O CPI nos EUA ontem superou levemente as expectativas dos analistas, de projeção de -0,1% para um realizado de 0,1%, o que em tese não seria o suficiente para deflagrar a forte realização de lucros generalizada e alta do dólar, como observada.
Todavia, o cerne da questão estava no núcleo, não somente positivo, como o dobro das projeções aos 0,6%, o que demonstra que a leitura próxima a zero do índice cheio, veio necessariamente da gasolina, em queda de -10,1% e outros combustíveis -10,6%, após a desova pelo governo americano dos estoques regulatórios.
O restante ainda demonstra pressão, inclusive o gás encanado, dissolvendo os planos do governo americano de capitalizar com uma pretensa melhora da inflação e levando ao mercado a precificar elevações de até 100 bp no próximo FOMC.
Com isso, as atenções se voltam também ao PPI, inflação ao atacado nos EUA, o qual igualmente projeta uma queda de -0,1% no índice cheio e 0,3% no núcleo, na exata mesma linha do CPI, porém, este resultado em si pode não surpreender negativamente, pelos efeitos das reaberturas parciais na China.
Houve uma importante dissipação do choque de ofertas recentes, ainda que a China continue a enfrentar problemas pontuais com a pandemia e tais efeitos já são sentidos em diversas localidades, como no Brasil, onde o IPA-M, na primeira medida deste mês registrou queda de -1,01%.
Ainda que haja uma defasagem entre a queda no atacado ao varejo, a perspectiva é positiva no sentido do alívio da inflação em diversas localidades, o Brasil incluído, porém a situação em algumas economias desenvolvidas continua a demandar uma ação dos bancos centrais.
No Reino Unido, por exemplo, a inflação ao varejo registrou alta de 0,5%, 9,9% em 12 meses, porém, ao atacado, o resultado foi negativo em -0,1%, confirmando em partes a premissa de alívio.
O cenário continua repleto de desafios e entraves às economias desenvolvidas e no geral, o resultado da situação atual continua a ser consequência da inação das autoridades monetárias e expectativa de alguma resolução quase que “mágica” dos eventos de caráter global, os quais, incrivelmente se resolveram, mas não ajudaram o tanto quanto os formuladores de políticas monetárias esperavam.
Atenção hoje, além do PPI, as vendas ao varejo no Brasil.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pela inflação nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, seguindo a realização de lucros em NY, após o CPI mais forte.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto prata e platina.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, com perspectiva de demanda global robusta, apesar da possibilidade de entrada do Irã no mercado.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,38%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1919 / 1,92 %
Euro / Dólar : US$ 1,00 / 0,371%
Dólar / Yen : ¥ 143,06 / -0,906%
Libra / Dólar : US$ 1,16 / 0,548%
Dólar Fut. (1 m) : 5208,00 / 2,00 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,77 % aa (0,83%)
DI - Janeiro 24: 13,15 % aa (1,15%)
DI - Janeiro 26: 11,62 % aa (1,75%)
DI - Janeiro 27: 11,55 % aa (2,03%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,3037% / 110.794 pontos
Dow Jones: -3,9417% / 31.105 pontos
Nasdaq: -5,1591% / 11.634 pontos
Nikkei: -2,78% / 27.819 pontos
Hang Seng: -2,48% / 18.847 pontos
ASX 200: -2,58% / 6.829 pontos
ABERTURA
DAX: -0,334% / 13144,89 pontos
CAC 40: -0,066% / 6241,60 pontos
FTSE: -0,713% / 7333,23 pontos
Ibov. Fut.: -2,47% / 111760,00 pontos
S&P Fut.: 0,57% / 3953,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,534% / 12107,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,08% / 120,00 ptos
Petróleo WTI: 0,27% / $87,55
Petróleo Brent: 0,32% / $93,47
Ouro: 0,15% / $1.705,81
Minério de Ferro: -2,61% / $100,60
Soja: -1,00% / $1.534,25
Milho: -0,46% / $709,00
Café: -1,67% / $223,95
Açúcar: 0,11% / $18,44