Investing.com - O Ibovespa acompanhou o mercado internacional e fechou com leve baixa nesta quarta-feira (14/3) e segue dentro do intervalo de 85 mil – 87 mil pontos em vigor desde meados de fevereiro. O índice encerrou a sessão a 86.050 pontos, queda de 0,39%.
O dia começou positivo no mercado local estimulado pelos bons dados de produção industrial da China, que subiu 7,2% em fevereiro. O número interrompeu a sequência de oito pregões de queda do minério de ferro em Dalian e impulsionou a Vale (SA:VALE3) à máxima intraday de R$ 43,34 (+2,9%) antes de ceder e fechar a R$ 42,60, alta de 1,1%.
A pressão pessimista veio de Wall Street novamente, com os índices de Nova York fechando com perdas de 0,2% no Nasdaq, 0,6% no S&P 500 e de 1% no Dow 30. O clima negativo permanece nos EUA com sinais de que o governo seguirá em seu caminho protecionista e em vias de iniciar uma geurra comercial com a China.
Sobre os bancos, pesou a possível revisão do MSCI que poderá reduzir a participação de papéis preferenciais em sua composição. A decisão cortaria a participação de gigantes como Itaú (SA:ITUB4) e Bradesco (SA:BBDC4), que recuaram 2,2% e 0,6%, respectivamente.
Os principais destaques de alta do dia foram as ações da Fibria (SA:FIBR3) e Suzano (SA:SUZB3), com ganhos de 3,6% e 5,5%, enquanto os investidores apostam em uma possível fusão das duas gigantes de celulose. A proposta está na mesa do BNDES junto com a oferta da Paper Excellence pela Fibria e o banco poderá tomar sua decisão na semana que vem.
Na ponta negativa, a Eletrobras (SA:ELET3) recuou 7% com as dúvidas sobre a força do plano de privatização da companhia após a instalação de comissão que analisará a medida na Câmara dos Deputados.
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Veja os principais temas do calendário econômico que deverão movimentar o mercado nesta quinta-feira:
Balanço da Petrobras
O mercado vai acompanhar de perto a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2017 e o consolidado anual da Petrobras, que será divulgado amanhã, antes da abertura da Bovespa.
As apostas dos analistas estão divididas entre os que acreditam que companhia deverá contabilizar os gastos com o acordo de US$ 2,95 bilhões (cerca de R$ 9,6 bilhões) para encerrar disputa judicial nos EUA, os R$ 1,7 bilhão do Refis e outros possíveis ajustes contábeis.
O consenso varia entre prejuízo de R$ 4,2 bilhões a lucro de R$ 2,67 bilhões no quarto trimestre.
No acumulado dos nove primeiros meses de 2017, a Petrobras registra lucro de R$ 5,031 bilhões. Caso o resultado do quarto trimestre não seja afetado por baixas contábeis e fique dentro das estimativas do mercado, será a primeira vez desde 2013 que a companhia registrará lucro anual e distribuirá dividendos a seus acionistas.
O balanço e a teleconferência dos diretores da empresa marcado para as 15h deverão trazer sinais de ganhos de eficiência operacional, controle de custos e, principalmente, a redução de sua alavancagem. Se os analistas identificarem pontos positivos na gestão e avanços na negociação da Cessão Onerosa, a ação poderá ter um desempenho positivo mesmo se na última linha do balanço mostrar prejuízo.
Além da petroleira, divulgam balanço trimestral a Estácio (SA:ESTC3), Eztec (SA:EZTC3), Log-In (SA:LOGN3), Qualicorp (SA:QUAL3) e Petrorio (SA:PRIO3).
Trump mais protecionista
O presidente dos EUA indicou nesta quarta-feira o analista econômico comentarista da CNBC, Larry Kudlow, como novo conselheiro econômico. Kudlow substitui Gary Cohn, que deixou o cargo após a taxação da importação de aço e alumínio.
Apesar de ser defensor do comércio livre, Kudlow apoia uma posição mais dura contra os chineses.
“China merece uma resposta dura não apenas dos EUA”, disse Kudlow à CNBC.
Ontem, Trump teria rejeitado plano para taxar US$ 30 bilhões em importações chinesas, enquanto buscava ampliar o volume para US$ 60 bilhões.
IBC-BR, no Brasil, e dados de emprego, indústria e confiança do consumidor dos EUA em foco
O Banco Central divulga amanhã às 7h30 seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que poderá trazer sinais de aceleração na economia brasileira. Em dezembro, o índice ficou em +1,4%, revertendo o resultado negativo de -0,49% do mês anterior.
Uma série de novos dados econômicos da maior economia do mundo deverá ser divulgado nesta quinta-feira. Após números fracos de inflação e varejo, os investidores seguem ajustando suas apostas no ritmo de alta de juros do Federal Reserve.
Economistas projetam que o índice industrial do Fed da Filadélfia mostre uma leitura de 23,2 em março, pouco abaixo dos 25,8 de fevereiro. Os dados do Fed de Nova York deverão mostrar um aumento para 15,2.
A aposta do mercado para os números de pedidos de seguro desemprego é de leve queda para 230 mil na semana passada.
O índice de confiança do consumidor medido pela Bloomberg também estará no radar dos investidores após a alta para 56,8 na semana passada.