Entramos no cheque especial e comemoramos.
A aprovação da PLN 4, com crédito suplementar de R$ 248,9 bi para o cumprimento tanto da Regra de Ouro, que veda a emissão de títulos para o pagamento de despesas correntes, com dos compromissos do governo, como seguridade e assistência social.
A ironia da comemoração vem exatamente da constatação que a situação fiscal brasileira é muito pior do que o cidadão médio consegue perceber o quão aprofundada é a erosão fiscal nas contas do governo.
Daí a necessidade premente da aprovação da reforma da previdência, que como citei anteriormente aqui, seria tão somente um ‘muro de contenção’ desta erosão constante e perigosa.
O que vai ‘tapar o buraco’ fiscal após a contenção da erosão são as medidas a posteriori, como reforma tributária ampla e irrestrita, medidas microeconômicas da agenda BC+ e ministério da economia, abertura comercial, desburocratização, entre outras.
É a consciência da necessidade de tais medidas que precisa permear a mente dos parlamentares, de modo a evitar um shutdown em moldes dos que acontecem nos EUA, com a total paralisia dos serviços públicos, na ausência de recursos para pagamentos do mínimo, como salários.
O problema de ser um mal administrador de recursos próprios ou um mal pagador, é que seu score de crédito em algum momento começa a deteriorar e os empréstimos começam a custar mais caro, até o ponto em que não se consegue mais emprestar de ninguém.
Isso é um modo resumido e objetivo do que pode acontecer no Brasil.
Com fiscal deteriorado, os juros básicos podem subir exatamente para compensar o fato de nos tornamos menos atraentes pelo nosso score de crédito, ou subiremos impostos.
Em ambos os casos, significa que falhamos.
Atenção hoje ao CPI nos EUA e vendas ao varejo no Brasil.
CENÁRIO POLÍTICO
A PLN4 foi um teste de fogo importante para o governo e até recentemente, pois mostrava também um empenho dos governadores no sentido de se buscar uma solução ao tema fiscal (e dinheiro, obviamente).
O problema é que muitos governadores se postam publicamente contra a reforma da previdência, ainda sabendo que será muito pior se o seu estado não a fizer, ou se houver a necessidade de se apresentar uma proposta própria.
O ajuste fiscal precisa partir dos estados urgentemente.
E o sinal amarelo, quase vermelho é a aprovação do crédito suplementar, pois estudos como do prof. Francesco Giavazzi demonstram que a opção pelo aumento de impostos gera historicamente um período de recuperação muito mais lento do que a opção por ajustes fiscais.
Deste modo, se aumentar impostos não é a opção neste momento, os governadores precisam pensar republicanamente, deixar de lado as ideologias e se engajar na aprovação das reformas, para depois então fazer o tipo de política que quiserem.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, com a piora nas conversações da guerra comercial.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, com a maior alta da inflação chinesa em 15 meses.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto min. de ferro por problemas na oferta australiana.
O petróleo abre em queda, após estoques elevados e demanda reduzida.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2%.
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,8575 / -0,82 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / -0,062%
Dólar / Yen : ¥ 108,36 / -0,147%
Libra / Dólar : US$ 1,28 / 0,196%
Dólar Fut. (1 m) : 3853,15 / -0,74 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 6,04 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 6,17 % aa (-0,80%)
DI - Janeiro 23: 7,06 % aa (-1,12%)
DI - Janeiro 25: 7,59 % aa (-1,94%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,53% / 98.960 pontos
Dow Jones: -0,05% / 26.049 pontos
Nasdaq: -0,01% / 7.823 pontos
Nikkei: -0,35% / 21.130 pontos
Hang Seng: -1,73% / 27.308 pontos
ASX 200: -0,04% / 6.544 pontos
ABERTURA
DAX: -0,398% / 12107,38 pontos
CAC 40: -0,553% / 5378,53 pontos
FTSE: -0,643% / 7350,85 pontos
Ibov. Fut.: 1,67% / 99100,00 pontos
S&P Fut.: -0,339% / 2877,10 pontos
Nasdaq Fut.: -0,436% / 7485,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,65% / 76,96 ptos
Petróleo WTI: -2,63% / $51,87
Petróleo Brent:-2,49% / $60,74
Ouro: 0,62% / $1.335,07
Minério de Ferro: 3,53% / $102,76
Soja: -0,52% / $15,17
Milho: -0,70% / $424,75
Café: 0,15% / $97,20
Açúcar: -0,48% / $12,48