Garanta 40% de desconto
🚨 Mercados voláteis? Descubra joias escondidas para lucros extraordinários
Descubra ações agora mesmo

CHARGE: Tempos de provações para o Ouro e o Bitcoin

Publicado 11.01.2022, 09:14
Atualizado 11.01.2022, 16:18
© Investing.com

Por Geoffrey Smith

Investing.com -- Estes são tempos de provações para os profetas das alternativas ao dólar.

Depois de quase dois anos de impressão furiosa de dinheiro para preservar a economia dos EUA ao longo da pandemia, parece que o Federal Reserve (Fed) dos EUA está se tornando cada vez mais aberto a medidas agressivas a fim de defender o valor da moeda de reserva do mundo.

Esta é uma notícia ruim para todos que apostaram que a pandemia anunciaria a desvalorização final das moedas fiduciárias. As criptomoedas, lideradas pelo Bitcoin, estão mais de 40% abaixo das suas máximas do ano passado, enquanto o ouro – o ativo mais tradicionalmente associado a uma “reserva de valor" – registra queda próxima a 10%. E as notícias - pelo menos para eles - deverão piorar antes de melhorar.

Os ativos de proteção contra a inflação funcionam melhor não quando a inflação está mais elevada, mas sim nos momentos em que mais se enxerga o banco central como "correndo atrás", lento demais para interromper uma cadeia de eventos na qual os salários e os preços correm uns atrás dos outros, numa espiral de alta.

Esse momento certamente ficou para trás quando o presidente do Fed, Jerome Powell, disse ao Congresso no início de dezembro que era "hora de aposentar" a palavra "transitória". Antes disso, o banco central acreditava que as distorções geradas pela pandemia sobre os preços ao consumidor se corrigiriam em menos tempo que o necessário para que os aumentos das taxas de juros tivessem um efeito na economia.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Desde pelo menos dezembro, o Fed está em modo de recuperação, falando duro a fim de convencer o mercado de que não deixará o dólar perder o seu valor. Powell disse ao Senado, na confirmação do seu segundo mandato no Fed, na terça-feira, que não deixará a inflação ficar "entrincheirada". Essa mensagem é mais importante do que o pico em 40 anos que a inflação dos EUA provavelmente atingiu em dezembro.

O mercado só agora começa a aceitar, relutantemente, esses compromissos como sérios, mas está começando a recuperar o tempo perdido. De acordo com os dados do Fed, as expectativas do mercado para a inflação daqui a cinco anos atingiram o pico de 2,4% em meados de outubro. Elas já tinham caído para 2,15% no final da semana passada.

Desta vez , o fraco desempenho do Bitcoin em relação ao ouro - após um desempenho igualmente acentuado nos últimos 12 meses - levou muitos a concluir que as moedas digitais não são de forma alguma ativos de reserva, mas sim ativos de risco, que se alinham mais com ações e outros investimentos especulativos.

Em um relatório aos clientes na segunda-feira, Sheena Shah, analista do Morgan Stanley (NYSE:MS), destacou que o Bitcoin foi negociado com uma correlação positiva de 0,34 com o S&P 500 nos últimos seis meses (uma correlação de 1 representa uma sobreposição perfeita), enquanto apresentava a tendência de se movimentar na direção oposta ao ouro. A correlação negativa nesse contexto foi de 0,1.

Shah ilustrou que o Bitcoin especificamente está mais relacionado de maneira mais próxima com a oferta global de dinheiro M2 – uma relação que tem se mantido com consistência nos últimos oito anos. Trata-se de um claro alerta para as criptos, num momento em que os bancos centrais, responsáveis por bem mais da metade da oferta global de dinheiro, estão apertando a política monetária.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Isto pode frustrar qualquer pessoa que tenha comprado criptoativos para a sua carteira, na esperança de diversificar os seus riscos, mas o fato é que as carteiras em geral se tornaram significativamente mais alavancadas nos últimos dois anos, graças ao dinheiro grátis dos bancos centrais. Só os saldos de margens monitorados pela FINRA (Financial Industry Regulatory Authority, ou Autoridade Regulatória do Setor Financeiro) dos EUA subiram 63% nos dois anos desde o início da pandemia, para quase US$ 920 bilhões. As taxas de juros mais altas elevaram o custo de se deter qualquer ativo através da alavancagem, e os criptoativos - sem cupons ou dividendos para gerar retornos - são particularmente vulneráveis a esses apertos.

