O mês de março do mercado financeiro ficou marcado pela lateralização e a estabilidade do Ibovespa, que foi fortemente influenciado pelas mudanças de humor em Wall Street. Por lá, os investidores acompanharam com preocupação o avanço do protecionismo de Donald Trump e o sell-off de ações de tecnologia em meio ao receio de uma regulamentação do setor após o escândalo envolvendo a captura de dados do Facebook.
Com a virada de humor no exterior, o Ibovespa não conseguiu superar o recorde histórico de 87.652 marcados em fevereiro. O índice, no entanto, defendeu o piso de 83.000 pontos em todas as vezes que foi testado.
Neste cenário de indecisão, o Ibov acabou terminando o mês com leve ganho de 0,01% aos 85.365 pontos, apenas 12 pontos à frente dos 85.353 pontos do último pregão de fevereiro. Foi o quarto mês seguido de ganhos e o nono nos últimos dez meses.
Walpires lidera ranking de recomendações
O resultado também foi misto para as carteiras recomendadas das principais corretoras e bancos do país. Das 20 indicações acompanhadas pelo Investing.com Brasil, 11 delas conseguiram bater o Ibovespa em março, enquanto 9 ficaram abaixo do principal benchmarking da bolsa brasileira.
O melhor desempenho do mês veio da recomendação da Walpires, que garantiu 5,7% de retorno sobre as suas indicações. O segredo da corretora foi ter sido a única a apostar na Suzano (SA:SUZB3), que deu um retorno espetacular de 53%, com o papel saltando de R$ 21,75 no final de fevereiro para os R$ 33,36 no último pregão de março. O principal driver que fez o ativo disparar foi a confirmação da compra da Fibria, em um processo de consolidação no mercado de celulose brasileiro que há muito tempo rondava o mercado.
Além da Suzano, a Walpires acertou na recomendação da Localiza (SA:RENT3) (+10,7%), B3 (SA:B3SA3) (+4,2%) e Braskem (SA:BRKM5) (+3,7%). A corretora indicou ainda Petrobras (SA:PETR4), Cyrela (SA:CYRE3), Comgás (SA:CGAS5), CCR (SA:CCRO3), CSU (SA:CARD3) e Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4), todas com perdas no mês.
A segunda melhor carteira foi do Itaú BBA - que acertou a alta de 4 dos 5 papéis indicados - com ganhos de 4,25%, seguida de perto pela Genial com 4,20%. Completam as recomendações com retorno acima do Ibov as carteiras do Bradesco (+3,1%), Guide (+2,3%), Magliano (+1,5%), Elite (+1,2%), Planner (+1,1%), BTG Pactual (+0,9%), Ativa (+0,8%) e XP (+0,5%).
Não conseguiram bater o Ibovespa as carteiras da Nova Futura (-0,1%), BB Investimentos (-0,1%), Terra (-0,3%), Banrisul (-0,4%), Coinvalores (-0,8%), Lerosa (-1,3%), Spinelli (-1,4%), Quantitas (-2,3%) e Rico (-3,3%).
Ações mais recomendadas
O papel mais recomendado do mês foi a Petrobras, que acabou não contribuindo para o desempenho das carteiras. A petroleira recebeu 13 indicações e entregou um retorno negativo de 0,23% ao ceder de R$ 21,46 para R$ 21,41 no final de março.
O Itaú Unibanco (SA:ITUB4), com 10 indicações, avançou 1,85% no mês, enquanto a B3 (SA:B3SA3) e a Fibria (SA:FIBR3), ambas com 7 indicações, subiram 4,2% e 5,5%, respectivamente.
Papéis com melhor e pior desempenho
Depois da Suzano, ficaram entre os melhores desempenhos do mês a ação da QGEP (SA:QGEP3) (+21,6%, indicada pela Spinelli), Iochpe Maxion (SA:MYPK3) (+18,5%, na carteira do Bradesco, Tenda (SA:TEND3) (+16,0%, sugerida por Genial e Guide) e a Klabin (SA:KLBN11) (+15,6%, que constava nas recomendações da Ativa, Genial, Magliano, Planner e Terra).
O pior desempenho do mês entre os papéis recomendados foi o da Ser (SA:SEER3) Educação, que afundou 35,5% em março e estava apenas na carteira da Spinelli.
Alvo de nova fase da Operação Carne Fraca da Polícia Federal, a BRF (SA:BRFS3) perdeu 23,7% e acabou prejudicando o resultado das indicações da Elite, Lerosa e Terra, que apostavam na companhia. Completam as 5 piores recomendações do mês a Smiles (SA:SMLS3) (-17,5%), Minerva (SA:BEEF3) (-16,6%) e a M Dias Branco (SA:MDIA3) (-14,7%).
Com Arena do Pavini, Exame.com e Money Times