Às vésperas de ações ainda parcialmente desconhecidas dos Bancos Centrais mundo afora, a sensibilidade dos investidores aos indicadores macroeconômicos fica maior, especialmente quando não se sabe exatamente o que esperar dos mesmos.
Os dados divulgados na madrugada e nesta manhã corroboram com o aumento da volatilidade dos ativos, em meio às expectativas ora desencontradas com dados de atividade econômica mais forte, ora mais fraca, inflações e juros.
Desde a decisão de juros mais agressiva na Austrália, de 0,35% para 0,85% até dados os pedidos às fábricas bem abaixo das expectativas na Alemanha, passando por indicadores antecedentes positivos no Japão, assim como PMIs mais fortes britânicos, o cenário continua de difícil leitura no geral.
O governo americano teme em utilizar “armas mais pesadas” contra a inflação, com medo de que isso custe as eleições de meio-termo lá, porém essa mesma inflação tem sido um dos principais motivos para a baixa popularidade do atual presidente.
Biden tem a pior popularidade neste período de mandato não somente comparado a Trump, sua popularidade é a pior entre todos os presidentes americanos desde Truman, em 1946, quando se iniciaram este tipo de pesquisa.
Isso dificulta em muito a manutenção pelos democratas do comando de ambas as casas, pondo abaixo os planos do Build Back Better e qualquer outro rompante de mais gastos fiscais, como o perdão das dívidas estudantis e a manutenção dos estímulos contra o desemprego, em nível pleno nos EUA neste momento.
Por aqui, a agenda vazia foca as atenções na proposta do governo federal de zeragem dos impostos de combustíveis, colocando os governadores na berlinda, ao propor que os mesmos façam igual e se o problema for a arrecadação, o governo federal cobrirá tais perdas. Isso tudo sem fonte de reposição, conforme a lei.
Eis mais um ponto do descalabro fiscal no Brasil, pois ao entender a completa impossibilidade de alterar as políticas da Petrobrás, dados os gatilhos institucionais criados para evitar, também, que eventos como o petrolão se repitam, o governo busca alternativas nada ortodoxas para a redução do preço dos combustíveis.
O impacto desinflacionário de curto prazo seria inegável, porém o custo fiscal e ao resultado do Tesouro certamente pressionarão ainda mais os juros no Brasil.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, à medida que os temores de inflação dominam os mercados.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, após um aumento de juros na Austrália vindo o dobro do projetado.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto ao ouro e paládio.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, apesar do relaxamento das restrições na China e do aumento saudita do preço para a Ásia.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,55%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,7943 / 0,40 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / -0,159%
Dólar / Yen : ¥ 132,68 / 0,607%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / -0,152%
Dólar Fut. (1 m) : 4835,11 / 0,25 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,45 % aa (0,07%)
DI - Janeiro 24: 13,08 % aa (0,38%)
DI - Janeiro 26: 12,36 % aa (0,41%)
DI - Janeiro 27: 12,40 % aa (0,69%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,8248% / 110.186 pontos
Dow Jones: 0,0489% / 32.916 pontos
Nasdaq: 0,4049% / 12.061 pontos
Nikkei: 0,10% / 27.944 pontos
Hang Seng: -0,56% / 21.532 pontos
ASX 200: -1,53% / 7.096 pontos
ABERTURA
DAX: -0,989% / 14508,72 pontos
CAC 40: -0,873% / 6491,61 pontos
FTSE: -0,013% / 7607,27 pontos
Ibov. Fut.: -0,87% / 110521,00 pontos
S&P Fut.: -0,62% / 4095 pontos
Nasdaq Fut.: -0,809% / 12506,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,37% / 135,81 ptos
Petróleo WTI: -0,15% / $118,32
Petróleo Brent: -0,29% / $119,16
Ouro: 0,28% / $1.846,55
Minério de Ferro: 0,56% / $144,65
Soja: -0,09% / $1.697,75
Milho: -0,77% / $736,75
Café: -0,02% / $237,35
Açúcar: -1,28% / $19,31