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Fundamentos indicam alta do ouro, mas ocorre o contrário; por quê?

Publicado 19.09.2021, 08:50
Atualizado 19.09.2021, 16:17
© Reuters.

Por Barani Krishnan

Investing.com -- Mais uma reunião do Federal Reserve (Fed) se aproxima e os mercados estão em polvorosa, com uma provável queda nas ações nas próximas 48 horas e uma subida do dólar com (mais) especulações sobre a redução do estímulo. Caso isso aconteça - ou, ao contrário, ocorra justamente o oposto - o mais provável ao final da semana que vem é que o ouro estará novamente na privada - metaforicamente, claro.

Isso acontece porque o roteiro é quase o mesmo nos últimos 12 meses: bons dados econômicos dos EUA, disparada do dólar, colapso do ouro. Dados ruins dos EUA, pausa no ouro ou esforço para iniciar um rali. Dados inconsequentes dos EUA: pausa no dólar, queda de alguns níveis no ouro.

Não importa os dados, o ouro parece condenado.

Hoje em dia, é normal ver o metal dourado afundar US$ 30 a US$ 40 por onça de cada vez e recuperar cerca de metade desse valor ao longo de vários dias ou mesmo semanas. A retomada é raramente equivalente à queda, e quase nunca faz a disparada na outra direção. Ele pode, porém, perder em algumas horas o dobro do que levou semanas para construir.

A prova disso foi dada na quinta-feira, quando o ouro desabou US$ 50 em dado momento e atingiu a mínima em cinco semanas de US$ 1.745,50. O colapso se deu enquanto seu rival, o dólar, foi catapultado devido a dados indicando um aumento nas vendas do varejo nos EUA em agosto, que colocaram a economia em ebulição após semanas de números desafiadores produzidos pela variante delta do coronavírus.

O ouro também está num ponto de inflexão às vésperas da reunião do Fed nos dias 21 e 22 de setembro, que pode revisitar a redução gradual do programa de estímulo do banco central que vem alimentando os preços das ações nos últimos 18 meses. O presidente Jerome Powell e os seus colegas mais sêniores no Fed até agora deram sinais confusos sobre essa redução, sendo que o consenso geral do mercado é que qualquer redução na compra mensal de títulos e ativos por parte do banco central pode não acontecer até novembro.

A falta de um anúncio sobre tapering poderia limitar o avanço do dólar e dos rendimentos do Tesouro, bem como lançar uma boia de salvação para o ouro.

Mesmo assim, talvez o ouro não consiga sustentar sua recuperação, a menos que se ultrapasse a casa dos US$ 1.836, como afirma o analista técnico Sunil Kumar Dixit, da SK Charting, em Calcutá, na Índia.

Para o que é teoricamente o refúgio máximo do planeta e a última proteção contra o dólar e as outras moedas nacionais, o ouro tem se revelado um fracasso épico.

Claro que nem sempre foi assim.

Pouco mais de um ano atrás, o ouro atingiu recordes de máxima acima dos US$ 2.000 por onça após um rali vertiginoso de seis meses, enquanto o dólar e os rendimentos da nota de 10 anos do Tesouro dos EUA despencaram no auge da pandemia de Covid.

Então, será que tudo mudou desde então? Sim, mas de uma forma que na verdade deveria favorecer o ouro. O Fed, na sua tentativa de resgatar a economia das dificuldades da pandemia, desembolsou quase US$ 2,2 trilhões na compra de títulos e outros ativos ao longo dos últimos 18 meses, e parece feliz em colocar mais dinheiro para enfrentar o problema, apesar da conjuntura atual ser muito melhor que em março de 2020, quando iniciou a prática.

Não é só o banco central que está gastando. O auxílio do governo federal para a Covid, que começou durante o governo Trump, alcançou pelo menos US$ 4,5 trilhões até agora. E o governo Biden está pedindo ao Congresso que aprove quase 4 bilhões a mais para o seu plano “Build Back Better” (ou “Reconstruir Melhor”, em tradução livre).

