
ABERTURA
DAX: -0,002% / 13904,60 pontos
CAC 40: 0,452% / 6425,41 pontos
FTSE: 0,660% / 7378,39 pontos
Ibov. Fut.: 1,40% / 114300,00 pontos
S&P Fut.: 0,35% / 4318,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,079% / 14046,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 2,59% / 122,38 ptos
Petróleo WTI: 6,31% / $109,94
Petróleo Brent: 7,07% / $112,39
Ouro: -0,74% / $1.933,17
Minério de Ferro: 0,61% / $143,45
Soja: -0,51% / $1.696,75
Milho: 0,71% / $745,00
Café: -0,95% / $235,00
Açúcar: 0,44% / $18,45