Sem o racional. A reação dos mercados na abertura dos negócios hoje é baseada, novamente, mais em um movimento de mecânica ‘newtoniana’ do que em qualquer emissão de sinal positiva em relação aos eventos que afetam os investidores e a economia global no curto prazo.
Ainda que de curta sobrevida, tal movimento expõe alguns fatores importantes, como o exagero na derrocada dos mercados, em especial o mercado brasileiro e na ânsia dos investidores para a retomada do cenário pré-crise viral.
A mesma falta do racional explica ambos os movimentos do mercado e explicam a reação das pessoas ao vírus e suas consequências, ainda que se repita de maneira intermitente que não se trata de algo grave para pessoas que gozam de bom estado de saúde.
Continuam os cancelamentos de eventos e aglomerações públicas, voos e turismo, redução do fluxo de pessoas e mais uma série de eventos que certamente afetará uma parcela significativa dos serviços, os quais compõem a maior parcela do PIB dos países ocidentais.
Eis a necessidade de uma conjunção dos governos de forma a, ao menos, garantir um capital de giro de curto prazo e baixo custo para evitar o colapso de diversas empresas por evento que tem um caráter certamente temporário. É a necessidade de uma intervenção do governo de forma a dirimir ou ao menos atenuar os efeitos de uma disfunção da economia que não pode ser auto-ajustada.
Eis o real papel dos governos, como no Japão, que aprovou poderes emergenciais ao primeiro ministro para lidar com os fatores ligados ao vírus, os quais permitem Abe fechar escolas, cancelar reuniões de massa e gerenciar de perto os suprimentos médicos, sem precisar declarar um estado de emergência para implantar essas medidas.
Localmente, expõe-se algo muito importante, quando observamos o enorme desmonte que o mercado vem sofrendo nos últimos dias.
A entrada de novos CPFs na bolsa, muito acima daquilo observado desde de que a própria B3 tinha a campanha frustrada de 5 milhões de novos investidores, demonstra que a quantidade e a qualidade dos investidores nem sempre andam juntas.
Esta crítica em si não é direta aos investidores, pois a falta de educação financeira no Brasil se reflete em todas as camadas sociais, todavia, em um misto de ilusão com ganância, diversas operações complexas foram feitas em quantidades industriais nos últimos anos por aqui.
A venda do ‘canto da sereia’ em muitos cursos online ou presenciais, aqueles que prometem transformar as pessoas em ‘traders’ em poucas aulas também incluem operações complexas de mercado, às vezes muito além da compreensão do próprio investidor.
Opções, travas, long & short, ausência de hedge, operações a descoberto, contratos de derivativos e etc são operados como se fossem aplicações de poupança. Em um momento de distorção como o atual, o desmonte de tais posições, não só do investidor individual, acaba por se refletir em perdas que igualmente distorcem os movimentos do mercado.
Daí sofremos com o cenário e com a forte desalavancagem.
O dia hoje tem 'cheiro' de um respiro dos mercados, mas nada muito longe disso, pois estamos ainda longe da reversão dos eventos que nos trouxeram até aqui.
A redução da enorme volatilidade em si já seria mais do que bem vinda.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, com os investidores mais uma vez buscando ofertas no mercado.
Na Ásia, dia negativo, com o avanço global do COVID-19.
O dólar opera em alta consistente contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos até os 3 anos de vencimento.
Entre as commodities metálicas, quedas, com exceção ao cobre.
O petróleo abre em alta, após queda abrupta de preços.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -10,67%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,7944 / -0,53 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / -0,009%
Dólar / Yen : ¥ 106,25 / -1,292%
Libra / Dólar : US$ 1,26 / 0,334%
Dólar Fut. (1 m) : 4812,49 / 1,33 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 6,20 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 7,26 % aa (22,64%)
DI - Janeiro 25: 8,22 % aa (19,30%)
DI - Janeiro 27: 8,88 % aa (16,84%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -14,7804% / 72.583 pontos
Dow Jones: -9,9884% / 21.201 pontos
Nasdaq: -9,4347% / 7.202 pontos
Nikkei: -6,08% / 17.431 pontos
Hang Seng: -1,14% / 24.033 pontos
ASX 200: 4,42% / 5.539 pontos
ABERTURA
DAX: 3,147% / 9449,42 pontos
CAC 40: 3,404% / 4181,92 pontos
FTSE: 4,133% / 5453,95 pontos
Ibov. Fut.: -15,00% / 72125,00 pontos
S&P Fut.: -9,904% / 2468,90 pontos
Nasdaq Fut.: 3,822% / 7523,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,62% / 67,23 ptos
Petróleo WTI: 4,13% / $33,00
Petróleo Brent: 4,33% / $35,04
Ouro: 0,60% / $1.585,01
Minério de Ferro: -0,12% / $89,48
Soja: -1,47% / $855,00
Milho: 0,07% / $370,00 $370,00
Café: 2,02% / $111,35
Açúcar: 0,77% / $11,77