Investing.com - Esta semana, mercados financeiros do mundo todo se concentrarão na reunião de política monetária do Federal Reserve, que será a última sob o comando de Janet Yellen antes que ela passe a presidência da instituição para Jerome Powell.
Há também alguns dados importantes a serem divulgados na semana que se inicia, com o fim de janeiro e o início de fevereiro; destaque para os dados mensais sobre empregos a serem divulgados na sexta-feira.
Já na Europa, investidores aguardarão dados mensais da inflação para avaliar a velocidade na qual o Banco Central Europeu começará a reduzir seu programa massivo de compra de ativos.
No Reino Unido, investidores se concentrarão em relatórios da atividade no setor industrial e no setor da construção na busca de mais indicações sobre a saúde da economia e sobre a possibilidade de que o Banco da Inglaterra aumente as taxas de juros neste ano.
Na Ásia, participantes do mercado estarão atentos aos dados mensais sobre o setor industrial da China em meio a recentes sinais de que a força da segunda maior economia do mundo permanece forte.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros
O Federal Reserve não deve realizar qualquer ação sobre as taxas de juros na conclusão de sua reunião de política monetária de dois dias às 17h00 da próxima quarta-feira, mantendo-as na faixa de 1,25% a 1,50%.
O banco central divulgará sua declaração após a reunião e os investidores buscarão qualquer mudança na linguagem que possa apontar mais claramente para um aumento da taxa de juros nos próximos meses.
A reunião desta semana será a última sob a liderança de Janet Yellen, que será substituída por Jerome Powell, diretor do Fed.
A maioria dos economistas acredita que o Fed irá elevar as taxas de juros em março, com outro aumento em junho e um terceiro movimento em dezembro.
2. Relatório de Emprego dos Estados Unidos
O Departamento de Trabalho dos EUA divulgará seu relatório de janeiro sobre folhas de pagamento não agrícolas na próxima sexta-feira às 11h30.
O consenso das previsões aponta que os dados mostrarão crescimento de 180.000 empregos, na sequência do aumento de 148.000 em dezembro. A taxa de desemprego tem projeções de se manter estável em 4,1%. A maior parte das atenções provavelmente se voltará aos números relativos à média de ganhos semanais por hora, que deverão ter subido 0,3% após terem aumentado 0,3% no mês anterior.
O calendário desta semana também traz relatórios norte-americanos sobre renda pessoal e gastos pessoais, que incluem os dados da inflação das despesas de consumo pessoal, a métrica preferida do Fed para a inflação.
Dados sobre a confiança do consumidor, sobre folhas de pagamento do setor privado do estudo da ADP, sobre o crescimento do setor industrial do estudo do ISM, sobre pedidos semanais de seguro-desemprego, sobre gastos com construção, sobre vendas de automóveis e sobre encomendas à indústria também estarão na agenda.
Enquanto isso, nas bolsas de valores, mais de um quinto das empresas constituintes do S&P 500 irão divulgar seus resultados, com relatórios de balanços corporativos de pesos pesados de tecnologia como Facebook (NASDAQ:FB), Apple (NASDAQ:AAPL), Amazon (NASDAQ:AMZN), Alphabet (NASDAQ:GOOGL), Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Alibaba (NYSE:BABA) possivelmente atraindo maior parte das atenções.
Resultados de empresas constituintes do Dow como Boeing (NYSE:BA), AT&T (NYSE:T) e McDonald's (NYSE:MCD), bem como de grandes empresas petrolíferas como ExxonMobil (NYSE:XOM) e Chevron (NYSE:CVX) também estarão em foco.
Com relação à política dos EUA, o que estará em destaque nas notícias desta semana será o discurso do Estado da União do presidente Donald Trump na próxima terça-feira. O tema do discurso de Trump será "construir uma América segura, forte e orgulhosa", afirmou um alto funcionário da administração a repórteres na última sexta-feira.
