A leitura mais apurada do Arcabouço Fiscal levou ao total descolamento do mercado local do exterior, este animado pelo núcleo inflacionário do PCE abaixo das expectativas dos investidores e uma melhora da confiança dos consumidores.
Neste sentido, mesmo as falas de membros do Fed rechaçando o potencial deflacionário da crise de crédito, reiterando a responsabilidade dos indicadores econômicos para formatar as próximas decisões, a menor pressão de preços pelo PCE trouxe um alento positivo aos investidores quanto ao ciclo de juros nos EUA.
Por aqui, o entendimento de que o novo Arcabouço Fiscal exige premissas excessivamente otimistas em termos de arrecadação para trazer o mínimo de resultados reverteu totalmente o otimismo de seu anúncio e descolou o Brasil de todos os mercados de renda variável no exterior, criando confusão no câmbio e nos juros.
Conforme explicamos no nosso relatório da última sexta-feira, há uma incompatibilidade explicita entre a proposta de redução do déficit primário neste ano, a zeragem no próximo e superávits consecutivos com a realidade da atividade econômica atual, a pretensa proposição de não elevação de impostos e o combate à inflação.
No cenário atual, tal plano será claramente contracionista em termos fiscais, pois limitará os gastos do governo, em meio ao atual cenário de crescimento econômico, atividade e inflação, mas ao mesmo tempo, em meio às exigências políticas imediatas do governo, tende a trazer a inevitabilidade de uma alta de impostos.
Começamos a semana com uma série de PMI de manufaturas desanimando parte dos mercados, com a enorme maioria registrando resultados abaixo das expectativas, como na China, Coréia do Sul, Austrália e Reino Unido, enquanto Japão, Zona do Euro e Alemanha registraram resultados acima das expectativas e dos anteriores, porém ainda em zona de contração, ou seja, abaixo de 50 pontos.
Outro ponto que marca a semana do mercado de trabalho nos EUA é o corte surpresa de produção por parte da OPEP+, disparando a cotação no mercado internacionais, apesar da reversão do cenário de baixa oferta tanto apregoado pela instituição no ano passado, o qual preservou os preços em pressão por um longo período.
Isso pode ser um complicador para a condução da política monetária das economias centrais, fortemente baseadas na redução das pressões dos preços de energia e caso confirmadas as maiores altas da commodity, até mesmo o Brasil pode ser afetado.
O feriado local na sexta-feira, logo no dia do Payroll deixa o Brasil à mercê dos mercados internacionais, mas atentos ao congresso na negociação do Arcabouço Fiscal.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, com os mercados atentos ao início do segundo trimestre e reagindo à ação da OPEP+.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com exceção do Kospi, puxados por ações de empresas de petróleo.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque de alta ao minério de ferro e cobre.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, após o corte surpresa de produção por parte da OPEP+.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4,60%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,064 / -0,59 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / 0,120%
Dólar / Yen : ¥ 133,26 / 0,429%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / 0,049%
Dólar Fut. (1 m) : 5097,87 / -0,50 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,19 % aa (0,29%)
DI - Janeiro 25: 12,02 % aa (0,54%)
DI - Janeiro 26: 11,92 % aa (0,18%)
DI - Janeiro 27: 12,08 % aa (-0,07%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,7657% / 101.882 pontos
Dow Jones: 1,2633% / 33.274 pontos
Nasdaq: 1,7351% / 12.222 pontos
Nikkei: 0,52% / 28.188 pontos
Hang Seng: 0,04% / 20.409 pontos
ASX 200: 0,63% / 7.223 pontos
ABERTURA
DAX: 0,097% / 15643,98 pontos
CAC 40: 0,485% / 7357,87 pontos
FTSE: 0,706% / 7685,61 pontos
Ibov. Fut.: -1,93% / 102128,00 pontos
S&P Fut.: -0,05% / 4135,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,631% / 13229,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,95% / 106,51 ptos
Petróleo WTI: 5,26% / $79,65
Petróleo Brent: 5,11% / $83,97
Ouro: -0,26% / $1.969,66
Minério de Ferro: -3,33% / $121,15
Soja: 0,66% / $1.513,75
Milho: 0,91% / $666,75
Café: 1,55% / $174,65
Açúcar: 1,21% / $22,45