A recessão técnica nos EUA deflagrou um movimento, como citamos ontem, do “notícia ruim, notícia boa”, ou seja, a percepção de que a atividade econômica nos EUA em contração ou com menor força possa deflagrar a redução de ritmo do aperto monetário, até que sua taxa terminal ocorra ainda este ano.
Até mesmo a Zona do Euro, com riscos de atividade econômica devido à crise energética conseguiu registrar crescimento acima das projeções na primeira prévia do PIB, com alta de 0,7% no trimestre e 4% ao ano, acima das projeções de 0,2% e 3,4% respectivamente.
Nos EUA, o que desafia a noção constante de recessão técnica, como está ocorrendo agora é um misto de mercado de trabalho ainda indicando força e uma parcela dos resultados corporativos igualmente fortes, como o resultado da Apple (NASDAQ:AAPL) e da Amazon (NASDAQ:AMZN) ontem divulgados.
A questão é que, na divulgação destes resultados, muitas empresas estão citando perspectivas desafiadoras para os próximos trimestres, inclusive citando redução de investimentos e demissões.
Eis o último ponto para convencer o Fed de que, apesar da inflação vigente, o processo de aperto monetário deverá ser contido antes do previsto, sob pena de criar danos de difícil reversão, como uma estagflação.
Um ponto importante é que tanto os EUA, quanto a Europa, em meio ao contexto de equilibrar a economia e a inflação, continuam resistentes em promover um processo de retirada dos estímulos de liquidez.
O tal QT (aperto quantitativo) somente deixou de comprar ativos desde maio, mantendo o balanço do Fed praticamente estável, ou seja, não houve ainda a prometida redução, no qual o impacto inflacionário é inegável.
Portanto, o ajuste necessário pelo Fed ainda está longe do ideal, mas para facilitar seu trabalho, o receituário também inclui ações que não necessariamente dependem da elevação de juros para funcionar e com isso, o cenário para o apetite pelo prêmio de maior risco, Brasil incluído, tende a se acelerar.
Atenção hoje ao desagregados do PIB americano, em especial o PCE, confiança do consumidor nos EUA e no Brasil, dados fiscais e desemprego.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelos desagregados do PIB e pelos balanços de Chevon e ExxonMobile e no Brasil, RaiaDrogasil e Usiminas (BVMF:USIM5).
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, pressionados por ações de empresas chinesas de tecnologia.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e alta em Nova York, com oferta apertada à medida que as atenções se voltam para reunião da OPEP +.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,97%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1838 / -1,14 %
Euro / Dólar : US$ 1,02 / 0,118%
Dólar / Yen : ¥ 133,32 / -0,700%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / -0,197%
Dólar Fut. (1 m) : 5187,50 / -1,71 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,88 % aa (-1,06%)
DI - Janeiro 24: 13,50 % aa (-1,32%)
DI - Janeiro 26: 12,74 % aa (-1,62%)
DI - Janeiro 27: 12,76 % aa (-1,54%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,1423% / 102.597 pontos
Dow Jones: 1,0313% / 32.530 pontos
Nasdaq: 1,0818% / 12.163 pontos
Nikkei: -0,05% / 27.802 pontos
Hang Seng: -2,26% / 20.157 pontos
ASX 200: 0,80% / 6.945 pontos
ABERTURA
DAX: 0,959% / 13409,42 pontos
CAC 40: 1,215% / 6416,21 pontos
FTSE: 0,369% / 7372,34 pontos
Ibov. Fut.: 1,15% / 103285,00 pontos
S&P Fut.: 0,71% / 4102,5 pontos
Nasdaq Fut.: 1,138% / 12879,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,78% / 121,23 ptos
Petróleo WTI: 1,65% / $98,01
Petróleo Brent: 1,57% / $108,82
Ouro: 0,26% / $1.760,56
Minério de Ferro: -2,69% / $115,50
Soja: 1,72% / $1.637,00
Milho: 0,81% / $620,00
Café: 0,73% / $219,85
Açúcar: 0,23% / $17,76