Conforme citamos ontem, Jerome Powell, chairman do Federal Reserve reforçou a perspectiva de proximidade dos juros neutros nos EUA, iniciando um ciclo de sinalizações dovish (menor tendência de alta nos juros) e começa a deflagrar o “início do fim” do aperto monetário nos EUA.
Ainda que este seja o sinal, devemos lembrar que a tendência de proximidade do fim do ciclo não significa a parada tão em breve, pois a perspectiva do Fed ainda é de concluir o processo muito mais próximo dos 3% aa.
Para os investidores, reforça novamente o que citamos anteriormente, o apetite pelo prêmio de maior risco pode se elevar e mercados emergentes tendem a se beneficiar.
O Brasil, em especial, dado o viés liberal e reformista do novo governo pode atrair investimentos que antes iriam para o México, no qual assumiu um governo populista de esquerda.
Todavia, a ajuda do congresso para o avanço de reformas e assim, a atração de tais investimentos é essencial e o país não pode cair na armadilha do protecionismo pueril e não avançar com a abertura do mercado.
Deste modo, a reforma da previdência, a correta utilização dos recursos da cessão onerosa, o fim do presidencialismo de cooptação serão bandeiras mais do que necessárias neste momento.
CENÁRIO POLÍTICO
A partilha da cessão onerosa, que brilhou os olhos de estados, municípios e parlamentares é o principal entrave do novo governo para um início menos pesado.
Ainda assim, a curva de aprendizado, principalmente de Paulo Guedes é importante neste momento, pois ao lidar com o antigo e não renovado congresso, ele entende o que pode vir pela frente, dada a péssima tradição brasileira para o tema.
No curto prazo, a vontade política parece pouca e mais centrada na autopreservação, principalmente com aqueles não eleitos ou reeleitos.
Um exemplo é Magno Malta se utilizar da igreja evangélica para tentar cavar um ministério no novo governo, ao culpar seu apoio a Bolsonaro à sua não reeleição.
Os restantes que apoiaram, venceram.
Parece estranho, não?!?
CENÁRIO DE MERCADO
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em queda, na expectativa do encontro do G-20 a após a fala de Powell.
Na Ásia, o fechamento foi misto, reagindo ao discurso dovish do Fed.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos observados.
Entre as commodities metálicas, a queda quase generalizada, com exceção do ouro.
O petróleo abre em queda, com alta nos estoques internacionais.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,8541 / -0,58 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / 0,018%
Dólar / Yen : ¥ 113,29 / -0,343%
Libra / Dólar : US$ 1,28 / -0,335%
Dólar Fut. (1 m) : 3840,37 / -1,39 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 19: 6,57 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 20: 6,94 % aa (-1,00%)
DI - Janeiro 21: 7,91 % aa (-1,13%)
DI - Janeiro 25: 9,67 % aa (-1,02%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,55% / 89.251 pontos
Dow Jones: 2,50% / 25.366 pontos
Nasdaq: 2,95% / 7.292 pontos
Nikkei: 0,39% / 22.263 pontos
Hang Seng: -0,87% / 26.451 pontos
ASX 200: 0,58% / 5.758 pontos
ABERTURA
DAX: 0,364% / 11339,96 pontos
CAC 40: 0,590% / 5012,63 pontos
FTSE: 0,641% / 7049,43 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 89321,00 pontos
S&P Fut.: -0,274% / 2734,00 pontos
Nasdaq Fut.: -0,524% / 6882,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,52% / 81,96 ptos
Petróleo WTI: -0,80% / $49,89
Petróleo Brent:-1,28% / $58,01
Ouro: 0,49% / $1.227,21
Minério de Ferro: -0,30% / $72,92
Soja: 1,43% / $16,35
Milho: 0,21% / $361,00
Café: 0,55% / $110,10
Açúcar: -0,70% / $12,76