O comovente projeto para consertar os EUA já deveria ter dizimado o dólar e jogado o ouro, a proteção contra a inflação por excelência, para alturas parabólicas bem além do recorde de US$ 2.000 do ano passado. Em vez disso, a moeda do Tio Sam está muito bem, obrigado, em seu status de reserva de valor do mundo. E é o ouro que está em queda. Historicamente conhecida como a "verdadeira moeda", uma onça do metal dourado está mais de US$ 300 abaixo do seu pico de agosto de 2020. Os rumores são de que ele pode inclusive furar a barreira dos US$ 1.600, com a velocidade em que está derretendo. Se isso acontecer, acabaria apagando quase todo o rali de 2020.

Surgiram várias teorias para explicar a idiossincrasia do ouro em relação ao dólar.

Uma deles é o modo como o Bitcoin sugou parte dos fluxos de porto seguro destinados ao ouro desde novembro, quando a eficácia da vacina da Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) contra a Covid foi anunciada e pareceu ser uma mudança crucial nas negociações de risco versus segurança.

Também há a teoria da conspiração de que o Fed está intencionalmente disposto a suprimir o ouro, a fim de manter o valor do Índice Dólar acima do nível crítico de 90. Essa movimentação seria articulada pelos ditos bancos do ouro, que estão mancomunados com o banco central. O que não fica claro é o mecanismo da manipulação e como ela está sendo feita. Também seria possível imaginar um álbum de suspeitos envolvidos. Mas na verdade, só um nome de Wall Street aparece sempre que a teoria é mencionada. Pesquise no Google (NASDAQ:GOOGL) e você vai encontrá-lo.

Outra hipótese circulando é que o ouro simplesmente "perdeu o toque" como proteção contra a inflação e que o Fed irá conter de alguma forma as pressões que borbulham com os gastos desenfreados dos EUA. A inflação será contida, então não há nenhuma necessidade de comprar ouro; na verdade, o certo seria comprar ações, de acordo com essa teoria de tolo.

Mas há uma razão mais plausível para o comportamento do ouro. E isso, segundo Lance Roberts, da casa de investimentos RIA, sediada em Houston, não tem “absolutamente nada” a ver com o ouro propriamente dito, e tudo a ver com com investidores empolgados demais com a inflação, protegidos por um Fed que mantém seu exorbitante estímulo, apesar de todos os sinais de que deveria começar a reduzi-lo. São pessoas profundamente arraigadas na zona de conforto de um S&P 500 cuja última correção significativa foi há um ano.

O que aflige ouro é a falta de medo nesta multidão, que ficou tonta com o sistema financeiro erguido sobre a areia do crédito fácil artificial, afirma Roberts em um post coberto por Brian Maher, blogueiro de mercados.

"Não há atualmente nenhum "medo" presente para levar os investidores para o porto seguro psicológico do ouro", disse Roberts. "Essa falta de medo é evidente em tudo, desde: emissão recorde de IPOs que perdem dinheiro; emissão em massa de SPACs; níveis recordes de dívida com margem; valuations quase recorde de ações; investidores de varejo que contraem dívidas pessoais para investir; Bitcoin; e por último, mas não menos importante, crença por parte dos investidores no "Fed Put".

Roberts continua:

"Dado que o ouro já não pode ser trocado por moeda corrente e vice-versa, o vínculo quebrado como proteção da inflação continua. Na atual economia de moedas "fiat", a capacidade de usar o ouro como meio de transação em escala global continua destruída. Consequentemente, o ouro se tornou um "comércio de medo" em relação às preocupações da morte do dólar, da inflação e um reset econômico".

"Embora existam razões válidas para se preocupar com resultados tão desastrosos, esses eventos podem levar décadas para acontecer... o ‘inseto ainda não bateu no para-brisas’. Sim, ele acabará batendo, porém não se sabe mais quanto tempo isso vai levar".

Resumo do mercado e dos preços do ouro

Um aumento do dólar e dos rendimentos do Tesouro dos EUA deu pouco descanso na sexta-feira aos preços do ouro, que tentam se recuperar do colapso do dia anterior, com o metal dourado fechando em queda por um terceiro dia consecutivo e registrando sua pior perda semanal em seis semanas.

