Interessa não quebrar
Começo pelo BicBanco. Presumo que poucos leitores já tenham ouvido falar de BicBanco, mas isso não importa tanto. Não precisamos de muito conhecimento prévio para exercer senso crítico no mercado.
Saiu no Diário Oficial da União: "a Presidente do Brasil reconhece como de interesse do Governo brasileiro a participação estrangeira de até 100% do capital social...".
O que se quer dizer com isso? Portas abertas para que o China Construction Bank confirme a compra de 72% de BICB.
Olha, não é bem um caso de vontade estratégica do Governo brasileiro. Seguindo seus próprios interesses (e os de Adam Smith), os chineses prestaram socorro ao BicBanco, até então com sérios problemas de liquidez e solvência. No Diário Oficial da União, porém, a linguagem tem que ser a oficial.
Erro triplo
Também usando de linguagem oficial, Helbor e Eztec divulgaram suas prévias operacionais para o 2T14. Para ambas, lançamentos caíram e vendas contratadas caíram. Claro que parte disso é o pecado da Copa do Mundo, mas não tudo.
Minha impressão geral é de que a Copa é menos culpada do que parece, e a grande culpa está com a deterioração macro.
Tem gente apostando já em queda da Selic, e que isso seria motivo bastante para comprar lotes do setor imobiliário, que anda barato. É um triplo erro de interpretação.
Magnífico Mooca
Outro erro seria falar em bolha dos preços de imóveis. O que existe, indubitavelmente, é uma bolha nos nomes de imóveis.
Absolutamente todas as denominações triviais já foram usadas no real estate das metrópoles brasileiras, de modo que restam apenas insígnias de pompa & garbo.
Eztec registrou 64% de vendas de unidades no empreendimento Magnífico Mooca, lançado em maio; e 29% no empreendimento Gran Quadra San Felipe – fase Palazzo e 13% Gran Quadra San Felipe – fase Giardino, lançados no final de junho.
No 2T14, a Helbor lançou o Sazio Helbor Mooca, o Trilogy Home - 2a Fase (inspirado em Star Wars) e o Condominio Art Vitta.
Grande novidade
Pela primeira vez na história deste país em 2014, o Relatório Focus aponta crescimento do PIB abaixo de 1%. Não é fácil ser reeleita com Pibinho; as últimas pesquisas eleitorais refletem esse mesmo desconforto do Focus.
"Grande Novidade!" - brada a classe industrial. Qualquer dono de fábrica (mesmo fábrica de sonhos) saberá dizer que não cresceremos 1% neste ano - nem mesmo no magnífico bairro paulistano da Mooca, que já foi reduto de manufaturas que iam do pastifício à tecelagem.
Um dono de indústria não aprende nada de novo com o Focus; é ingênuo dizer que os industriários usam as expectativas do Focus como premissa para montar seus planos de negócios.
Esse jogo não é 1 x 1
Amanhã é dia de Ibope. No comecinho da corrida eleitoral, ninguém dava muita bola para as pesquisas. Agora, elas saem em primeira mão no Jornal Nacional.
Esse mesmo Jornal Nacional explica que a Bolsa subiu por causa de um empate técnico no 2o turno.
Empates são bem mais interessantes do que vitórias arrasadoras, pois prendem a atenção.
Por motivos óbvios, muita gente parou de assistir a semifinal brasileira da Copa no quinto gol da Alemanha. Em compensação, a galera ficou vidrada no jogo final mesmo depois do golaço do Mario Götze, no segundo tempo da prorrogação.
Alguns jogos decisivos terminam em goleada, mas nenhum jogo decisivo acaba em empate.
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.