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Investing.com – Os índices futuros das ações dos EUA operam em alta nesta segunda-feira, apesar de as bolsas de valores no país permanecerem fechadas hoje por conta do feriado de Memorial Day.
Os mercados na Ásia e na Europa repercutem o alívio momentâneo nas tensões comerciais entre Estados Unidos e União Europeia, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, adiou para julho a imposição de tarifas de 50% sobre produtos europeus.
Nos mercados de commodities, as atenções se voltam para um possível aumento de produção de petróleo na reunião da Opep+ e pelos desdobramentos das negociações nucleares entre EUA e Irã.
No Brasil, os investidores se preparam para uma semana repleta de dados econômicos importantes, com destaque para o PIB do primeiro trimestre.
1. Índices futuros dos EUA em alta
Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em firme alta, após a decisão do presidente Donald Trump de adiar para julho a imposição de tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia.
Às 7 h de Brasília, o S&P 500 avançava 1,22%, o Nasdaq 100 subia 1,33% e o Dow Jones ganhava 1,08%, no mercado futuro, em um movimento que também reflete a expectativa pelos resultados trimestrais da Nvidia (NASDAQ:NVDA).
A gigante da inteligência artificial divulgará seu balanço após o fechamento de quarta-feira, com o mercado atento ao impacto das restrições às vendas de chips para a China e à resiliência da demanda por IA.
2. Bolsas da Ásia e da Europa
As bolsas europeias seguem o tom positivo, sustentadas pela sinalização de alívio nas tensões comerciais transatlânticas.
No momento da redação, o DAX, de Frankfurt, subia 1,4%, enquanto o CAC 40, em Paris, avançava 1%.
As ações das montadoras lideram os ganhos, com Mercedes-Benz e Volkswagen (ETR:VOWG) valorizando-se 1,7%, e BMW ganhando 1,3%, após a confirmação do adiamento das tarifas americanas sobre veículos europeus.
No setor de utilidade pública, os papéis da austríaca EVN AG dispararam 3%, após a companhia divulgar resultados robustos no primeiro semestre fiscal e reafirmar sua projeção de lucro líquido entre €400 milhões e €440 milhões.
Na Ásia, o desempenho dos mercados foi heterogêneo, em reação tanto à trégua comercial temporária quanto a novas ameaças comerciais.
As bolsas do Japão se destacaram, com o Nikkei 225 subindo 0,6% e o TOPIX avançando 0,5%, apoiadas na expectativa de progresso nas negociações comerciais com os EUA. A Nippon Steel (TYO:5401) saltou quase 4%, após sinalização favorável de Trump à aquisição da norte-americana U.S. Steel (NYSE:X).
Por outro lado, as ameaças tarifárias sobre iPhones derrubaram ações de fornecedores asiáticos da Apple (NASDAQ:AAPL), com quedas relevantes em papéis como AAC Technologies e Luxshare. Hong Kong recuou 0,2%, pressionado pela realização de lucros na BYD (SZ:002594), enquanto os índices chineses tiveram variações modestas e mistas.
3. Petróleo estável; ouro cai
O mercado de petróleo também reage à trégua tarifária, com os contratos futuros operando em leve alta.
O barril do Brent, referência internacional e para a Petrobras (BVMF:PETR4), subia 0,2%, a US$ 64,93, enquanto o barril do Texas (WTI) avança 0,3%, a US$ 61,69.
Apesar do alívio comercial, o avanço dos preços é limitado pela expectativa de que a Opep+ decida, na reunião de 1º de junho, elevar a produção em até 411 mil barris por dia, em meio a preocupações com excesso de oferta. Além disso, a possibilidade de avanço nas negociações nucleares entre EUA e Irã adiciona risco de aumento na oferta global de petróleo.
Já o ouro registra correção, após bater máximas históricas na semana anterior. O metal recua 1,02%, negociado a US$ 3.360,99 no mercado à vista.
Apesar do movimento de realização de lucros, o Citi elevou sua projeção de curto prazo para o ouro, agora estimando preços na faixa de US$ 3.100 a US$ 3.500 por onça, citando a combinação de incertezas geopolíticas, fragilidade fiscal dos EUA e deterioração do apetite por risco.
A platina e a prata acompanham a dinâmica positiva dos metais industriais, avançando 0,7% e 0,3%, respectivamente.
4. Dólar recua no exterior
O dólar opera em leve baixa contra as principais moedas, com o índice DXY recuando 0,1%, a 98,91 pontos, pressionado pela crescente preocupação com a situação fiscal dos EUA e pelo alerta do presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, sobre os riscos de estagflação.
Kashkari indicou que o banco central deve manter os juros inalterados até, pelo menos, setembro, diante da combinação de incertezas macroeconômicas e choques de política comercial.
5. Semana de dados no Brasil
Os investidores locais se preparam para uma semana de dados econômicos importantes no Brasil, com destaque para a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na sexta-feira.
As projeções para o PIB do 1º tri indicam crescimento entre 1,1% e 1,8% frente ao quarto trimestre de 2024, graças à recuperação do agronegócio, que avançou 6,1% segundo o IBC-Br e 12,2% conforme o Monitor do PIB da FGV.
Embora o setor agropecuário sustente o bom desempenho da atividade no início do ano, analistas apontam que a taxa Selic elevada, atualmente em 14,75%, tende a moderar o ritmo da economia nos próximos trimestres.
A expectativa oficial do governo é de crescimento de 1,6% no período, com consumo das famílias resiliente graças a políticas de transferência de renda, enquanto o mercado de trabalho segue aquecido, com taxa de desemprego no menor nível para o período desde 2012.
Os números do setor externo serão divulgados hoje, com déficit em transações correntes estimado por analistas em US$ 2 bilhões.
Na terça, teremos a divulgação do IPCA-15 de maio, com previsão de alta de 0,43% no mês, pressionado por energia elétrica, mas com alívio nos alimentos.
No dia seguinte, será a vez do mercado de trabalho, com possível avanço na geração de empregos e queda na taxa de desocupação, segundo diferentes projeções.
Na quinta, o banco central divulga o resultado fiscal de abril, projetando superávit mensal de R$ 11 bilhões, mas déficit de 0,1% do PIB em 12 meses, de acordo com o UBS BB.