Conforme citamos na semana anterior, o movimento global de sell-off de ações de tecnologia vem sendo prenunciado há algum tempo por uma série de analistas, em vista ao peso de tais ações no mercado americano e da sequência cada vez mais longeva de altas observadas.
As perdas acentuadas na Amazon (NASDAQ:AMZN), Apple (NASDAQ:AAPL), Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Facebook (NASDAQ:FB) - líderes de mercado em 2020 - levaram o Nasdaq à queda de 3,3%, na sua pior semana desde 20 de março, princípio da pandemia do Covid-19.
A fraqueza do setor deriva em partes de temores de que o aumento maciço do valor das ações tenha levado as avaliações a níveis insustentáveis, além do forte peso que o mercado de opções ganho desde a crise deflagrada em março, de onde o Nasdaq já superou em 70% os níveis pré-pandêmicos.
A real correção destes ativos sofre com a enorme e abundante liquidez internacional e investidores se vem com poucas alternativas seguras no curto-prazo, o que potencializa o retorno a tais ações logo que sua correção ocorra, o que aparentemente está longe de ocorrer.
Os 3,3% de queda no Nasdaq na semana anterior está longe da mínima de aproximadamente 10% que em média os analistas têm citado como crível, ou seja, algo mais próximo dos 10.000 do que dos 11.000 pontos atuais.
Nesta correção, chama a atenção também os atuais niveis do VIX, renovando o terceiro pico de alta do ano, num sinal de aumento de tensão dos investidores, em meio ao contexto global de juros reais e nominais negativos, reiterando, de poucas alternativas.
A semana tem acentuada agenda focada na inflação aqui e no exterior, onde os repiques mais pronunciados de preços ao atacado no Brasil começam a abrir caminho no varejo, em resposta ao constante achatamento de margem de lucros dos produtores.
Parte disso é resultado da intensa volatilidade cambial, com a desvalorização de 32% do Real frente ao dólar neste ano, a qual já atingiu 46% em meados do mês de maio de 2020.
A atividade econômica é destaque também com as vendas ao varejo e volume do setor de serviços, onde em ambos os casos são projetadas fortes reações marginais dos indicadores.
Além das inflações nos EUA, China e Europa, o foco também se volta à decisão de juros na Zona do Euro, sem expectativas de alteração de taxa e com manutenção dos programas de alívio quantitativo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com o peso das ações de tecnologia.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, mesmo após o menor PIB no Japão.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, com destaque à queda no ouro.
O Petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com o fim do verão nos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 7,54%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3018 / 0,18 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / -0,203%
Dólar / Yen : ¥ 106,36 / 0,075%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / -0,752%
Dólar Fut. (1 m) : 5306,60 / 0,44 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,34 % aa (-2,91%)
DI - Janeiro 23: 3,90 % aa (-1,52%)
DI - Janeiro 25: 5,69 % aa (-1,22%)
DI - Janeiro 27: 6,64 % aa (-1,19%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,5166% / 101.242 pontos
Dow Jones: -0,5635% / 28.133 pontos
Nasdaq: -1,2652% / 11.313 pontos
Nikkei: 0,80% / 23.274 pontos
Hang Seng: 0,14% / 24.624 pontos
ASX 200: 1,06% / 6.008 pontos
ABERTURA
DAX: -0,729% / 13004,82 pontos
CAC 40: -1,169% / 4994,65 pontos
FTSE: -0,245% / 5922,85 pontos
Ibov. Fut.: 0,60% / 101474,00 pontos
S&P Fut.: -0,489% / 3398,70 pontos
Nasdaq Fut.: -2,379% / 11286,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,90% / 71,74 ptos
Petróleo WTI: -3,85% / $38,21
Petróleo Brent: -1,67% / $41,29
Ouro: -0,70% / $1.915,41
Minério de Ferro: -0,66% / $127,53
Soja: 0,64% / $975,75
Milho: 1,51% / $352,50 $352,50
Café: 2,43% / $134,80
Açúcar: 0,00% / $11,90