O IPCA ontem registrou resultado literalmente em linha com a mediana do mercado, com a alimentação continuando fortemente pressionada, devido à elevação dos preços internacionais de commodities, aumento nas exportações e desvalorização do Real frente ao dólar.
Entre outros itens, habitação renova sua a pressão e transportes sofreu um menor impacto devido ao preço de passagens aéreas, reduzindo o peso das altas recentes de combustíveis. A contração que diferencia do índice da maioria do restante é no item educação.
Somente o IPCA tem capturado tal queda abrupta, sendo que o restante dos índices ao varejo coloca tal variação percentual muito próxima a zero. Se simularmos igual inflação no IPCA, ele finalmente se aproxima da média das coletas privadas e registraria inflação de 0,47%.
Fica nítido um caráter perverso no IPCA, pois atinge classicamente os mais vulneráveis (alimentos) e segundo os critérios do IBGE, facilita a vida dos mais abastados (serviços), o que não justifica o governo regredir no tempo em 34 anos e pensar em promover controles de preços.
Não deu certo no século passado e continua a não dar certo neste século, basta buscar o exemplo de nossos vizinhos latino americanos que buscaram tal feito e o resultado que se mostra cada vez mais perverso.
Por fim, as inflações continuam a representar mais um risco político no curto prazo do que um risco econômico, dada a depressão dos indicadores causada pela pandemia, mas demandam redobrada atenção ao registrarem índices semanais como os 0,91% do IPC da Fipe e os 4,41% do IGP-M semanal.
Na agenda de hoje, o foco local é na atividade econômica, com as vendas ao varejo e a possivelmente forte reação do indicador em julho, ainda que em menor volume do que em junho, o que reverte parte das projeções mais fatalistas para o país, como as do FMI e retoma o consumo como indicador a ser observado com cuidado para a inflação futura, ainda que a distorção criada pela pandemia mantenha uma elevada abertura do hiato do produto.
Os destaques ficam também para a inflação ao atacado nos EUA, a qual surpreendeu com alta na medição de julho e gera expectativa para a leitura de agosto e o início da normalização de uma série de dados marginais, em vista à reversão de diversos dados recentes.
Por fim, chama a atenção a decisão de juros na Zona do Euro, onde os juros devem permanecer inalterados, todavia os investidores buscam os sinais para os próximos movimentos de estímulo por parte da autoridade monetária.
A ‘disputa’ por liquidez é grande, pois apesar de não sinalizarem abertamente, os europeus estão preocupados com os impactos da valorização de sua divisa e uma ‘correção’ pode ocorrer na forma dos programas de liquidez.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pela decisão de juros na Zona do Euro.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, após a alta em Wall St.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao ouro e prata.
O Petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com temores de menor demanda e elevados estoques.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,36%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3077 / -1,02 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / 0,305%
Dólar / Yen : ¥ 106,11 / -0,066%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / 0,169%
Dólar Fut. (1 m) : 5292,46 / -1,24 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,42 % aa (2,40%)
DI - Janeiro 23: 4,00 % aa (-0,99%)
DI - Janeiro 25: 5,79 % aa (-0,86%)
DI - Janeiro 27: 6,74 % aa (-0,74%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,2411% / 101.292 pontos
Dow Jones: 1,5984% / 27.940 pontos
Nasdaq: 2,7091% / 11.142 pontos
Nikkei: 0,88% / 23.235 pontos
Hang Seng: -0,64% / 24.314 pontos
ASX 200: 0,51% / 5.909 pontos
ABERTURA
DAX: 0,125% / 13253,74 pontos
CAC 40: -0,293% / 5028,21 pontos
FTSE: -0,637% / 5974,57 pontos
Ibov. Fut.: 1,42% / 101471,00 pontos
S&P Fut.: -0,394% / 3386,90 pontos
Nasdaq Fut.: -0,127% / 11343,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,42% / 71,40 ptos
Petróleo WTI: -1,55% / $37,39
Petróleo Brent: -1,20% / $40,30
Ouro: 0,13% / $1.949,39
Minério de Ferro: -1,31% / ¥ $126,78
Soja: 0,69% / $979,75
Milho: 0,21% / $350,75
Café: -2,37% / $129,65
Açúcar: -0,08% / $11,99