Por Geoffrey Smith e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- O UBS retoma seu próprio Super-Homem privado, dois grandes fabricantes de chips veem uma melhoria em suas fortunas (assim como a Lululemon) e as ações estão de volta onde estavam antes dos bancos regionais dos EUA começarem a oscilar. No Brasil, definido o novo teto para empréstimos consignados do INSS, após semanas de impasse.
Eis o que está movendo os mercados financeiros na quarta-feira, 30 de março.
1. Ermotti retorna ao UBS
UBS (SIX:UBSG) trouxe de volta seu Sergio Ermotti como chefe executivo, um sinal das dificuldades que enfrenta para implementar a aquisição do Credit Suisse (SIX:CSGN).
A aquisição de US$ 3,25 bilhões do UBS de seu rival falido enfrenta desafios legais e políticos na Suíça, depois que o governo reescreveu apressadamente sua própria legislação para permitir que o negócio prosseguisse sem a aprovação dos acionistas do Credit Suisse. Isso desencadeou uma crise de confiança na estabilidade da Suíça como jurisdição, provocando retiradas maciças de poupança por parte de clientes asiáticos ricos em particular.
O retorno de Ermotti também sinaliza a saída de Ralph Hamers, que era o principal CEO dos bancos europeus quando o UBS o arrancou do ING. A mudança indica que o conhecimento inigualável de Ermotti sobre o estabelecimento suíço será mais importante para o UBS nos próximos dois anos do que os planos de Hamers, que havia ganhado pouca tração desde sua chegada.
2. Os fabricantes de chips impulsionados pela atualização Micron
As ações de semicondutores receberam um impulso das atualizações de ambos os lados do Atlântico, o que viu dois grandes jogadores levantarem seus guidances.
O maior fabricante de chips da Alemanha, Infineon (ETR:IFXGn) elevou suas previsões para o trimestre e o ano, citando a "dinâmica empresarial resiliente" de seus principais clientes do setor automotivo.
A Micron Technology (NASDAQ:MU), especialista em chips de memória, também elevou seu guidance para o trimestre atual, como o CEO Sanjay Mehrotra previu "melhorias graduais no equilíbrio entre oferta e demanda da indústria", uma vez que o excesso de estoque dos últimos meses está sendo trabalhado. A Micron ainda levou mais US$ 500 milhões em baixa de estoque e aumentou seus cortes de empregos planejados.
As bolsas de valores americanas estão preparadas para abrir mais tarde, com atualizações da Micron e Lululemon (NASDAQ:LULU) ambas apoiando o sentimento. A empresa de atletismo relatou ganhos melhor do que o esperado no final da terça-feira e seu guidance também foi mais forte do que o consenso do mercado.
Às 7h55 (de Brasília), Dow Jones futuros subia 0,76%, enquanto S&P 500 futuros apresentava elevação de 0,87% e Nasdaq 100 futures de 0,83%, tendo todos os três recuperado todas - ou quase todas - suas perdas devido à série de colapsos bancários no início do mês.
As ações de bancos regionais continuam a se recuperar com a confiança de que a crise de curto prazo tenha passado.
As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem a Lululemon, que subiu 14% no pré-mercado, e a Apple (NASDAQ:AAPL), que revelou planos para introduzir um serviço Buy Now Pay Later.
Cintas (NASDAQ:CTAS) e Paychex (NASDAQ:PAYX) devem informar os ganhos mais cedo, enquanto o calendário de dados é leve, com apenas dados pendentes de vendas de casas e estatísticas semanais de hipotecas vencidas.
3. A folha de encargos da SBF fica mais longa
O caso contra Sam Bankman-Fried, da FTX, fica maior.
Os advogados americanos acusaram o fundador da criptomoeda desmoronada de tentar subornar funcionários chineses para permitir que ele voltasse a ter acesso às contas com mais de US$ 1 bilhão de moedas criptográficas. Os depósitos foram alegadamente descongelados por volta de novembro de 2021, permitindo que Bankman-Fried continuasse a financiar as atividades comerciais de seu fundo de hedge, Alameda Research.
A acusação é a 13ª à Bankman-Fried, que deve enfrentar o julgamento em outubro.
Isto se soma ao fluxo de notícias negativas em torno de alguns dos pinos reais da indústria de criptografia nos últimos dias, seguindo as acusações do CFTC contra Binance e seu fundador, Changpeng Zhao. As criptos estão ignorando o fluxo de notícias, com Bitcoin recuperando acima de US$28.000 da noite para o dia.
4. O petróleo atinge uma alta de duas semanas à medida que o pessimismo econômico é amenizado
Os preços do petróleo bruto atingiram seu ponto mais alto em duas semanas da noite para o dia, já que parte do pessimismo sobre as perspectivas econômicas desencadeado pela recente volatilidade bancária continuou a se dissipar. O sentimento foi sustentado pela maior queda semanal do ano até agora no petróleo dos EUA , que o Instituto Americano de Petróleo disse ter caído em mais de 6 milhões de barris na semana passada.
Os dados do governo dos Estados Unidos deve ser divulgados às 11h30.
Às 7h55 (de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA subiram 1,35% a US$74,19 por barril, enquanto os do brent estavam em alta de 1,06% a US$78,97 por barril.
O quadro ainda não está totalmente em alta, entretanto. S&P Global informou que os estoques de produtos refinados em Fujairah, um dos mais importantes centros de transporte do Golfo Pérsico, tinham subido ao seu máximo em cinco semanas, à medida que as exportações diminuíam.
5. No Brasil, bancos retomam consignado do INSS após novo teto
Enquanto nova regra fiscal não é divulgada, com previsão para apresentação ainda nesta semana, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após uma reunião conclusiva com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo definiu os juros do consignado para os aposentados e pensionistas do INSS.
Encerrando duas semanas de impasse, quando bancos suspenderam os empréstimos com a redução do teto do consignado de 2,14% para 1,7%, o novo teto ficou em 1,97% ao mês, e instituições financeiras bancos já informaram que devem a retomar a concessão, como o Bradesco (BVMF:BBDC4), Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) e Daycoval.
Às 7h56 (de Brasília), o ETF EWZ subia 1,09% no pré-mercado.
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