Yellen trouxe um sinal importante ontem, o sinal de que para o Fed, assim como para a maioria dos analistas, houve uma séria mudança de paradigmas em nível global.
A falta de reação da inflação, em vista à enorme liquidez dos mercados e da atividade econômica mais aquecida fez com que Yellen sugerisse que os modelos fossem repensados de agora em diante, para contemplar tal nova realidade.
O impacto da crise de 2008 foi tão grande, que alterou o “eixo” da globalização e nos faz repensar num mundo com diferentes paradigmas econômicos.
Neste cenário, a tendência para o Fed não se alterou, ou seja, na falta de argumentos melhores, deve subir os juros gradualmente para normalizar as taxas excepcionalmente baixas.
Ainda assim, a revoada de dólares que acontecia no passado não deve se repetir com o aperto americano, resultado da alteração do “eixo” global do mercado.
CENÁRIO POLÍTICO
A dura carta de Palocci ontem quando se desfiliou do PT, indicando que absolutamente tudo que disse era verdade e que o partido se tornou uma seita, se une aos recibos de aluguel estranhos entregues ao juiz Sérgio Moro, às declarações desencontradas de Glaucos sobre a veracidade dos mesmos e uma nova queda de Aécio Neves no STF.
Tudo isso se choca a um momento em que o ex-presidente Lula experimentava um leve sabor de melhora nas pesquisas eleitorais e de rejeição, pois nem o argumento de que “somente o PT” é atacado serve para convencer novos eleitores.
Ontem, a segunda denúncia de Temer foi lida na câmara e o presidente já luta novamente nos bastidores para derruba-la, como aconteceu com a anterior. Neste caso, com o envolvimento mais amplo de partidos, a tendência é de uma passagem mais calma pelas casas.
Ainda assim, institucionalmente o Brasil está no seu pior e melhor momento, onde a sujeira toda está aparecendo e é muita, porém ao mesmo tempo sua visibilidade dificulta, ao menos um pouco, que ela se repita.
CENÁRIO DE MERCADO
A abertura na Europa é de alta, assim como os futuros em NY, com a redução das tensões com a Coreia do Norte e o sinal desencontrado do FED. Na Ásia, o fechamento foi positivo na sua maioria.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas desde a abertura, enquanto os Treasuries operam com rendimento positivo em todos os vencimentos observados.
Entre as commodities metálicas, o minério de ferro apresenta leve recuperação nos portos chineses e o ouro cai com o dólar mais forte.
O petróleo abriu em queda em NY e Londres, após a expressiva alta das últimas semanas.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,1662 / 0,21 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / -0,399%
Dólar / Yen : ¥ 112,92 / 0,606%
Libra / Dólar : US$ 1,34 / -0,260%
Dólar Fut. (1 m) : 3170,03 / 0,49 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 18: 7,11 % aa (-0,12%)
DI - Julho 19: 7,65 % aa (-0,65%)
DI - Janeiro 21: 8,76 % aa (-0,90%)
DI - Janeiro 25: 9,84 % aa (-0,61%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,17% / 74.319 pontos
Dow Jones: -0,05% / 22.284 pontos
Nasdaq: 0,15% / 6.380 pontos
Nikkei: -0,31% / 20.267 pontos
Hang Seng: 0,47% / 27.642 pontos
ASX 200: -0,12% / 5.664 pontos
ABERTURA
DAX: 0,517% / 12670,31 pontos
CAC 40: 0,217% / 5280,20 pontos
FTSE: 0,230% / 7302,50 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 74714,00 pontos
S&P Fut.: 0,124% / 2498,70 pontos
Nasdaq Fut.: 0,229% / 5906,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,14% / 84,79 ptos
Petróleo WTI: 0,02% / $51,89
Petróleo Brent:-0,65% / $58,06
Ouro: -0,29% / $1.290,20
Minério de Ferro: 0,62% / $70,94
Soja: -0,66% / $18,26
Milho: -0,57% / $350,50
Café: -0,49% / $131,75
Açúcar: 1,14% / $13,29