Naturalmente, a mesma coisa é verdadeira para o ouro. Os analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) creditam que ele estará de volta aos US$ 1.520 por onça – cerca de 16% abaixo dos níveis atuais – até o último trimestre deste ano, à medida que o aumento do rendimento real incentivar a mudança para títulos geradores de rendimentos.

A diferença, no entanto, é que o uso do ouro é muito mais bem estabelecido. Os dados do Conselho Mundial do Ouro sugerem que as duas grandes categorias de compradores finais – joalheiros e bancos centrais – voltaram a ser compradores líquidos nas últimas semanas de 2021. Em novembro, as compras de joalharias indianas subiram para níveis acima dos pré-pandemia, enquanto as importações de ouro da China atingiram em outubro o seu nível mais alto desde 2019. Os bancos centrais das economias avançadas tornaram-se compradores líquidos de ouro em novembro, pela primeira vez desde 2013.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Os usos do Bitcoin, como argumentamos acima, é absolutamente menos convincente. As únicas funções para as quais ele supera de forma consistente as moedas fiduciárias em termos de facilidade de utilização - mesmo hoje, após uma década de inovação rápida e bem financiada - são as transações ilícitas, como ataques de ransomware e lavagem de dinheiro. A demanda no curto prazo é ditada pelo impulso ou, em outras palavras, pela especulação.

A médio prazo, uma melhor regulamentação e um ecossistema em crescimento para ativos relacionados, como a NFTs, podem ampliar os usos das criptomoedas a um grau que gere um alicerce mais firme para o seu valuation. As mudanças geracionais também podem significar que esse segmento da população que simplesmente não confia nos bancos e nos bancos centrais irá, em tempo, migrar das “relíquias bárbaras” de Keynes para os ativos digitais.

Mas, no curto prazo, nenhum dos ativos parece ter um desempenho especialmente positivo. O melhor que se pode dizer é que a queda é, claramente, mais limitada para os maníacos do ouro que para os parças das criptos. O ouro tem melhor suporte de fundamentos, dinâmica, certeza regulatória e, sobretudo, da história. Embora as criptos estejam prestes a ser testadas pela primeira vez por um ciclo de aperto especialmente expressivo, o ouro tem resistido a cada ciclo assim desde os primórdios da civilização.

Últimos comentários

Q matéria mentirosa 🤦🏻‍♂️
Complicado resumir a importância do bitcoin hoje a transações ilícitas.
Ouro, BT e outros ( prata, etc) não são investimento. Não rendem porque são apenas meios de troca. Os metais servem para diversos usos mas historicamente o ouro servia para cunhar moedas daí seu valor. Atualmente só serve para fazer joias e algum uso industrial. Seu valor é dependente de demanda. Cripto moedas já são usadas como meio de troca e chanceladas até por países pequenos. O futuro terá usos diversos para a tecnologia blockchain, o presente também.
boa matéria! parabéns nunca existiu correlação estatisticamente comprovado do Bitcoin com o ouro como sendo uma moeda de reserva. Os vendedores desta ideia não suportam esta afirmação com embasamento plausível. Então fuja desta lenda a não ser que provem o contrario!
Tempos de provação para moedas e bancos centrais...No primeiro momento, haverá fuga de ativos voláteis para títulos do tesouro...mas a partir do momento que começarem a pagar menos que a inflação, ou não pagarem, e até calotes da dívida, possivelmente os ativos vão decolar. Se serão as "tulipas digitais" , metais, commodities alimentares, de produção, de energia...só o mercado dirá...
Ouro sempre será ouro. Pode estagnar em períodos de tempo, mas sempre recupera o valor corrigido pelo próprio dólar, fora que “as crises” serão cada vez mais constantes.
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.