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Reflexões Momescas

Publicado 14.02.2013, 14:35
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É Carnaval! É tempo de folia, samba no pé e escolas de samba entrando na avenida. Enfim, é o momento ideal para arrancar as fantasias do armário e brincar sem olhar para o amanhã. Bem, como nós, economistas, não podemos perder o foco no amanhã, façamos então uma reflexão sobre os principais fatos da economia doméstica nos dias que antecederam a festa momesca.

Na semana passada, o governo continuou na sua batalha para tentar atrair investimentos. Alterou as regras para as concessões de rodovias, com melhorias no prazo, taxas e garantias mais transparentes, além da promessa de retorno acima de 10% para atrair os investidores privados. Sobre esta é preciso saber se é factível, diante de um cenário cada vez mais incerto. As próximas regras devem vir para as concessões de aeroportos, neste caso incluindo Galeão e Confins. Somado a isto, anunciou um maior aporte de recursos, via redução de compulsório, para os bancos financiarem o setor de infraestrutura.

Em paralelo, foi anunciado um desconto do saldo primário de 2013 de R$ 20 bilhões em desonerações fiscais, passando de R$ 45,2 bilhões para R$ 65,2 bilhões nos abatimentos, abrindo espaço para a alocação de recursos públicos em investimentos. Foi uma revisão da meta fiscal para 2013, agora com o saldo primário flutuando entre 1,8% e 2,0% do PIB, já considerando o abatimento dos investimentos do PAC. O problema aqui é aferir o total destas desonerações, visto que muitas podem não ir para os cofres do governo.

Sobre estas desonerações, o governo também está preparando mais uma, neste caso, voltada para a cesta básica, visando reduzir os impactos inflacionários, em especial dos alimentos. Tivemos isenção de IPI para duráveis em 2012, em processo de recomposição neste semestre.

Sobre a inflação, o IPCA de janeiro acabou registrando 0,86%, maior do que em dezembro (0,79%), indo a 6,15% em 12 meses. Só não foi maior em função da absorção de 25% da redução da energia (que chegou a 18% para as residências) e do adiamento dos reajustes de transportes no Rio e São Paulo para o segundo trimestre. Sem estes, com certeza o IPCA iria para mais de 1%, dado o impacto dos Alimentos, das Despesas Diversas, além de cigarros (elevação do IPI impactando nos preços em 11%). O BACEN se mostrou preocupado e o mercado futuro passou a sinalizar elevação da taxa de juros básica neste ano. Isto porque Tombini disse que está atento, olhando tudo, gerando mais volatilidade.

Esta postura mais incisiva do BACEN, inclusive, acabou gerando certa tensão com o ministro Guido Mantega. Sobre a gestão Mantega, muitos se mostram desconfortáveis, depois das várias intervenções do governo e poucos resultados concretos. Mantega argumenta que a política econômica é da Presidente Dilma, sendo apenas seu executor. A presidente já o confirmou até o final do mandato, com alguns boatos sobre a possibilidade de lançá-lo como candidato ao governo de São Paulo, sob a batuta de Lula. Em paralelo, continuam surgindo nomes alternativos, como Nelson Barbosa, o próprio Tombini e Arno Augustin, secretário do Tesouro, em sua eventual substituição.

Voltando à inflação, um fato a preocupar foi o “índice de difusão”, tendo passado de 70,7% para 75,1% em janeiro passado, colocando em dúvida a tese de fatores isolados serem preponderantes. Os serviços continuam em alta, tendo registrado 0,90% no mês passado, contra 0,98% em dezembro, e 8,5% em 12 meses. A maior alta, no entanto, acabou ocorrendo em Alimentos e Bebidas (1,03% para 1,99%), representando 56% do índice cheio em janeiro, decorrente dos problemas climáticos.

Por outro lado, com a redução da energia elétrica, anunciada pelo governo no dia 24 (coleta vai até o dia 29), o impacto acabou em 25% na redução do índice, devendo ser bem maior em fevereiro. Energia elétrica recuou 3,91% e tirou 0,13 ponto percentual do índice.

Para este mês, nossas projeções são mais otimistas, com o índice devendo cair pela metade, em torno de 0,45%, mesmo com o reajuste da gasolina de 6,6%. Os alimentos devem recuar, mas estejamos atentos aos fatores climáticos, assim como devem perder força os impactos do item Educação e dos serviços.

Os alimentos, aliás, foram os que impactaram a inflação em 2012, com a seca nos EUA, e no Brasil, conforme observamos nos gráficos a seguir. Os preços dos bens não duráveis subiram quase 10% no ano passado, destacando também o forte aumento de impostos sobre bebidas frias e cigarros. Em forte queda tivemos os bens duráveis, com a isenção do IPI até dezembro.

Com a recomposição do IPI neste início de 2013, estes estão em pleno processo de aceleração. Em janeiro foram a 0,86%, depois de registrar 0,18% em dezembro, com automóveis, eletrodomésticos e móveis mais caros. Empresas destes setores já estão com as planilhas de custo em revisão, até porque o preço do aço vem mais alto nas próximas semanas.

Ao longo do ano, o IPCA, em 12 meses, deve se manter acima de 6%, pelo menos no primeiro semestre. Para o segundo, temos mais dúvidas do que certezas, já que predominam choques de oferta como norteadores da inflação, reduzindo os canais de transmissão através da política monetária.

Acreditamos que o BACEN ainda deve abusar de medidas macroprudenciais, como elevação do compulsório e taxação sobre compras a prazo, deixando a elevação da taxa básica de juros como última alternativa. Importante salientar, mais uma vez, que efeitos cambiais, ou problemas de safra, assim como recomposição de custos das empresas, são fatores que afetam a inflação pelo lado da oferta. Com o BACEN mantendo o câmbio apreciado, em torno de R$ 1,95 a R$ 2,00, o primeiro deve se manter controlado. Já sobre os alimentos pouco podemos afirmar visto que fatores climáticos são imprevisíveis.

Importante lembrar também que o nível da capacidade instalada, próximo a 81/82%, pode ser fator inibidor para novas pressões de demanda. Estas, no entanto, continuam à espreita, dadas a expansão do crédito neste ano (prevista em 14%), a manutenção da renda e do nível de emprego.
Figura 1

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