Dois sinais importantes foram emitidos ontem. O primeiro veio do Brasil, onde Maia cumpriu seu papel com maestria na câmara e a reforma da previdência vai ao senado incólume na sua forma transformada pela casa.
Neste sentido, a passagem pelo senado depende agora da mesma habilidade de Alcolumbre, porém a maioria um pouco mais folgada na casa deve fazer da passagem algo relativamente mais suave, ainda que os riscos estejam presentes e não devam ser ignorados.
À câmara agora resta ‘levantar a bola’ da reforma tributária e como já citei anteriormente, o resultado final pode ser um misto da versão da equipe econômica e do excelente trabalho de Bernard Appy à frente do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF).
Esta é a reforma que tem o maior potencial construtivo, pois em seu escopo conta de maneira impar com o processo de desburocratização do sistema tributário, retirando assim um dos maiores fardos na composição do famoso ‘custo Brasil’.
Obviamente, longe de ser um processo fácil, a discussão deve recair no temor de perda de arrecadação dos entes federativos, em especial os estados e por um lado, na ânsia por isenções fiscais e retroalimentação da guerra fiscal.
Ou seja, o pior inimigo da reforma é a irresponsabilidade fiscal, daí prevermos que a reforma possa ser mais ‘travada’ que a atual.
No exterior, os investidores reagiram ontem às declarações de Evans, indicando um contexto mais dovish e em certo momento, rumores no mercado indicaram inclusive a possibilidade de um corte emergencial de juros para abrandar os temores de um agravamento da guerra comercial.
Como também citamos aqui anteriormente, este seria o Fed caindo na retórica do caos de Trump. Não satisfeito com a última decisão do FOMC e notando que o termo “guerra comercial” foi citado como causa do corte ‘modesto’, Trump não perdeu tempo e quer dar motivos para novos cortes.
O presidente americano é um ‘filhote’ do setor imobiliário, intensivo em juros baixos e na sua visão, isso é o que aquece a economia, como se os EUA não estivessem aquecidos o suficiente, mas ele quer ainda mais.
O problema é que agentes do mercado já partem para o ‘tudo ou nada’, com pressões significativas por funding através do corte de juros, levando a analistas clamarem por um Alívio Quantitativo (QE) no quarto trimestre deste ano.
Esta pressão por juros baixos tem alimentado fortemente as bolsas de valores americanas, impulsionando muitas vezes o resultado de empresas em termos de mercado, mas não na economia real, daí parte da irresponsabilidade deste 'maravilhoso mundo de juros baixos' por um longo prazo.
Por um segundo mandato, Trump cria toda esta celeuma global, com um custo fiscal monstro e demandando a todo custo movimentos irresponsáveis de política monetária, que podem acontecer neste Fed sem pulso como o atual.
O custo real vem depois das eleições.
Na agenda corporativa, destacam-se Deutsche Telekom, Uber (NYSE:UBER), Adidas, Zurich Insurance, Dr Pepper Snapple, Kraft Heinz, Activision Blizzard, CBS, Rakuten, Merck, Symantec e Viacom.
Localmente, Azul (SA:AZUL4), B2W (SA:BTOW3), B3, BB (SA:BBAS3), CCR (SA:CCRO3) e Cyrela (SA:CYRE3).
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com a intervenção chinesa no câmbio.
Na Ásia, o fechamento foi positivo, com a alta significativa nas exportações chinesas, apesar da volatilidade.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao cobre.
O petróleo abre em alta, na expectativa de corte da OPEP.
O índice VIX de volatilidade abre em queda de -2,05%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,9702 / 0,20 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / 0,098%
Dólar / Yen : ¥ 106,11 / -0,151%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / 0,099%
Dólar Fut. (1 m) : 3986,28 / 0,42 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,37 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 5,43 % aa (-1,09%)
DI - Janeiro 23: 6,37 % aa (-0,78%)
DI - Janeiro 25: 6,88 % aa (-0,86%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,61% / 102.782 pontos
Dow Jones: -0,09% / 26.007 pontos
Nasdaq: 0,38% / 7.863 pontos
Nikkei: 0,37% / 20.593 pontos
Hang Seng: 0,48% / 26.121 pontos
ASX 200: 0,75% / 6.568 pontos
ABERTURA
DAX: 0,862% / 11750,54 pontos
CAC 40: 1,369% / 5338,61 pontos
FTSE: 0,276% / 7218,59 pontos
Ibov. Fut.: 0,72% / 102982,00 pontos
S&P Fut.: 0,337% / 2890,30 pontos
Nasdaq Fut.: 0,586% / 7597,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,94% / 76,63 ptos
Petróleo WTI: 2,21% / $52,22
Petróleo Brent:1,67% / $57,17
Ouro: -0,32% / $1.496,39
Minério de Ferro: -2,96% / $96,56
Soja: 0,00% / $14,92
Milho: 0,49% / $409,25
Café: 1,19% / $98,20
Açúcar: 0,62% / $11,43