Taxas futuras de juros sobem no Brasil em dia de realização de lucros

Publicado 19.02.2025, 16:46
Atualizado 19.02.2025, 16:50
© Reuters. Moedas de real no Rio de Janeiron15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Após os fortes recuos recentes, as taxas dos DIs fecharam a quarta-feira em alta firme, com investidores realizando lucros em mais um dia de agenda econômica esvaziada no Brasil, enquanto no exterior os rendimentos dos Treasuries tinham variações limitadas.

O assunto político da vez -- a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro -- não impactou os preços dos ativos, apesar de seu potencial de mexer com a disputa eleitoral de 2026.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 -- um dos mais líquidos no curto prazo -- estava em 14,68%, ante o ajuste de 14,676% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 14,66%, ante o ajuste de 14,561%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,45%, ante 14,295% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,41%, ante 14,251%.

Na noite de terça-feira a PGR denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e outros crimes relacionados à sua intenção de permanecer no poder após a derrota na eleição presidencial de outubro de 2022.

Apesar do potencial impacto na disputa presidencial de 2026, a denúncia não influenciou o mercado, que aproveitou a ausência de notícias de impacto econômico para realizar os lucros recentes, conforme profissional ouvido pela Reuters.

Do dia 7 até a última terça-feira, dia 18, a taxa do vencimento para janeiro de 2031, por exemplo, havia recuado 52 pontos-base, na esteira da divulgação de dados sugerindo a desaceleração da economia brasileira. Nesta quarta-feira, alguns agentes aproveitaram para realizar lucros, comprando taxas. Isso fez com que a taxa do DI para janeiro de 2031 atingisse a máxima de 14,48% às 15h31, em alta de 19 pontos-base ante o ajuste da véspera.

Perto do fechamento a curva brasileira precificava 96% de probabilidade de alta de 100 pontos-base da taxa básica Selic em março, como vem indicando o BC. Atualmente a Selic está em 13,25% ao ano.

Para maio, as apostas seguem mais divididas. O mercado de opções de Copom da B3 (BVMF:B3SA3) precificava na terça-feira 51,00% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic em maio, 15,50% de chances de manutenção da taxa, 13,50% de chances de elevação de 75 pontos-base e apenas 7,00% de probabilidade de alta de 100 pontos-base.

O avanço firme das taxas futuras no Brasil nesta quarta-feira ocorria a despeito de, no exterior, os yields dos Treasuries oscilarem próximos da estabilidade, em um dia de leilão de títulos de 20 anos pelo Tesouro norte-americano e de divulgação da ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve.

No documento, o Fed afirmou que as propostas iniciais de políticas do presidente norte-americano, Donald Trump, geraram preocupação entre os membros da instituição. Conforme a ata, empresas têm dito que esperam elevar os preços para repassar aos consumidores os custos das tarifas de importação anunciadas por Trump.

Mesmo após a divulgação da ata, os yields seguiam acomodados. Às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- caía 1 ponto-base, a 4,539%.

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