O contrato mais ativo dos futuros de ouro dos EUA para dezembro fechou em queda de US$ 5,30, ou 0,3%, a US$ 1.751,40 por onça no Comex de Nova Iorque. Na semana, houve uma queda de 2,3%, a maior desde a semana de 29 de julho.

Resumo dos mercados e dos preços do petróleo e gás

O petróleo navegou por uma quarta semana consecutiva de ganhos, velejando com o impacto de uma inesperada escassez da oferta provocada pelo furacão Ida três semanas atrás, apesar da sensação de risco em todos os mercados na sexta-feira, que pesou ligeiramente sobre os preços da commodity.

O Petróleo WTI, negociado em Nova York e referência do petróleo nos EUA, fechou a US$ 71,97 por barril, queda de US$ 0,64, ou 0.9%. Entretanto, o WTI apresentou alta de 3% na semana.

O petróleo Brent, negociado em Londres e referência global para o petróleo, fechou o pregão oficial de sexta-feira a US$ 75,34 por barril, uma queda de US$ 0,33 ou 0,4%. O Brent também teve ganhos de cerca de 3% na semana.

Os preços brutos foram pressionados na sexta-feira, quando Wall Street vacilou com o sentimento do consumidor da Universidade do Michigan, que constatou um recorde de mínima no desejo dos americanos de comprar casas, carros e artigos domésticos devido aos seus altos preços. Os consumidores respondem por mais de dois terços da economia dos EUA.

Os mercados também foram afetados pelo plano do presidente Biden de aumentar os impostos sobre corporações em 5,5 pontos percentuais, para 26,5%, além da reunião do Fed na próxima semana, que pode revisitar a redução do programa de estímulo do banco central que vem alimentando os preços das ações nos últimos 18 meses.

"É um dia de riscos que escalpelou algumas cabeças, inclusive as do petróleo", afirmou John Kilduff, sócio fundador do Again Capital, fundo de hedge energético de Nova York. "Mas o petróleo ainda está velejando as calmas águas do arrocho de fornecimento causadas pela Ida. Hoje, comenta-se que a situação está melhorando. Mas não está nem perto de causar uma correção significativa no petróleo, que irá acontecer - em algum momento".

O furacão Ida forçou a parada de mais de 90% das unidades de produção de petróleo e gás no Golfo do México dos EUA antes de tocar solo no dia 29 de agosto.

Até a quinta-feira, 18 dias após a tempestade chegar à costa, cerca de 513.878 barris equivalentes de petróleo, ou 28,24% da produção na parte norte-americana da Costa do Golfo do México, continuam suspensos, de acordo com o Bureau of Safety and Environmental Enforcement, a agência governamental que monitora a situação.

Os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram 6,422 milhões de barris na última semana, finda em 10 de setembro, com um consumo de estoques maior que o esperado por parte de refinadores que enfrentam uma diminuição no fornecimento de petróleo doméstico, como mostram os dados da Energy Information Administration.

Os analistas consultados pelo Investing.com previam uma queda de 3,544 milhões de barris para a semana encerrada em 10 de setembro. Na semana anterior, finda em 3 de setembro, o consumo de estoques de petróleo atingiu os menores níveis em quatro semanas em função de rupturas relacionadas ao Ida.

Calendário dos mercados de energia

Segunda-feira, 20 de setembro

Estimativas Cushing de estoque bruto (privado)

Terça-feira, 21 de setembro

Relatório semanal de estoques de petróleo do American Petroleum Institute.

Quarta-feira, 22 de setembro

Relatório semanal da EIA sobre estoques de petróleo bruto

Relatório semanal da EIA sobre estoques de gasolina

Relatório semanal da EIA sobre estoques de destilados

Quinta-feira, 23 de setembro

Relatório semanal da EIA sobre armazenamento de gás natural

Sexta-feira, 24 de setembro

Pesquisa semanal da Baker Hughes sobre plataformas de petróleo dos EUA

Isenção de responsabilidade: Barani Krishnan não possui posição nas commodities e valores mobiliários sobre as quais escreve.

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