Nos últimos dias, uma guerra civil tomou forma na rede Ethereum conforme o dia da atualização The Merge se aproxima. Um grupo de mineradores planeja criar uma nova rede e evitar o fim da mineração via Prova de Trabalho (PoW).
No entanto, este grupo não contará com o apoio do que seria um grande aliado. Isso porque o maior pool de mineração de Ether (ETH) do mundo, Ethermine, decidiu que não vai dar suporte a nenhuma divisão do Ethereum.
De acordo com o pool, o chamado EthereumPoW (ETHW) ou qualquer outro hard fork não terá nenhum pool de mineração dedicado. Ou seja, os mineradores da nova rede não poderão utilizar os serviços da Etheremine.
CONFIRA: Cotações das criptomoedas
Sem conexão
Por meio de um comunicado, a Ethermine afirmou que desligará todos os servidores de inicialização do Ethereum. Portanto, os mineradores não poderão mais conectar seus equipamentos de mineração ao pool Ethermine.
O anúncio oficial da Ethermine esclarece que após o The Merge, a mineração via PoW será desativada. A partir daí, os usuários poderão apenas retirar seus ETH que ainda estiverem no pool.
Após o The Merge, o pool só oferecerá acesso a quatro criptomoedas: Ethereum Classic (ETC), Ravencoin (RVN), ERGO e BEAM.
“O pool de mineração Ethermine mudará para o modo ‘somente retirada’ assim que a fase de mineração PoW terminar. Um cronômetro de contagem regressiva preciso estará disponível no painel do minerador. Você pode continuar a minerar ETH até que a contagem regressiva chegue a zero”, explica a Ethermine.
Para receber o pagamento final do saldo não pago, os usuários precisam acioná-lo por meio de sua página individual de minerador. Em seguida, basta fazer a solicitação manual e sacar os ETH direto na sua carteira.
As solicitações de pagamento manual para mineradores serão possíveis se o saldo não pago exceder 0,005 ETH.
Desenvolvimento Ethereum PoW
Embora não contem com o apoio da comunidade, os apoiadores do ETHW já iniciaram seu trabalho de desenvolvimento. A equipe por trás da rede lançou a primeira versão do código da rede na segunda-feira (15), conforme noticio o CriptoFácil. Esta primeira versão conta com três principais recursos:
- desabilitação da bomba de dificuldade, que acaba com a mineração PoW no Ethereum;
- fim da EIP-1559 e estabelecimento de uma taxa básica para as transações;
- ajuste da dificuldade inicial de mineração do ETHW.
O ETHW Core também revelou sua tecnologia de congelamento de pool de liquidez. Ou seja, quando ocorrer o hard fork, alguns usuários poderão receber ETHW em pools como Uniswap, SushiSwap, Aave e Compound. Mas os usuários não poderão sacar os tokens nem trocá-los durante um período de tempo.
De acordo com os desenvolvedores do ETHW, o congelamento visa proteger os usuários contra tentativas de golpe. A equipe teme que hackers possam trocar ETHW por USDT, USDC, ou WBTC, mas que os tokens não teriam valor na nova rede. Isso poderia criar uma enorme confusão para toda a rede e comunidade.
“Por meio deste, o ETHW Core precisa tomar a difícil decisão de congelar temporariamente certos contratos para proteger os tokens ETHW dos usuários até que os controladores ou comunidades dos protocolos encontrem uma maneira melhor de devolver os ativos”, disse a rede.