Ainda que muitos temas se avolumem na atenção dos investidores, no fim tudo se resume no principal mote deste ano, a inflação.
Dos choques de oferta, aos problemas regionalizados, tudo no fim se reflete em como as inflações mundiais têm sido pressionadas, consequentemente agitando os bancos centrais a elevarem os juros para tentar conter tais pressões, com sucesso limitado, dadas as características de tais pressões, como bem sabe nosso Bacen.
Até países tradicionalmente resilientes à inflação já demonstram o impacto deste cenário, com o índice de preços ao atacado no Japão subindo para 1,2%, acima das projeções de 0,8% e do anterior 0,9%, levando o índice em 12 meses para 10%.
Numa economia das características da nipônica, uma inflação deste nível parece algo impensável, assim como ocorrem em grande parte das economias centrais e também na China, um dos principais artífices do choque de ofertas, em meio aos problemas com os lockdowns, os quais agora se emitem sinais graduais de fim.
Os dados de atividade econômica na China sofrem fortemente com o formato quase insano em que os lockdowns mais recentes foram promovidos e esta noite, dados como produção industrial e vendas ao varejo apresentaram contração substancial, como consequência direta de tais políticas sanitárias.
Dadas as características da nova cepa de Covid e possíveis consequências dentro do partido comunista, com a proximidade das eleições para a presidência na China, é possível que uma mudança de rumo ocorra em breve, mas como resultado de uma “melhora” substancial dos números pandêmicos e do “sucesso” da política adotada.
Com isso, podemos esperar uma reação positiva dos mercados, assim como ocorreu na última sessão da semana anterior, onde a reação a possíveis indicadores melhores na China renovou o bom humor dos investidores globais em meio à possível resolução do choque de ofertas.
Diferente do problema na Ucrânia, onde o fim do conflito nem de perto significa o fim dos problemas, em meio às questões em aberto de sanções contra a Rússia e reparações de guerra, o choque de ofertas tem potencial desinflacionário considerável de curto prazo, reduzindo a pressão por juros mais altos no mundo, como tanto almejam – e torcem - os Bancos Centrais.
Semana de agenda local pesada, mas dependendo da greve do BC.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa por uma semana pesada de varejistas na agenda corporativa.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com dados ruins de atividade econômica na China.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção à prata.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com realização de lucros e temores renovados de recessão global.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,08%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0604 / -1,45 %
Euro / Dólar : US$ 1,04 / 0,048%
Dólar / Yen : ¥ 129,32 / 0,108%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,261%
Dólar Fut. (1 m) : 5077,25 / -1,94 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,44 % aa (0,83%)
DI - Janeiro 24: 13,20 % aa (0,30%)
DI - Janeiro 26: 12,39 % aa (0,20%)
DI - Janeiro 27: 12,33 % aa (-0,24%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,1700% / 106.924 pontos
Dow Jones: 1,4698% / 32.197 pontos
Nasdaq: 3,8171% / 11.805 pontos
Nikkei: 0,45% / 26.547 pontos
Hang Seng: 0,26% / 19.950 pontos
ASX 200: 0,25% / 7.093 pontos
ABERTURA
DAX: -0,521% / 13954,83 pontos
CAC 40: -0,254% / 6346,55 pontos
FTSE: 0,113% / 7426,56 pontos
Ibov. Fut.: 1,07% / 108041,00 pontos
S&P Fut.: -0,29% / 4008 pontos
Nasdaq Fut.: -0,588% / 12321,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,55% / 129,02 ptos
Petróleo WTI: -0,33% / $110,13
Petróleo Brent: -0,83% / $110,62
Ouro: -0,60% / $1.804,53
Minério de Ferro: 2,58% / $130,25
Soja: 0,73% / $1.660,00
Milho: 1,89% / $798,50
Café: -0,98% / $212,90
Açúcar: 1,41% / $19,44