De acordo com a Casa Branca, o discurso irá se concentrar em cinco principais áreas: empregos e economia, infraestrutura, imigração, comércio e segurança nacional.
3. Inflação da zona do euro
A zona do euro irá divulgar seus números da inflação em janeiro às 08h00 da próxima quarta-feira.
O consenso das projeções aponta que o relatório mostrará que os preços ao consumidor subiram 1,3%, desacelerando um pouco a partir de 1,4% em dezembro, permanecendo aquém da meta do Banco Central Europeu de pouco abaixo de 2%. Talvez, de forma mais significativa, os números do núcleo da inflação, sem os preços voláteis de energia e alimentos, têm projeções de alta de 1,0% a partir de 0,9% no mês anterior.
Alemanha, França, Itália e Espanha divulgarão seus relatórios próprios de IPC ao longo da semana.
Além dos dados da inflação, a zona do euro irá publicar dados preliminares sobre o crescimento econômico do quarto trimestre na próxima terça-feira; caso permaneçam fortes, esses dados poderiam pressionar o Banco Central Europeu a se aproximar do encerramento de seu programa massivo de estímulo monetário.
Espera-se que a economia da região tenha crescido 0,6% no período entre junho e setembro, o que equivale a uma taxa anualizada de 2,7%.
O BCE reiterou na semana passada que irá manter seu programa de estímulo de 2,5 trilhões de euros o tempo que for necessário e declarou que há "muito poucas chances" de que irá alterar as taxas de juros neste ano. Apesar destes comentários, agentes do mercado permanecem convencidos de que a política monetária acomodatícia na região irá chegar ao fim mais rapidamente do que se esperava.
O banco central reduziu suas compras de títulos de 60 bilhões de euros para 30 bilhões de euros em outubro, mas estendeu o programa até o final de setembro de 2018, mencionando pressões moderadas de preços.
4. PMIs do Reino Unido
O Reino Unido irá divulgar a leitura da atividade do setor industrial em janeiro às 07h30 da próxima quinta-feira e o relatório sobre o setor de construção na próxima sexta-feira.
O PMI industrial tem projeção de alta de 56,3 no mês anterior para 56,5 agora, ao passo que a atividade da construção civil deve enfraquecer pouco de 52,2 para 52,0.
Dados divulgados na semana passada mostraram que a economia britânica inesperadamente recuperou velocidade nos últimos três meses de 2017, revelando que o Brexit ainda pesa sobre a economia, mas não de forma tão pesada conforme temido pelos investidores.
A política também provavelmente estará em foco, já que participantes do mercado estarão atentos a quaisquer notícias sobre as negociações do Brexit em curso.
O Banco da Inglaterra elevou as taxas de juros pela primeira vez em mais de dez anos em novembro, mas afirmou ver apenas aumentos graduais enquanto o Reino Unido se prepara para deixar a União Europeia.
5. PMI industrial da China
A Federação Chinesa de Logística e Compras deverá divulgar dados sobre a atividade do setor industrial em janeiro às 23h00 da próxima terça-feira em meio a expectativas de uma redução modesta da leitura de 51,6 em dezembro para 51,5 agora.
O índice industrial Caixin, que se concentra principalmente em pequenas e médias empresas, está previsto para ser divulgado às 23h45 da próxima quinta-feira. Espera-se que o estudo tenha redução de 0,2 ponto e fique em 51,3.
O índice da atividade dos gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) é visto como um bom indicador das condições econômicas e alguns analistas o preferem ao produto interno bruto, que pode ser afetado por ajustes sazonais ruins e é propenso a revisões.
Qualquer valor acima de 50,0 aponta expansão, ao passo que leituras abaixo de 50,0 indicam contração na indústria.
A economia da China cresceu 6,8% no quarto trimestre em comparação ao ano anterior, apoiada por uma recuperação no setor industrial, um mercado imobiliário resiliente e crescimento forte das exportações.
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