Duas decisões de juros, dois contextos polêmicos e sem surpresas quanto à decisão em si, dentro das expectativas de mercado, porém com sinalizações no mínimo controversas de ambos os Bancos Centrais para os próximos movimentos.
No caso do FOMC, como sempre, uma coisa é apresentada no comunicado, ao qual o mercado reage com bastante velocidade e muitas vezes, cria cenários em cima de tal informação e outra é a entrevista de Powell após a decisão.
As projeções do Fed já mostravam um contexto desafiador de inflação, porém o cenário para a elevação de juros se mostrou contido em altas de 25 bp por reunião, o que claramente é aquém do necessário, dada a forte inflação anual nos EUA.
Com uma retorica que oscilou entre um viés mais duro com os juros, até uma percepção novamente leniente, Powell imputou à redução do balanço do ie à uma pretensa fragilidade do mercado de trabalho, dada a baixa taxa de participação, ou seja, o emprego existe, mas não a vontade de trabalhar.
Neste ponto, o Fed deixa claro que a inflação de salários está diretamente conectada aos estímulos de auxílio desemprego que foram criados para reduzir os impactos da pandemia, mas que ainda estão presentes em nível federal e em alguns estados.
Ainda assim e com toda a inflação e incertezas inerentes aos eventos de curto prazo, uma redução mais expressiva do balanço ficou para maio, enquanto as elevações de juros podem ser mais expressivas, “caso necessário”, como disse Powell. Em resumo, o Fed continua atrás da curva.
Nosso BC já seguiu a linha contrária, ao desenhar um cenário ‘alternativo’ que já não se mostra presente, mesmo com os eventos de constante incerteza que estão em voga atualmente e ao contratar, novamente, mais 100 bp para a próxima reunião
Um exemplo é o cenário de referência que vê claro impacto do custo do petróleo na inflação e conta com a média de US$114,5 o barril, jogando o IPCA a 7,1%, enquanto no ‘alternativo’, a inflação cai quase 100 bp, com o barril a US$100 e inflação de 6,3%.
O COPOM tentou novamente embarcar todas as possibilidades em seus cenários, na tentativa de ancorar as expectativas de inflação, operando praticamente pelo ‘pior dos casos’ em diversos momentos do comunicado, porém claramente de inflação mais baixa do que o anterior e ainda assim, fez o contrato da próxima alta.
“Cenário alternativo” é o de “maior probabilidade”, portanto de inflação mais baixa e reduzida inércia para 2023.
Resumindo, não era para sinalizar mais 100 bp.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, em reação às decisões de juros.
Em Ásia-Pacífico, mercados disparam com os incentivos do governo chinês à economia.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálica, altas, destaque ao minério de ferro, paládio e prata.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com temores de menor oferta, após aviso da Agência Internacional de Energia (AIE).
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,39%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0768 / -1,68 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / 0,027%
Dólar / Yen : ¥ 118,61 / -0,110%
Libra / Dólar: US$ 1,32 / 0,251%
Dólar Fut. (1 m) : 5128,22 / -1,10 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,11 % aa (-1,24%)
DI - Janeiro 24: 13,01 % aa (0,58%)
DI - Janeiro 26: 12,25 % aa (-0,08%)
DI - Janeiro 27: 12,25 % aa (0,00%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,9761% / 111.112 pontos
Dow Jones: 1,5465% / 34.063 pontos
Nasdaq: 3,7682% / 13.437 pontos
Nikkei: 3,46% / 26.653 pontos
Hang Seng: 7,04% / 21.501 pontos
ASX 200: 1,05% / 7.251 pontos
ABERTURA
DAX: -0,618% / 14351,52 pontos
CAC 40: 0,004% / 6588,93 pontos
FTSE: -0,069% / 7286,66 pontos
Ibovespa Futuros.: 2,15% / 111984,00 pontos
S&P 500 Futuros.: -0,33% / 4343,75 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: -0,460% / 13895,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,42% / 122,39 ptos
Petróleo WTI Futuros: 4,62% / $99,43
Petróleo Brent: 4,60% / $102,53
Ouro: 0,78% / $1.942,76
Minério de ferro: 0,40% / $148,85
Soja: 0,55% / $1.658,00
Milho: 1,37% / $739,50
Café: 2,97% / $218,60
Açúcar: 1,62% / $18,88