A semana sem surpresas em resultados importantes na política monetária, porém que ainda surpreenderam muitos na sua realização.
A manutenção generalizada de juros por parte das autoridades monetárias foi acompanhada de visões mais dovish (de possível corte) do futuro, com adiamento para 2020 de qualquer elevação, no caso europeu, e sinal de corte também em 2020 no caso americano.
No Brasil, chama a atenção amanhã a ata do COPOM, pois a reiteração forte de condicionamento do corte à reforma da previdência foi frustrante por um lado do que advogavam por um sinal de afrouxamento, porém não deteve a continuidade do forte fechamento das curvas de juros, ao ano emitir também nenhum sinal hawkish (de alta de juros).
A não ser pelas decisões de política monetária, a semana foi fraca de indicadores e se manteve no geral positiva com o sinal americano, aumentando o apetite pelo prêmio de maior risco, porém, este mesmo apetite foi contrariado pela elevação de tom entre EUA e Irã.
Esta semana continua tensa por conta dos eventos no Oriente Médio e ainda que os EUA tenham recuado na retórica de ataque, notadamente Trump, o foco nas novas sanções e os temores de novos capítulos das trocas de farpas entre ambos os países deve manter a tensão, como já afeta a abertura da semana.
Entre a questão geopolítica e econômica, entretanto, o saldo continua positivo para o otimismo.
Tal apetite renovado dos investidores globais, unidos a bolsas fortemente ‘esticadas’ em economias centrais faz de mercados emergentes novamente alvos de investimentos e o avanço nas reformas faz do Brasil um forte alvo em potencial.
Outro fator a alimentar o otimismo é um possível avanço na questão comercial entre China e EUA durante o G-20, onde inclusive o presidente Jair Bolsonaro deve ser um dos oradores e seu foco deve ser nas reformas de caráter liberalizante.
Na agenda da semana, ata do COPOM, números fiscais, setor externo e IPCA-15 no Brasil; PIB, mercado imobiliário e bens duráveis nos EUA.
CENÁRIO POLÍTICO
A votação da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara dos Deputados deve ocorrer até a quinta-feira (27), com o relatório apresentado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) sendo votado na próxima semana.
Ainda que sofra críticas da equipe econômica, principalmente por dar abertura a novas categorias tentarem se “isentar” da reforma, o número robusto abre espaço ao menos para resolução de parte da questão fiscal.
A questão de Paulo Guedes é que ele não quer tão somente a resolução do problema fiscal, mas do previdenciário também. Como prevê o ministro, a atual reforma deve demandar uma nova certamente em 5 ou 6 anos.
Ou seja, retomaremos esta discussão desgastante novamente em menos de uma década.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com a escalada de tensões com o Irã.
Na Ásia, o fechamento foi positivo, na expectativa pela reunião do G20.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto pelo minério de ferro e cobre.
O petróleo abre em alta, pela escalada da questão EUA e IRÃ.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,5%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,8222 / -0,46 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / 0,185%
Dólar / Yen : ¥ 107,35 / 0,028%
Libra / Dólar : US$ 1,27 / 0,063%
Dólar Fut. (1 m) : 3831,83 / -0,38 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,77 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 5,85 % aa (-2,99%)
DI - Janeiro 23: 6,67 % aa (-3,47%)
DI - Janeiro 25: 7,20 % aa (-2,96%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,70% / 102.013 pontos
Dow Jones: -0,13% / 26.719 pontos
Nasdaq: -0,24% / 8.032 pontos
Nikkei: 0,13% / 21.286 pontos
Hang Seng: 0,14% / 28.513 pontos
ASX 200: 0,22% / 6.665 pontos
ABERTURA
DAX: -0,556% / 12271,37 pontos
CAC 40: -0,192% / 5517,69 pontos
FTSE: -0,009% / 7406,78 pontos
Ibov. Fut.: 1,69% / 102879,00 pontos
S&P Fut.: 0,197% / 2956,40 pontos
Nasdaq Fut.: 0,374% / 7780,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,38% / 79,23 ptos
Petróleo WTI: 0,85% / $57,92
Petróleo Brent:0,17% / $65,31
Ouro: 0,54% / $1.407,21
Minério de Ferro: 0,31% / $107,54
Soja: -1,44% / $15,73
Milho: 0,45% / $445,75
Café: -0,45% / $99,35
Açúcar: 0,00% / $12,23