Após uma queda que se aproximou dos 5% na semana anterior, o mercado brasileiro ontem foi `às compras’ e deflagrou um movimento na contramão internacional de ganhos intensos.
Esta é a evidência de que o elemento político é o maior entrave não somente para a melhora do contexto de mercado financeiro, mas como o contexto econômico como um todo.
A cautela continua a palavra de ordem para muitos e apesar da reação das bolsas de valores ontem, o dólar foi o ativo com maior dificuldade em reverter as posições.
O fechamento próximo à estabilidade mostra que, apesar da melhora relativa, os investidores estão longe de abandonar suas posições na divisa norte americana.
Para a sessão de hoje, ainda com a agenda econômica limitada por poucos indicadores, as atenções se voltam à redução das sanções americanas à Huawei e consequente alívio dos mercados, após dias de quedas seguidas de ações de fabricantes de chips nas bolsas internacionais.
Com isso, até mesmo a Google (NASDAQ:GOOGL) reverteu as proibições de negociações com a empresa, ainda que não haja muita certeza quais movimentos podem ocorrem daqui para frente.
A questão em aberto é o todo da guerra comercial, sendo que Trump já reverteu as taxações contra os países do Nafta, dado o forte impacto de custos que isso gerou a empresas americanas.
Na mesma linha, taxações contra a China tendem no final a atingir os consumidores e não os fornecedores e fabricantes.
Tendo novo alvo a indústria automobilística europeia, este é mais um ponto em que muito provavelmente Trump gerará uma confusão de curto prazo e um recuo de médio prazo.
Famoso “muito barulho por nada”.
CENÁRIO POLÍTICO
O alívio da retorica antiparlamentar de Bolsonaro ainda não se refletiu num possível recuo das manifestações do dia 26.
Os mais fervorosos apoiadores do presidente não querem recuar de maneira nenhuma.
O problema neste contexto é a necessidade de se lembrar que o presidente Bolsonaro venceu no segundo turno não somente com um voto a seu favor, mas principalmente com um voto contra o PT.
Daí se entender o que apoio à sua candidatura em diversos aspectos foi pragmático e não inclui suporte irrestrito às ações do governo.
É obvio que existe uma reação corporativista pesada de diversos setores, o Congresso incluso, mas a solução das ruas é arriscada, como foi no passado recente.
O sucesso tende a vir das reformas, ainda que difíceis.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com tensões aliviadas da guerra comercial.
Na Ásia, o fechamento foi misto, ainda pelo anúncio de alívio das sanções à Huawei.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos a partir dos 30 anos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro.
O petróleo abre em alta, com tensões no Oriente Médio.
O índice VIX de volatilidade abre em queda de 5%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,0958 / -0,07 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / -0,179%
Dólar / Yen : ¥ 110,27 / 0,191%
Libra / Dólar : US$ 1,27 / -0,314%
Dólar Fut. (1 m) : 4106,29 / -0,02 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 20: 6,44 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 6,97 % aa (-1,13%)
DI - Janeiro 23: 8,19 % aa (-1,33%)
DI - Janeiro 25: 8,79 % aa (-1,35%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,17% / 91.946 pontos
Dow Jones: -0,33% / 25.680 pontos
Nasdaq: -1,46% / 7.702 pontos
Nikkei: -0,14% / 21.272 pontos
Hang Seng: -0,47% / 27.657 pontos
ASX 200: 0,37% / 6.500 pontos
ABERTURA
DAX: 0,985% / 12159,84 pontos
CAC 40: 0,574% / 5389,33 pontos
FTSE: 0,770% / 7367,21 pontos
Ibov. Fut.: 2,02% / 92259,00 pontos
S&P Fut.: 0,383% / 2854,80 pontos
Nasdaq Fut.: 0,788% / 7450,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,25% / 80,13 ptos
Petróleo WTI: 0,79% / $63,60
Petróleo Brent:0,61% / $72,41
Ouro: -0,20% / $1.275,26
Minério de Ferro: 0,04% / $96,38
Soja: 1,37% / $14,77
Milho: 1,67% / $395,50
Café: -1,00% / $89,00
Açúcar: -0,86% / $11,53