A reação inicial ao CPI nos EUA ontem foi levemente positiva, marcada pelo resultado dentro das expectativas médias dos analistas e pelos interanuais levemente abaixo das projeções.
Todavia, a abertura do número não sugere em nada que o espaço para o fim do ciclo de alta de juros esteja próximo, aliás, diversas pressões ali sugerem que o aperto monetário deve avançar ainda mais à zona restritiva, como citou Harker, membro do FOMC.
Reiteramos, o discurso do Fed esteve alinhado mais à manutenção do ciclo de alta de juros do que sua pausa, porém, novamente, parte do mercado tenta realinhar suas expectativas, baseadas no incessante desejo de que o Fed detenha a alta de juros.
Não é a primeira vez que o mercado tenta “moldar” as expectativas da autoridade monetária, de forma a preservar a liquidez dos ativos, ainda que a atual não seja tão descaradamente aberta como ocorreu antes da crise de hipotecas em 2008.
Todavia, os 10 anos de liquidez abundante que antecederam a crise pandêmica em 2020 deixou o mundo, talvez, “mal-acostumado” com o fluxo generoso de recursos disponíveis, daí a luta retórica por preservar parte disso, ainda que o ciclo de aperto monetário se mostre inevitável.
Logan, Harker, Williams do Fed preservaram o discurso duro de juros, citando inclusive a possibilidade de se levar anos para que a meta de 2% seja novamente atingida, portanto, não há nada de “dovish no Reino da Dinamarca” neste momento.
Neste cenário, ganham corpo novamente os indicadores de atividade econômica, onde os sinais de aquecimento, como no mercado de trabalho, serão interpretados como preservação do ciclo de aperto monetário, além daquilo previamente precificado pelas curvas de juros.
Com isso, voltam-se as atenções às vendas ao varejo hoje nos EUA, produção industrial e manufatureira e por fim, mercado imobiliário.
Localmente, a política volta novamente a cumprir seu papel de adicionar volatilidade e incerteza ao sistema, com a busca do governo por bodes expiatórios para justificar um crescimento econômico que será fraco no mundo todo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa por dados de atividade econômica nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após inflação nos EUA mais forte nos componentes abertos.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto pelo minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, com o aumento dos estoques americanos da commodity.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,75%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1885 / 0,35 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / -0,149%
Dólar / Yen : ¥ 133,32 / 0,128%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / -0,723%
Dólar Fut. (1 m) : 5216,84 / 0,53 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,45 % aa (-0,52%)
DI - Janeiro 25: 12,87 % aa (-0,86%)
DI - Janeiro 26: 12,98 % aa (-0,32%)
DI - Janeiro 27: 13,14 % aa (0,13%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,9075% / 107.849 pontos
Dow Jones: -0,4575% / 34.089 pontos
Nasdaq: 0,5748% / 11.960 pontos
Nikkei: -0,37% / 27.502 pontos
Hang Seng: -1,43% / 20.812 pontos
ASX 200: -1,06% / 7.352 pontos
ABERTURA
DAX: 0,340% / 15432,82 pontos
CAC 40: 1,008% / 7286,51 pontos
FTSE: -0,045% / 7950,28 pontos
Ibov. Fut.: -1,12% / 107792,00 pontos
S&P Fut.: -0,35% / 4131 pontos
Nasdaq Fut.: -0,475% / 12572,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,92% / 107,76 ptos
Petróleo WTI: -1,40% / $77,95
Petróleo Brent: -1,22% / $84,54
Ouro: -1,02% / $1.835,70
Minério de Ferro: 0,65% / $123,25
Soja: -0,60% / $1.528,25
Milho: -0,55% / $678,50
Café: -0,82% / $182,05
Açúcar: -0,93% / $21,37